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sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Encontro de Blogueiros de Fortaleza
Vejam só! A comunidade de blogueiros (e simpatizantes) de Fortaleza começa a se organizar. O primeiro encontro será este sábado no parque recreio da Rui Barbosa às 20:00hs conforme a chamada abaixo.
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Relógio Mundial Estatístico
Este relógio gerado no site poodwadlle.com é bem interessante com estatísticas diversas atualizadas a cada momento baseadas em dados reais e em algumas estimativas feitas a partir da distribuição histórica dos dados. Pode-se acessar dados como a população mundial e a taxa de crescimento(os dois primeiros) por ano(YR), mês(MTH), semana(WK), dia(DAY) e atualmente(NOW). Basta clicar nos botões do relógio.
Poodwaddle.com
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quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Quem Matou o Jornal?
Já tenho dito e venho mostrando matérias que apontam um futuro bem diferente para a mídia convencional visto que a Internet a vem modificando constantemente. Soube de uma matéria de Agosto de 2006 na revista britânica The Economist (clique aqui para acessar o texto em inglês ) intitulada “Who Killed the Newspaper?” (que é a tradução em inglês da pergunta que intitula o texto que hora escrevo). Nessa reportagem, se faz menção ao livro de Philip Meyer “ The Vanishing Newspaper” que prevê que por volta de 2040 os jornais estarão praticamente extintos nos EUA. Na verdade a circulação de jornais nos EUA, na Europa Ocidental, na America Latina, na Austrália e na Nova Zelândia vem caindo nos últimos dez anos (fonte da própria revista). Blogs e outras formas de expressão digital estão entre as causas desse declínio. Como devem agir os empresários do jornalismo nesse contexto? Difícil pergunta mas uma coisa eu posso dizer: não podem partir para o desespero. Mas foi exatamente isso que o Estadão fez recentemente. Lançou uma campanha para denegrir os blogs e blogueiros (clique aqui para ver o vídeo da campanha). Quis passar a imagem de que informação com credibilidade só se obtém na mídia convencional e vinda de profissionais do setor. Disse que há muita bobagem nos blogs. Que novidade! Como não existisse muita bobagem nos jornais. Não vou gastar energia tentando dizer que blogs são bons ou úteis. Acho que quem deve dizer isso são os que destinam algum tempo para lê-los. Agora, o que me parece claro é que os meios convencionais de jornalismos têm que pensar urgente em estratégias de participar do processo democrático, distribuído e eclético que acontece na blogesfera. Tentar fechar os olhos para sua existência é burrice. Corre-se o risco de descobrir que quem matou o jornal foi um mico (veja o vídeo do Estadão para entender melhor).
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quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Wikimapia: Mapeando o Mundo Colaborativamente
Um exemplo interessante de tarefa colaborativa, típica da web 2.0, pode ser vista no site wikimapia (http://www.wikimapia.org/). A idéia é de denominar locais em mapas de forma distribuída. Qualquer pessoa pode acessar o site, localizar o local (edifício, praça, residência, etc.) e caracterizá-lo. O sentido aberto a atualização de todos, normal as aplicações wiki (como na Wikipédia), permite se ter uma especificação extremamente detalhada do mapa. É muito comum se ver mapas digitais com indicações de pontos notáveis como praças, pontos turísticos ou edifícios públicos, mas é bem menos comum tê-los com a caracterização de residências comuns, apartamentos residências, clubes privados e mesmo terrenos sem construções. Quem teria o interesse de caracterizar e usar esses pontos? Os donos desse locais, provavelmente. Além da questão colaborativa, outros aspectos interessantes podem ser ressaltados nesta aplicação. O mapa do mundo está à disposição. Eu, por exemplo, fiz a denominação de locais na Califórnia, na França, em Fortaleza e em Paracuru. Outro aspecto é que em virtude da necessidade de controle para que as denominações não sejam incorretamente feitas, wikimapia deixa o local denominado esperando por uma confirmação de outra pessoa para ratificar o que foi feito. Esta é uma forma de controle social, característica comum em aplicações colaborativas na web 2.0. Se alguém olha a denominação e discorda da mesma, ele pode registrar sua discordância. Clique aqui e aqui para ver dois locais que denominei recentemente. Aproveite e experimente site fazendo a denominação de lugares que lhe são conhecidos.
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Continuidade Dá Voto!
