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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Uma Enciclopédia para profissionais e estudiosos em Segurança Pública

A Springer acaba de lançar a Enciclopédia de Criminologia e Justiça Criminal (Encyclopedia of Criminology and Criminal Justice). Acesse-a aqui. Trata-se de uma enorme obra que visa ser referência nos temas em questão e servir de consulta a acadêmicos e práticos que trabalham na área de Segurança Pública em geral. O capítulo que fala de Simulação como ferramenta para planejamento policial (Simulation as Tool for Police Planning) foi de minha autoria e resume um pouco de minhas pesquisas na área de simulação de crime. Acesse-o aqui.




sábado, 7 de dezembro de 2013

Museu Perot de Ciência e da Natureza em Dallas


A passagem por Dallas permitiu que eu conhecesse mais um Museu de Ciência, o Perot Museum. Trata-se de diversão que naturalmente já tenho sempre que possuo oportunidades em viagens. Agora que estamos na CITINOVA começando a projetar um museu nesse estilo para Fortaleza, minha visita foi ainda mais especial.

O Museu foi inaugurado em 2013. Está com cheiro de novo! O prédio de seis andares(vejam foto abaixo) é belíssimo e está anexo a uma pequena floresta que faz parte do museu. Como a grande maioria dos museus americanos foi uma obra feita a partir de doações. A família Perot foi a principal doadora, mas se vê espaços patrocinados pela DELL, Texas Instruments e outras grandes multinacionais.

O conteúdo é riquíssimo como tudo mais. Vários experimentos interativos tornam a visita um deleite. As crianças têm oportunidade de correr, brincar, participar de jogos e de competições com cunho educador.

Os cinco andares de exposição ( o sexto andar é de adm) são :
-1 : Esportes, Espaço Criança e auditórios;
0 : Entrada e exibições especiais;
1: Vida, Ser Humano e Engenharia e Inovação;
2: Terra, Energia, Germes e Minerais;
3: Universo, Vida “now and then”, Pássaros.

Em todos os andares há vários experimentos interativos que são educativos. O uso de tecnologia é intenso. Muitas experiências interativas usam câmeras de captura de movimento para que os gestos do visitante se reproduzam em uma tela. Por exemplo, simulei o voo de um pássaro em um equipamento assim. Vejam o vídeo abaixo para entender como funciona.

No espaço esporte encontrei mais experimentos interativos sobre temas diversos. Há, por exemplo, uma raia de corrida com um telão adjacente à mesma onde o visitante pode comparar sua velocidade com animais como o Leopardo, o Tiranossauro ou uma Baleia. Pode ainda se comparar com atletas profissionais de alto rendimento. Os competidores virtuais fazem o percurso no telão. 

Nesse mesmo espaço minha imagem chutando uma bola de futebol e passando uma bola de basquete foi capturada. Pode-se depois disso comparar as imagens com a de profissionais. Tudo isso em super slow motion o que dá um efeito muito legal (vejam o vídeo abaixo).

Minha visita ocorreu na segunda-feira. Muitas crianças acompanhadas por pais ou avôs estavam presentes. Fortaleci a convicção de que um museu como o Perot tem um impacto importante na vida de uma criança/jovem que o visita. Vê-se por suas feições o entusiasmo pela descoberta que a participação em cada experimento causa.

A carência brasileira em museus, em especial os de ciência, simboliza nosso atraso em termos educacionais. Cabe-nos combate-lo.








                                                    Fachada principal do Museu

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Inovar sim, mas por quanto tempo?


Em passagem por Dallas, na ida para a Costa Rica participar do Clihc 2013, aluguei um carro. A Dollar Rent-a-car tinha o melhor custo-benefício. Como habitualmente faço, solicitei que o carro viesse com GPS. Desta feita, carregava uma dúvida, pois sabia que se ativasse um chip pre-pago no meu celular poderia usar o GPS do próprio. Mantive-me conservador e solicitei o GPS assim mesmo.

Qual foi minha surpresa quando recebi o carro com um Galaxy II Note da Samsung com chip que me permitia ligar para o Brasil, acessar Internet 4G e com GPS a U$ 19,00 diários. Ou seja, a Dollar ao invés de usar os “inovadores” (até bem pouco tempo) receptors tipo Garmin e Tom Tom decidiu mudar de plataforma. Foi uma sacada genial.

O Galaxy se tornou bem mais do que um simples GPS para mim. COnfigurei-o para que se tornasse meu roteador de 4G e nem no hotel precisei pagar Internet. Um roteador móvel para acesso Web do computador e de meu iPhone. 

