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terça-feira, 22 de maio de 2007

É Possível Um Pacto Social Contra a Violência?

Esta pergunta conduziu os debates do evento patrocinado pelo Centro Industrial do Ceará (CIC) no auditório da Federação das Indústrias do Estado (FIEC) que estive assistindo ontem. Acho que a pergunta poderia ter sido mais bem formulada, pois segurança pública (que foi o que mais se discutiu) e violência são temas distintos embora fortemente relacionados. O evento foi concorrido com a participação de membros do legislativo, executivo e judiciário. Mostrou o quanto a classe empresarial tem respaldo para discutir temas de interesse da sociedade. O presidente da FIEC abriu o evento ressaltando que o crescimento da violência é um efeito perverso. Ele descreveu o quanto a economia sofre e o quanto a indústria da segurança privada ganha dinheiro com a situação atual (não entendi muito bem o que esta observação visava). A corrupção impera segundo o próprio Presidente Macedo. A má aplicação do dinheiro público e a forma como os governos estão loteando os cargos públicos tendem a piorar a situação atual. Decepcionei-me ao não escutar nenhuma menção para o fato de que só existe corrupção se há um corruptor. Quem possui dinheiro para corromper? Enquanto ficarmos falando de violência e segurança como sendo um problema de outro alguém (e normalmente esse alguém é o governo) não chegaremos a lugar nenhum. Não quero dizer que não devamos cobrar e exigir do governo que o mesmo faça aquilo que deve. Claro que devemos fazê-lo, aliás, é nossa obrigação. No entanto, já deveria estar claro na mente de nossas elites que o problema da segurança pública atual perpassa largamente as ações governamentais. O representante do CIC, em seu discurso, foi feliz em dizer que não adianta cobrar do serviço público a cura para todos os males. Há uma crise de valores que precisa ser revertida. Ele mencionou que se precisa fazer um mea culpa e identificar onde se pode atacar os problemas que exigem união e novamente falou da corrupção (mas repetindo a cantilena de culpar os agentes governamentais). O ponto alto do evento foi a apresentação do ex-prefeito de Bogotá na Colômbia, o filósofo e professor universitário, Antanas Mockus. Sua apresentação foi extremamente rica e especialmente adaptada a realidade brasileira. Em síntese, ele descreveu como um programa amplo de mudança de comportamento das pessoas, atacando valores sociais e culturais pode ter impacto na segurança pública. Estarei descrevendo em mais detalhes sua apresentação amanhã.

Um comentário:

Geraldo Gomes disse...

É possível sim.É possível erradicar-mos a violência no planeta terra, sim.Mas quem quer isso? Você?O que fizeste hoje que repercutiu nos povos da "Suíça"?Conheces algum local habitado por seres humanos que não haja violência?Conheces alguma pessos talentosa ou genio na prática da não violência?Conheces algum ser humano que assume suas próprias violências diante daqueles que lhes reverenciam?Por que somos violentos e raclantes da violência?Eu assumo que sou violento e que sou a CAUSA da violência mas lamentavelmente os inteligentes,os pacificadores e os reclamantes são incapazes de assumirem suas violências e de enxergarem a CAUSA das mesmas diante de seus próprios espelhos.A Violência é uma indústria e as pessoas lucram e são felizes com ela.O que fizeste hoje para que não haja violência no planeta terra?Se teus vínculos violentos derem-te algum tempo disponível acesse:www.geraldo-gomes.blogspot.com Depois de lê-res todo conteúdo espero que compreendas de que nada estás fazendo para o desativamento da ARMA mais letal[O SER HUMANO] do planeta terra.