Em qualquer pesquisa informal ou mesmo formal que é feita sobre onde está o melhor desempenho do governo Lula, invariavelmente a economia e a política assistencialista estão entre as maiores contribuições. Este é o maior exemplo de como a continuidade pode ser benéfica a nação. Não há dúvidas que Lula e seu governo se aproveitam da boa administração econômica, mantendo o plano real de FHC para aumentar seus índices de popularidade. Da mesma forma ele estendeu o programa bolsa família (lançado no governo FHC) tornando-o um dos carros-chefe de seu governo. É exatamente este o ponto que considero mais interessante. Lembro-me que no começo de sua gestão, o fato de continuar a política do governo anterior foi criticado duramente pela oposição. Argumentava-se que, enquanto oposição, os petistas defendiam uma coisa, no governo, a postura foi outra. Depois que esse discurso se desgastou, veio o debate sobre de quem era o mérito das boas iniciativas econômicas e sociais: do governo FHC ou do governo Lula? Minha opinião é de que essa conversa toda não interessa para a população e os índices de popularidade do presidente demonstram isso. Acho na verdade que ela é reveladora de outro aspecto muito mais relevante e de que deveria estar sendo assimilado pelos aspirantes a governo: o povo está cansado de dinheiro jogado fora por falta de continuidade. Esse hábito de desfazer para fazer com a marca do novo governo tem que acabar. Os bons exemplos de prática da continuidade que mencionei sustentam o atual governo e isso é muito bom. Nada mais lógico e racional do que aproveitar o que já está em andamento. Qualquer gestor público sabe o quão difícil é implantar mudanças e os primeiros anos são os mais duros requerendo altos investimentos e sem que os retornos sejam visíveis. Espero chegar o tempo das campanhas eleitorais onde os candidatos serão obrigados (por percepção da vontade popular) a se comprometer com projetos bons que estão em andamento.Recentemente escutei do governador Serra que em São Paulo vai estender um programa educacional criado por Marta Suplicy. Espero que a moda pegue. Lucraremos todos.
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segunda-feira, 27 de agosto de 2007
PRONASCI Nasce Morto para o Ceará
Inaceitável e revoltante a exclusão da Região Metropolitana de Fortaleza(RMF) como área prioritária para receber apoio do governo federal para programas de segurança pública e redução da violência, o chamado PRONASCI. Tenho minhas dúvidas da efetividade deste programa, mas de qualquer forma o Estado do Ceará precisa muito de ajuda do governo federal para avançar nas mudanças que o setor requer. Onze foram as áreas agraciadas pelo PRONASCI. Uma seleção escolhida a dedo: Belém - PA, Belo Horizonte - MG, Brasília e Entorno - DF, Curitiba - PR, Maceió - AL, Porto Alegre - RS, Recife - PE, Rio de Janeiro - RJ, Salvador - BA, São Paulo - SP e Vitória – ES. Para formar esse time, imagino quanto deve ter sido difícil para os técnicos do governo federal elaborar um conjunto de critérios que excluísse Fortaleza da convocação. Melhor pensando, talvez nem tenham se preocupado com isso. Ninguém vai reclamar mesmo! Eu conseguiria formular vários critérios que incluiriam a RMF no PRONASCI. Dentre eles a crescente criminalidade e violência entre jovens de menos de 25 anos que na RMF é crítica e que é a razão de ser inicial do projeto. Não gosto muito de discursos bairristas e dramáticos, mas nesse caso não dá para ficar calado. Nossa representação política nunca foi tão desmoralizada e nunca demonstrou tanta desmobilização. A mídia da mesma forma. Calada ficou e calada permanece. Depois da mobilização frustrada pró-siderúrgica, o PRONASCI é outro exemplo que nos leva a pensar que há algo não resolvido no Governo Federal em relação ao Estado do Ceará. É muita coincidência. Dá para desconfiar de que se trata de retaliação por divergências políticas do passado ou mesmo ações eleitoreiras de olho em 2010. Em um Estado pobre como o nosso e que deu uma maioria acachapante ao presidente sempre que ele se candidatou, isso tudo é lamentável. Um pequeno detalhe (que os fatos têm mostrado que é bem pequeno mesmo): prefeitura do mesmo partido do presidente e governo estadual de partido de apoio.
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sábado, 25 de agosto de 2007
Tecnologia para Segurança na Estrada
Esse noticiário abaixo descreve as inovações que a Nissan está pretendendo colocar brevemente no mercado. Um sistema de sensores que, a partir do odor e da transpiração nas mãos, pode medir o nível de álcool do condutor. Um sistema de alerta é acionado e o carro pode até parar automaticamente e a ignição ser bloqueada. Além disso, um sistema de acompanhamento do movimento dos olhos (clique aqui para ler outro texto que escrevi sobre essa tecnologia chamada em inglês eye track) permite identificar se o condutor está com sono ou cansado. Neste caso, até o cinto de segurança pode ser acionado para “alertar” o condutor.