Essa estratégia da Dollar provavelmente será seguida por todas as locadoras de carro (se já não estiver ocorrendo). Um tiro de misericórdia nos fabricantes de receptores de GPS. Ainda parecia ser um nicho que eles explorariam. Não demorará mais nada.

Vejam abaixo o que encontrei pelo Google no site da própria Dollar. Uma notícia falando da inovação de usar receptors GPS em todos os seus carros alugados. Isso foi em 2005. Oito anos atrás. A vida das inovações está cada vez mais curta.





terça-feira, 26 de novembro de 2013

Gestão do Conhecimento 2.0

Estive na tarde de hoje palestrando no Tribunal de Justiça do Estado do Ceará sobre Gestão do Conhecimento. Decidi falar do que considero ser o futuro do tema e que batizei de gestão do conhecimento 2.0 (em analogia a Web 2.0 e governo 2.0). Os slides apresentados estão abaixo. Caso tenham maiores questões, digam-me.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Cidades Mais Inteligentes

A era digital que vivemos é pródiga em siglas, slogans e termos que acabam caindo no uso popular (e.g. bits e bytes). Um dos mais recentes é o conceito de cidade inteligente (Smart City).  Não seria difícil obter o consenso de que uma cidade inteligente deve ser sustentável, segura, inclusiva, fácil de se locomover, propensa à criatividade e à inovação, enfim, facetas que, de uma forma ou de outra, caracterizam um local bom para se viver.

Qualquer que seja a faceta a ser considerada, um nutriente fundamental para alimentar uma cidade inteligente é informação de qualidade.  Cotidianamente, uma avalanche de dados é coletada e armazenada digitalmente, em especial pelos governos. Explorar esses dados para produzir informação útil  é, no entanto, tarefa de toda uma sociedade e não exclusivamente de governos. Para isso há uma mudança cultural que precisa ser implantada, pois ainda prevalece nos governos a prática de guardar dados e monopolizar seu uso.  

Uma política de dados abertos governamental com ênfase na transparência dos dados é infraestrutura para o desenvolvimento de uma cidade mais inteligente. Cidades inteligentes usam, por exemplo, informações sobre tráfego de veículos para auxiliar os cidadãos sobre que rota ou que meio de transporte tomar e assim serem mais racionais no uso do recurso escasso não renovável. Para que isso seja possível as informações sobre tráfego devem estar disponíveis de forma que empresas, jornalistas, autônomos, cientistas, estudantes, enfim, empreendedores de uma forma geral possam criar serviços a serem usados por todos.

A decisão da Prefeitura de Fortaleza de lançar em breve um portal de dados abertos da cidade visa colocar Fortaleza nesse diapasão. O portal irá inicialmente apresentar dados digitalizados da cartografia da cidade e de suas diferentes camadas de informações como pontos de coleta de lixo, iluminação pública, rotas de ônibus e semáforos. Um caminho que somente começa a ser trilhado, deve envolver todos os órgãos que fazem a administração municipal, mas que precisa ser pavimentado com o apoio da sociedade para que seja um caminho sem volta.

*artigo publicado no Jornal O Povo de terça-feira 29/10


sábado, 2 de novembro de 2013

Presidente da Obra

Só quem está construindo ou construiu uma casa consegue entender na sua plenitude essa publicidade maravilhosa da Tigre. Não são poucas as vezes que me vejo refém dos "Presidentes da Obra". Uma experiência digna de Ariano Suassuna "Ruim de viver, bom de contar". Para os que não conhecem a publicidade, sigam-na abaixo.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O Poder de um Photoshop

Nesses dias em que a exposição nas redes sociais é cada vez mais frequente e determinante na busca de um companheiro(a), é mais importante um Photoshop ou um personal trainer? Veja o video abaixo antes de responder.

domingo, 20 de outubro de 2013

A Barra está pesando no Facebook


O debate sobre Segurança Pública nas redes sociais (se é que podemos dizer que as opiniões lá expressas configuram um debate)  têm me preocupado. Se por um lado, vejo com entusiasmo a possibilidade da sociedade expressar sua indignação e cobrar providências, por outro lado vejo como as opiniões tendem a buscar soluções simples para um problema complexo e que vêm sempre carregadas de preconceito e falta de visão sobre a questão.

Não culpo as pessoas pelo desconhecimento sobre como solucionar os problemas. Segurança ideal é aquela que se tem sem precisar de polícia ou mesmo nem pensar em “segurança”. É viver despreocupado. É algo que se quer e não se quer nem pensar como conseguir. É como juiz de futebol: bom é quando o jogo acaba e ninguém nem percebe que ele existia. É querer demais que a sociedade tenha soluções técnicas para uma coisa que não se quer nem pensar que existe.