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quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Soluções Milagrosas para a Segurança Pública
Instigado a posicionar-me sobre a questão da Segurança Pública por comentários de Menezes (veja os comentários clicando aqui) sobre o texto “ O Debate Repressão vs Prevenção”, decidi reproduzir parte de um texto que já tinha escrito em março sobre o tema. “Quando se começa a penetrar um pouco no problema das Polícias vê-se que não há solução a curto prazo e não há mágica. Creio que o que vivemos na economia há pouco tempo nos faz pensar que podemos conseguir um plano real para a Segurança. Isso não é possível. Acredito que reformas em leis específicas como a que versa sobre a estrutura das Polícias Militares devem ser perseguidas. O estatuto da criança e adolescente deveria sofrer melhorias para tratar situações de barbáries praticadas por adolescentes, por exemplo. Mas deixemos de pensar que mudança de lei ou plano de gabinete será a panacéia para os problemas que vivemos” (clique aqui para acessar o texto completo). E o que fazer então? Decididamente, só ficar discutindo não vai resolver o problema, embora debates com a sociedade permitam ver o problema sobre as diferentes óticas que ele requer. Como já tinha dito antes, desculpem-me os ansiosos por receitas mágicas se os decepciono, mas não as conheço até porque não acredito que existam. Neste texto vou me concentrar em ações estruturadoras que também costumo chamar de estratégias de gestão. A primeira estratégia é realizar ações integradas, pois as mesmas permitem potencializar o resultado de ações individuais. Isso exige uma capacidade de planejar ações transversais envolvendo diferentes setores e diferentes esferas de poder. Em particular, a integração entre as polícias é pré-requisito para o sucesso da ação policial, principalmente em se rtatando de investigação e inteligência policial. A outra estratégia é, ao invés de priorizar novos projetos e planos com slogans que divulgam soluções imediatistas, priorizar as experiências bem sucedidas. Mudanças de comportamento requerem tempo e a continuidade é a única forma de obtê-las. A terceira estratégia é criar um ambiente de constante renovação nas instituições com rigoroso processo de recrutamento, seleção e treinamento. O perfil do policial que queremos está bem distante da grande massa de policiais que hoje está na ativa. O grande problema é que nossa história tem mostrado que estamos seguindo uma direção inversa. Nossas instituições estão cada vez mais enfraquecidas fruto de pouco investimento, baixo índice de renovação, falta de planejamento e baixíssima continuidade. Em um recente debate durante o fórum de Segurança Estadual, uma líder comunitária pediu a palavra e com toda sua humildade fez uma pergunta simples, mas que ecoou muito fortemente: “Porque a gente tá sempre começando do zero?”. Ela disse que já tinha participado de reuniões como aquela e que muitas das idéias que estavam sendo propostas já eram conhecidas. Pior, muitas das idéias já tinham funcionado em algum momento e simplesmente deixaram de ser realizadas. Costumo dizer que temos a capacidade deletéria de estragar idéias ao não conseguir implantá-las com continuidade. Já escrevi sobre o que penso da nossa incapacidade de fazer acontecer (leia o texto aqui ). Acho que em se tratando de Segurança Pública isso está bem evidenciado. Em resumo, precisamos atacar nossas deficiências gerenciais e políticas que nos impedem de efetivamente implantar as medidas planejadas, participativamente ou não, de forma que as mesmas se tornem perenes e imunes as mudanças de humor dos governantes. Infelizmente, como isso tudo se faz basicamente com investimento em pessoas, requer tempo.
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quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Quem Atualiza a Wikipédia?
A wikipédia (clique aqui para acessar a página principal da enciclopédia) é o maior exemplo da cultura do compartilhamento que tenho tanto descrito neste blog. O conteúdo da enciclopédia é atulizado voluntariamente por milhares de pessoas no mundo. Sua popularidade, no entanto, não a deixa imune a críticas, pois muito tem se discutido sobre o quão crível são as informações nela contida. Achei bem interessante este site feito por um aluno de doutorado em computação na Grécia que pode ser um forte aliado para que se conheça melhor as fontes da Wikipédia. O site permite identificar se modificações foram realizadas a partir de endereços de grandes Empresas (clique aqui para acessar o site). Trata-se de uma ferramenta bem interessante para aqueles que desejam conhecer um pouco mais sobre quem atualiza a maior enciclopédia eletrônica do mundo. Dá para identificar, por exemplo, que alguns parágrafos que descreviam possíveis efeitos colaterais a saúde de refrigerantes foram retirados por editores que usaram computadores da Pepsi nos EUA. As edições feitas por pessoas a partir de computadores da CIA também podem ser visualizadas. Especialistas e inclusive Jimmy Wales, o fundador de Wikipédia, consideram o site uma boa idéia e acreditam que pode servir para dar maior credibilidade a Enciclopédia. Ele permitirá a identificação de conflitos de interesse mais facilmente. Uma recente matéria no New York Times popularizou mais ainda a iniciativa (clique aqui para acessar a matéria )
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terça-feira, 21 de agosto de 2007
Eu Me Importo com o Piauí!
"Não se pode achar que o país é um Piauí, no sentido de tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado". Esta frase do presidente da Philips para a América Latina e um dos líderes do movimento “cansei” quando de sua manifestação sobre esta campanha é merecedora de várias reflexões. Primeiro, ela serve para tornar o movimento mais atabalhoado ainda. Não bastasse a temática de indignação inoperante que já tinha acusado em textos anteriores (clique aqui para acessar), ela representa uma visão preconceituosa e elitista que faz um imenso mal ao País. Já tinha tido oportunidade, neste blog, de escrever sobre o malvado estereótipo que persegue os piauienses (clique aqui para acessar o texto), principalmente em função de seu clima extremo. Dito por um alto dirigente de uma multinacional, essa frase é ainda mais deslocada. Aliás, a vinculação do nome da multinacional a uma campanha como essa é extremamente duvidosa. Não consigo entender como o staff da holding deixou essa vinculação ocorrer. Reações negativas do povo piauiense levaram a um boicote (veja um blog sobre o tema clicando aqui ). Considerado o quinto maior cliente da marca 'Philips', o Grupo Claudino, através do Armazém Paraíba aderiu à campanha de boicote aos produtos da Philips. Não se trata de querer aqui enumerar as riquezas naturais ou econômicas do Estado. Trata-se simplesmente de respeitar àqueles que lá vivem e que certamente por terem criado suas raízes tem do que se orgulhar da sua terra. O mínimo que nos cabe fazer é respeitá-los. De qualquer forma em nome de tantos amigos e conhecidos piauienses, me sinto na obrigação de dizer: eu ficaria chateado, sim, se o Piauí deixasse de existir.
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segunda-feira, 20 de agosto de 2007
O Debate Repressão vs. Prevenção
Durante o I Fórum Estadual de Segurança Pública participei de um painel sobre prevenção e repressão da criminalidade. Estava como relator e entre os debatedores estavam o consultor e ex-secretário Nacional de Segurança Pública e coronel da reserva de São Paulo, José Vicente da Silva, e o promotor cearense José Filho. O debate foi dominado por um ponto comum de discórdia. A melhor forma de reduzir a criminalidade seria a repressão através das ações dos órgãos policiais ou a prevenção através de medidas sociais. Os debatedores exemplificaram, em muitos momentos, que a polícia cearense precisa muito melhorar. A falta de recursos básicos para manutenção de viaturas e de delegacias, a carência de pessoal e a pouca qualidade de ações investigativas bem como dos inquéritos submetidos à justiça são só alguns dos problemas apontados. Ou seja, não há dúvida que muito precisa ser feito no campo da repressão e que a conseqüência de melhorias nessa direção será o aumento das prisões. Isso acontecendo, evidencia-se outro problema do sistema estadual que é a falta de vagas nos presídios e a impossibilidade de se continuar amontoando presos nas delegacias da capital. Cel. José Vicente acredita que um dos problemas da polícia cearense é que ela prende pouco. Ele acredita que uma polícia bem preparada deve não somente prender os suspeitos, mas fornecer evidências para que a justiça possa efetivamente realizar a prisão. Ele estima que, baseado pelos índices populacionais e de criminalidade do Estado, o número de detentos em presídios deveria ser de pelo menos o dobro. Mesmo concordando que ações preventivas são necessárias, ele crê que em curto prazo, fruto da falta de políticas sociais do passado, há um grande quantidade de criminosos que são “impermeáveis” a qualquer ação social. Para esses, somente o encarceramento é a solução. O promotor José Filho discordou frontalmente dessa posição. Ele acredita que o que se precisa é trabalhar a questão social com escola, educação, lazer para os jovens, programas de re-socialização, etc. Não acho que este seja o foco principal do debate, pois não consigo entender as duas coisas como mutuamente exclusivas. Muito pelo contrário. Percebo ainda um perigoso discurso dito por alguns policiais de que não podem fazer muito em relação a criminalidade porque o problema é social. Cheguei a escutar a expressão ”estamos enxugando gelo” vinda de um policial! É óbvio que temos um grande déficit social e que muito precisa ser feito nessa direção, mas isso não pode ser desculpa para que a polícia não consiga aumentar sua produtividade e com isso reduzir os índices de criminalidade preocupantes que estamos vivendo. Vários exemplos no país e no exterior demonstram que ações bem sucedidas da polícia são capazes de mudar fortemente o cenário da criminalidade. Cel. José Vicente exemplificou com dados irrefutáveis como São Paulo, em cinco anos, conseguiu reduzir o crime violento em até 70% com a melhoria da ação policial. Outro depoimento nessa mesma direção foi dado pelo pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais, Bráulio Figueiredo, sobre o trabalho desenvolvido em conjunto com a Polícia Militar de Minas Gerais. Os índices de criminalidade também foram reduzidos sensivelmente em dois anos de ações baseadas em uma metodologia que envolve o mapeamento do crime e um sistema gerencial de cobrança por resultados. O real debate é como e quais ações implantar para aumentar a efetividade das ações policiais além de conseguir articular ações entre os diversos setores governamentais e em diferentes esferas de poder para melhorar os indicadores sociais de forma convergente com os programas de segurança. Que nós discutimos muito e agimos pouco eu já tinha dito em textos anteriores (clique aqui para acessar). Mas em alguns momentos tenho o sentimento desanimador de que não estamos evoluindo nem mesmo nos debates.
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sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Belchior
Depois do choque da notícia da morte de Belchior em uma tentativa de roubo deu-se uma terrível sensação de impotência frente à trágica situação que vivemos. Para mim em particular que tenho voltado meus esforços profissionais para contribuir com a Segurança Pública, tratou-se de uma enorme ducha de água fria. Só agora me sinto em condições de escrever algumas palavras. O que dizer de uma pessoa que tinha uma expressão tão singela? Em todos os momentos que convivemos ele sempre me ofereceu um olhar fraterno e cordial. Sabia defender suas posições com uma indescritível ternura que o fazia firme e reputado. Tratava-se daquele tipo de pessoa que você pode confortavelmente encher de elogios que nunca vai parecer exagerado. Mas nada como a humildade com que sabia viver a despeito da qualificação que possuía. E olhe que se tratava de qualificação com reconhecimento nacional e internacional. Para nós, professores e pesquisadores, o bem mais precioso é o conhecimento. E não é difícil nos embevecermos pela vaidade de saber, de dominar os assuntos, de se sentir inteligente. Numa época em que somos facilmente escravizados pela constante necessidade de sermos reconhecidos, Belchior era um exemplo de que esse reconhecimento pode se fazer calma e mansamente da mesma forma como ele falava. Sem arroubos, sem exageros. E o que é melhor: em concomitância com a aquisição do bem querer e do respeito. O carinho que seus alunos sempre lhe demonstraram comprova isso. Tenho constantemente em meu pensamento sua família, Fátima, Arnaldinho e, em particular Mairon, que faz parte de nosso grupo de pesquisa. E em função disso escrevo aqui. Não posso me furtar de dar o depoimento de que Belchior foi uma pessoa de quem eles podem e devem se orgulhar. Nós, como amigos, temos obrigação de lembrar isto sempre.
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quinta-feira, 16 de agosto de 2007
A Questão da Maioridade Penal na França
O Jornal Le Monde Diplomatique do mês de Junho(clique aqui para acessar o texto de base em francês) abriu um grande espaço para debater a política do governo Francês de endurecer as leis para menores infratores. A nova proposta é de que a partir da terceira reincidência criminosa os menores de mais de 16 anos passem a responder como adultos. O Jornal faz menção a um estudo realizado nos EUA que mostrou que os menores encarcerados como adultos acabam por realizar mais crimes e se tornarem mais violentos quando são soltos. No entanto, esse discurso não parece sensibilizar muito o governo entrante. O argumento do governo Sarkozy é de que os menores de hoje em dia não são mais como os de 1945 (época em que a lei foi proposta). Vejam que a questão é bem parecida com o que estamos vivendo no país. Não me parece que podemos escapar a uma revisão nas nossas leis. Evidente que, de uma forma indiscriminada, encarcerar menores com adultos é uma política desastrosa, principalmente nas condições atuais de nosso sistema prisional. No entanto, temos que ter mecanismos para punir os casos de crimes hediondo que, além de provocarem um terrível dor nas vítimas e seus familiares, são capazes de alimentar um sentimento de impunidade que faz muito mal ao País.
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quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Ainda Sem Cansaço, Embora Não Descansado!
Um comentário da Kenia sobre a campanha “cansei“ da OAB-SP e de meu texto sobre fazer a coisa certa me faz revisitar o tema (clique aqui para ver o comentário). Adorei as sugestões que ela fez e queria de antemão solicitar aos leitores deste blog que pensem em slogans que apelem por essa cultura cidadã que tenho falado. Muito se tem falado sobre cidadania no Brasil. Entendo que cidadania requer acima de tudo uma postura participativa e pró-ativa. Não se trata somente de criticar. Há que contribuir, agir. Daí meu slogan “Faça a coisa certa”. Kenia está vivendo na Bélgica e assim tendo a oportunidade ímpar de conviver com pessoas que cultivam um singelo sentimento de ser um cidadão ativo, respeitoso e zeloso com as coisas comuns e com a comunidade em geral (como é a maioria dos europeus). Sempre que converso com pessoas que tiveram a experiência de viver em países mais desenvolvidos, escuto o quanto essa postura chama a atenção e o quanto isso é invejado. Perguntam sempre: o que nos impede de sermos iguais a eles? Engraçado o quanto essa situação é parecida com a postura que a religiões pedem a seus fiéis. As religiões normalmente solicitam que seus fiéis pratiquem a bondade, a caridade, a solidariedade e o amor, sem pensar em retribuição (muitas vezes sob o argumento de que esta retribuição só virá em um outro mundo, vida, dimensão ou reencarnação!). Pois bem. Uma cultura cidadã ativa e participativa requer o mesmo desprendimento. Talvez nem precisemos esperar tanto para ser retribuídos.
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terça-feira, 14 de agosto de 2007
Paredes Digitais na Finlândia
A Finlândia é um dos exemplos mais impressionantes de como um país pode se transformar. Em pouco tempo (até 1917 ela era da Rússia) tornou-se um dos maiores exportadores de tecnologia do mundo. Hoje em dia os finlandeses estão entre os primeiros colocados entre qualquer pesquisa que avalie o nível de inclusão digital da sociedade. Para se ter uma idéia disso, o número de telefones celulares na Finlândia é de aproximadamente 5,3 milhões para uma população de aproximadamente 5,3 milhões de habitantes! Acho que o governo tem a dura tarefa de procurar alguém que não tenha celular para fazer uma doação e não deixar o percentual de 100% cair! A empresa finlandesa Nokia de telefonia celular e de equipamentos móveis de computação simboliza todo esse avanço. Ela está espalhada em todos os cantos do planeta sendo hoje a maior empresa de telecomunicação do mundo. Vejam, no vídeo abaixo, outro exemplo deste avanço dos finlandeses. O projeto City Wall (Muro da Cidade) tem por objetivo divulgar eventos como concertos, jogos esportivos, feiras que acontecem na capital Helsinki. Trata-se de uma grande tela de aproximadamente 2 metros de largura que permite a interação gestual tipo a que já mostrei neste blog em texto e vídeo sobre o surface (clique aqui para acessar). Além dos mecanismos usuais de interação gestual que permitem zoom e interação com duas mão ao mesmo tempo, achei interessante o teclado virtual que permite a escrita de textos e o pincel que permite realizar desenhos. Outra novidade é que quem quiser pode enviar fotos e vídeos por email (post@citywall.org) ou pelo flickr ou pelo youtube (com tags “Helsink”) para serem postadas no City Wall.
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
Fórum Estadual de Segurança Pública
Hoje será a abertura do I Fórum de Segurança Pública do Estado do Ceará no Centro de Convenções. Organizado pelo Conselho Estadual de Segurança e Governo do Estado, ele visa trazer a sociedade civil para debater sobre Segurança Pública. O evento é aberto ao público e espera-se uma participação ativa dos mais diversos setores sociais. A iniciativa é louvável e merecedora de provocar esperança no cidadão cearense. Tenho dito em textos anteriores (clique aqui e aqui para ver alguns deles) que Segurança Pública não é só um problema de polícia. Ele é acima de tudo um problema político e social. A compreensão dos problemas que passa o setor e a busca de soluções requer esforços integrados e o Conselho Estadual por sua composição diversificada é um excelente veículo para que estes esforços sejam potencializados. Estarei participando de três painéis. No painel Prevenção e Repressão a Criminalidade ( terça-feira, dia 14, a partir da 8:00hs), estarei com o Cel. Reformado da Polícia Militar de São Paulo e um dos maiores especialistas em Segurança Pública do País, José Vicente Silva, Cel. José Vicente e com o promotor José Francisco de Lima Filho titular da 2ª promotoria de Justiça e Meio Ambiente. No mesmo dia à tarde darei uma palestra sobre “tecnologia para Segurança Pública” em um painel onde terei a honra de ter a companhia de outros colegas pesquisadores da UNIFOR na área de tecnologia. A participação dos professores Tarcisio Pequeno, Raimir Holanda e Roberto Macedo indicam o quanto a UNIFOR estará presente no debate do Fórum. No painel sobre Mapeamento Criminal para redução da criminalidade (quarta-feira dia 15 a partir das 8:00hs) estarei participando com o pesquisador Bráulio Figueiredo do CRISP (Centro de Estudos de Segurança Pública de Minas Gerais) um dos mais importantes institutos de sociologia e criminologia do país e novamente com o Cel. José Vicente. A programação completa do Fórum pode ser vista clicando aqui . Participem e busquem formas de serem escutados.
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domingo, 12 de agosto de 2007
Dia dos Pais
Neste dia dos pais, novamente YouTube me ajuda a homenagear Seu Furtado (clique aqui para ver a outra homenagem onde João Gilberto canta Noel Rosa). Desta vez, achei um documentário sobre Orlando Silva (1915-1978) feito nos anos 60 pela Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro . São três filmes que mostram-nos um Brasil e em particular o Rio de Janeiro bem delicado e diferente dos dias de hoje. Aliás, há um momento no vídeo 2 que descreve sua visita em 1945 a Fortaleza onde ele ficou hospedado no hotel Excelsior em frente a Praça do Ferreira e que ele mesmo relata a multidão que o acompanhava desde o aeroporto e durante toda sua estada.
Vídeo 1
Vídeo 2
Vídeo 3
Vídeo 1
Vídeo 2
Vídeo 3
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quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Indústria de Multas: Fatos e Discursos
Quando a administração municipal de Fortaleza, no começo de sua gestão, decidiu retirar todos os aparelhos de foto-sensores da cidade achei estranho. Não tinha conseguido entender a razão de tal atitude, mas como, quando em oposição o PT criticou duramente o que chamou de indústria das multas, achei coerente a medida (muito embora poderia supor que no fundo houvesse uma espécie de ranço contra a administração anterior). Depois de certo tempo, começaram a aparecer nos jornais notícias de que essa mesma administração tinha decidido recolocar os tais aparelhos, pois o número de acidentes tinha aumentado. Fiquei estarrecido com o que considero um absurdo. Quer dizer que a própria administração municipal havia tomado uma medida que provocava o aumento de acidentes? E ninguém disse nada! Não seria questão de responsabilizar a administração municipal por tal imperícia? Precisava tirar os foto-sensores para perceber que eles serviam para reduzir o número de acidentes? As administrações anteriores que tomaram a medida de colocar tais aparelhos não sabiam que eles serviam para reduzir os acidentes? A administração municipal preferiu desconsiderar isso a custas de acidentes que provocou. Tal situação caracteriza um flagrante exemplo de pouca continuidade nas ações de governo. Agora uma nova geração de foto-sensores voltou a ser implantada. Os foto-sensores que foram colocados em semáforos pela administração estadual pelo DERT, além de verificarem se os veículos passam no sinal vermelho e param em faixa, também medem a velocidade dos veículos. Descobri isso da forma mais desagradável. Fui multado, pois ao conduzir a 60 km/h na Washington Soares, tive que acelerar para passar o semáforo que estava amarelo. Passei o cruzamento com 63km/h! Se mantivesse a velocidade passaria no sinal vermelho, multa. Se acelerasse, como fiz, multa. Se tivesse parado na faixa, multa. Maravilha de processo educativo. Se isso não é indústria da multa, não sei o que é.
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quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Por Dentro da Google
Em textos anteriores falei sobre a Google e de meu sentimento quando fui conhecê-la (clique aqui para acessar o texto). Vejam esta reportagem da CNN para ter uma idéia como as coisas são lá dentro do campus que é chamado de Googleplex. A novidade desde meu último texto é o enorme investimento em energia alternativa, em particular, em painéis solares para geração de energia. Os patinetes são elétricos e se os funcionários quiserem comprar carros elétricos, eles podem carregar as baterias dos carros em locais destinados a tal fim.
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terça-feira, 7 de agosto de 2007
O Estereótipo Informático Que Afugenta as Mulheres
Como já mencionei em textos anteriores, boa parte dos países ocidentais passa atualmente por um fenômeno de falta de profissionais em informática. Em particular, quero focar em um aspecto que considero ser um dos fatores indicativos dessa carência: o pouco interesse das mulheres em seguir a carreira de informática. Recentemente li um artigo no Jornal francês mensal Le Monde Diplomatique que discorria exatamente sobre esse assunto no contexto francês. Os sintomas e diagnósticos por aquelas terras são bem similares ao que passamos aqui. O artigo foi escrito pela pesquisadora em educação da Universidade de Paris-X (Nanterre), Isabelle Collet, que escreveu o livro “L´informatique a-t-elle um sexe? Hackers, Myths et Realités – A informática tem um sexo? Hackers, Mitos e realidades”. A autora rejeita uma explicação superficial de que as mulheres gostam de humanas e os homes de exatas e assim busca compreender mais profundamente os porquês desta realidade. Ela decidiu olhar para o problema pela ótica das razões que fizeram, depois dos anos 80, os homens ficarem muito mais apaixonados pela informática. Em resumo, ela observou que a microinformática e depois a internet ajudaram a criar um estereótipo do hacker, não somente no sentido de pirata de software, mas daquele profissional que se encastela no computador desenvolvendo programas e fica meio alienado. Essa imagem não casa com o perfil feminino o que as leva a ignorar a possibilidade de seguir a profissão. Ela observa ainda que o mais surpreendente é que mesmo com o uso das ferramentas da web 2.0 que privilegiam interação e redes sociais, com as quais as mulheres se identificam fortemente, este estereótipo persistiu. No entanto, ele não é representativo da realidade da profissão. Estima-se que somente trinta por cento dos profissionais de informática sejam programadores e ainda assim programadores, tipo hackers, não são a maioria e tão pouco privilegiados pelo mercado de trabalho. Trata-se de uma imagem mística, meio heróica e que seduz a alguns (mas não as mulheres). Em uma pesquisa realizada entre estudantes franceses universitários dois terços das mulheres disseram não saber o que é o trabalho de um informático(a). Perguntado sobre se escolheriam Informática por profissão, responderam em grande parte que “ ... não me vejo passar toda a jornada de trabalho falando de RAM, circuitos e de máquinas. Prefiro me ocupar com gente”. E o que é pior, muitas disseram que a informática não lhes interessa de forma alguma, sem nem mesmo saber precisar a razão (Isabelle Coiret acredita que elas não se interessam por uma profissão em que as pessoas que lá estão não são parecidas com elas. Já seria assim o efeito de uma conseqüência). Na verdade a Informática está longe de ser uma profissão onde as tarefas individuais e repetitivas prevalecem. Há muito espaço para trabalho em equipe, multidisciplinar e que impõe desafios e renovações constantes. A solução seria buscar reduzir os efeitos deletérios do estereotipo do hacker e fornecer maiores informações da variedade de atividades que pode ter um profissional de informática. Há inclusive ainda outras características que poderiam ser atrativas às mulheres. O trabalho é desenvolvido em ambientes agradáveis, limpos, não exige força física e pode, de mais em mais, ser realizado em casa. Acredito que as análises no contexto francês podem servir de insumo para o governo brasileiro em todos os seus níveis. A questão da falta de profissionais em um setor tão dinâmico como a Informática é estratégico para o País. Não se pode imaginar que há como participar desta batalha sem a contribuição feminina.
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segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Cansei de “Canseis”: Contra a Indignação Inoperante
Provocado por um comentário anônimo (clique aqui para ver o comentário) sobre minha suposta postura light e sobre minha posição quanto a campanha “cansei”, venho refletir sobre ambos. Primeiro, quero dizer que não estou cansado de nada, muito menos do blog. Aliás, a iniciativa deste blog foi uma das mais corretas decisões que tomei nos últimos anos. Evidentemente os textos que escrevo refletem meu estado de espírito e que naturalmente varia. Reconheço ainda que a capacidade de crítica e de indignação é uma característica bem marcante de minha personalidade e assumo as conseqüências positivas e negativas de tê-la assim. Se por um lado ela me permite identificar oportunidades, acusar problemas e quebrar paradigmas, por outro lado ela me faz incompreendido, indesejável e muitas vezes de ser tachado de chato. Ou seja, minhas variações de humor tendem a acontecer em função deste constante processo de busca por equilíbrio (que espero não atingir, pois significaria a morte!). Se estou, a luz de alguns, um pouco mais light, creio que se trata de um mero reflexo momentâneo deste processo. Deixando as reflexões intimistas de lado, vamos à questão da minha postura mais contundente quanto aos problemas da realidade brasileira. Um dos princípios que regem minhas posições é de que nosso problema enquanto país, só será resolvido por nossa mudança de conduta. Não acredito que a solução esteja em campanhas de indignação como o “cansei”, “não a violência” e outras mais. Tenho dito isso em textos passados (clique aqui, aqui , aqui e aqui ). A campanha da OAB intitulada “cansei” (clique aqui para saber da campanha ) me parece mais um exemplo de campanha de indignação imobilizante que traz mais prejuízo do que benefício. Estamos fazendo crescer o sentimento de que esse país não tem jeito e que nada pode ser feito. Me isento aqui do debate político-partidário que passaram a dar para essa campanha. Acho mesmo é que temos um erro conceitual enquanto sociedade: nossa eterna capacidade de sempre colocar a culpa em alguém. Não há nenhuma campanha que busque alertar que precisamos fazer, nós mesmos, a coisa certa. Quanto mais colocamos culpa nos outros, mais nos sentimos confortáveis em justificar os nossos erros. Cria-se um ambiente perfeito para a racionalização com raciocínios do tipo “Como os políticos são ladrões, não pago imposto”, etc. Não quero dizer com isso que não devamos nos indignar com o que estamos vivenciando, mas não creio que seja somente a indignação que esteja ao nosso alcance. Aliás, soube que a OAB-SP tinha se preocupado para que a campanha cansei fosse diferente (até aqui estava otimista!). Eles decidiram coletar um conjunto de sugestões para serem entregues aos governos, congresso, etc. (aí perdi o otimismo! Lá estamos nós achando um responsável por resolver todos os problemas). Já disse e repito, nossos políticos, dirigentes, governantes são uma representação fiel do que somos. São uma amostragem mais do que representativa. Não há como esperar diferentemente. Eles são como nós, refletem o que somos, e quando os mudamos, os novos são novamente como nós e refletem de novo o que somos e assim sucessivamente. O ponto principal é como quebrar o ciclo e minha posição é de que só o quebramos mudando a nós mesmos. Eu sei que posso ser acusado de ter um discurso meramente retórico com baixa possibilidade de ser implementado. No entanto, sou otimista. Creio que se começarmos a olhar a realidade sob essa perspectiva e passarmos a investir nossa energia mobilizadora nessa direção, as mudanças acontecerão de uma forma surpreendente. Acho o “Faça a Coisa Certa” é um slogan muito mais positivo para o Brasil.
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sexta-feira, 3 de agosto de 2007
Um Pouco Mais do Maestro Morricone
Já escrevi sobre minha admiração pela obra de Ennio Morricone (clique aqui para ler e escutar o que já tinha postado). Aproveitando um comentário de Jefferson sobre a "trilogia do Dólar", posto abaixo outra de suas magistrais composições. Novamente de um filme clássico e com uma música que estará para sempre na mente dos amantes dos clássicos do farwest ou western spaghetti. O filme The Good, The Bad and The Ugly, direção de Sergio Leone, que no Brasil recebeu a tradução “Três Homens em Conflito” com Clint Eastwood em começo de carreira. Trata-se de um dos filmes que compõem a trilogia que ainda tem "Por um punhado de dolares" e "Por uns dolares a mais". Novamente podemos ver Morricone na regência. A gradativa força que a performance da orquestra ganha com o coral é o ponto alto desta interpretação. Imperdível.
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quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Ainda Sobre a Classificação Indicativa de Programas Televisivos
Leiam este trecho do texto escrito por Gustavo Gindre no excelente site Observatório da Imprensa.
“ ... os jornais se contentam em entrevistar artistas e diretores famosos (a maior parte composta por empregados da TV Globo) que afirmam que a classificação etária seria censura. Segundo essa posição, o Estado não teria o direito de cobrar que um concessionário de serviço público tenha preocupação com a formação de nossa infância e adolescência. Por essa versão dos fatos, alterar a exibição de um programa de televisão, baseado na quantidade de cenas de sexo e violência (sem impedir a sua exibição em outro horário), seria censura.” Vejam o esclarecedor texto cliquando aqui.
Como tenho insistentemente dito. O real debate sobre mídia e censura só pode ser feito na Internet. Os grandes grupos de comunicação não permitem outramente.
“ ... os jornais se contentam em entrevistar artistas e diretores famosos (a maior parte composta por empregados da TV Globo) que afirmam que a classificação etária seria censura. Segundo essa posição, o Estado não teria o direito de cobrar que um concessionário de serviço público tenha preocupação com a formação de nossa infância e adolescência. Por essa versão dos fatos, alterar a exibição de um programa de televisão, baseado na quantidade de cenas de sexo e violência (sem impedir a sua exibição em outro horário), seria censura.” Vejam o esclarecedor texto cliquando aqui.
Como tenho insistentemente dito. O real debate sobre mídia e censura só pode ser feito na Internet. Os grandes grupos de comunicação não permitem outramente.
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quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Relaxogozismo e Propaganda da Peugeot
Li no Kibe Loco que O Globo noticiou que essa propaganda da Peugeot não foi ao ar por pressão do governo federal. Não quero entrar no mérito e nem discutir a veracidade da notícia. De qualquer forma, acho que ela comporta um risco para a montadora francesa. Depois das tragédias da GOL e da TAM, o assunto já se tornou triste demais. Mas que o brasileiro faz piada com tudo, faz! Serve ainda para perceber que o relaxogozismo ainda tem muito a produzir.
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