No entanto, como tenho estudado um pouco o assunto e vivi o contexto (muito embora, não tão à fundo como um policial que atua no dia-a-dia), não espere de mim apoio à soluções prontas, muito menos à soluções pautadas em repressão desmesurada suportada por chavões tipo “bandido bom, é bandido morto”.

Já escrevi sobre soluções e diagnósticos e quem quiser se aprofundar sobre o que penso pode ler aqui, aqui e aqui. Em especial, no final de 2007, escrevi essa retrospectiva do ano que faz referencias para textos sobre segurança e que estão bem atuais. Dado a recorrente popularidade do tema, vou buscar resumir nesse texto alguns dos pontos que considero essencial para ver se contribuo em colocar o debate em uma boa direção.

A primeira coisa é que não se faz uma política de segurança baseada somente na repressão ou somente baseada na prevenção. Não existe e  nem pode existir exclusividade entre essas coisas. Não são coisas conflitantes. Portanto quando se fala em atacar causas sociais, não se pode achar que se esteja falando em deixar um bandido profissional livre porque ele teve uma vida difícil ou sem oportunidades. Nem se pode pensar que é somente algo a longo prazo que só vai dar resultado quando o brasileiro for educado e tiver boa renda. Por outro lado, é completamente absurdo dizer que uma criança de 11 anos de idade que esfaqueia alguém não pode ser cuidada, tratada e reintegrada à sociedade.

Então é bom separar as duas coisas. Há causas da insegurança que devem ser atacadas pelo ponto de vista social e há outras que devem ser atacadas pelo ação rigorosa dos agentes da lei. Isso é de uma obviedade sem tamanho, mas é preciso ser dito e redito, porque é frequente a confusão que as pessoas fazem entre esses contextos. Aliás, nos dias atuais, há ainda outra coisa que complica muito esse contexto que são as manifestações de protesto, black blocs e similares. Não vou nem ousar complicar muito.

Sobre o aspecto social, vale a pensa ressaltar que há muitos exemplos no mundo, de lugares tão díspares como Colômbia ou EUA, que ações preventivas em áreas abandonadas pelo Estado, em especial focadas na juventude, voltadas a arte, esporte, qualificação profissional e oportunidade de trabalho dão resultado muito mais rápido do que poderíamos pensar.

Sobre o aspecto repressivo (onde as opiniões milagrosas e pré-fabricadas mais se situam), deve-se compreender que Polícia boa é aquela que age de acordo com a lei. A firmeza da ação policial não pode nunca ser confundida com arbitrariedade. Temos que buscar qualificação e temos que enfatizar o respeito às leis pelos agentes de segurança. Talvez atacar a qualificação da polícia seja até mais a longo prazo do que realizar ações preventivas pontuais em áreas desprotegidas.

Para não me alongar muito, sugiro mais cautela nas soluções. Se acham que vale a pena ficar vibrando porque um policial matou alguém durante um assalto e dizendo palavras de apoio à violência arbitrária, lembrem-se do último aspecto que desejo enfatizar nesse meu resumo. Segurança pública é todo um sistema e que não exclui o Ministério Público e a Justiça. Esse sistema judiciário com todo seu aparato (advogados de acusação, de defesa, juízes, etc.) ainda comete falhas em seus julgamentos, imaginem se decidirmos dar o poder de decisão de quem deve viver ou não a cerca de 20.000 policiais (números cearenses) com qualificação totalmente inadequada para tomar tais decisões.

Para terminar, não me surpreende que programas televisivos policiais explorem com tanto entusiasmo esse sentimento humano de “ver sangue”. O sensacionalismo sempre vendeu e nesses dias de liberdade de expressão de uma democracia jovem nunca vendeu tanto. Se quisermos transformar o Facebook em mais um desses veículos, digo logo que estou fora. Desligar o canal é fácil, é só barrar a amizade. 

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Old Uncle in the Basket

Muito bom esse vídeo da Pepsi em que um atleta da NBA se fantasia de um velho "Uncle" e esnoba os jovens na quadra. Nada mais que 27 milhões de views no you tube (quando acessei). Ri muito quando "Uncle Drew" fala que esses jovens de hoje só têm mesmo esses tênis luminosos. Um regalo para os saudosos do Converse All Star de pano, meu primeiro tênis de basket (e de muitos da minha geração). Viva a nostalgia !!!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

A Transformação Europeia

Vejam que video interessante esse abaixo. Mostra a modificação do mapa da Europa de 1000 a.d até os dias atuais. De uma forma geral, podemos perceber o agrupamento das nações que antes eram muito pulverizadas. A atual Alemanha, por exemplo, era todas quebrada.

domingo, 22 de setembro de 2013

WikiCrimes vai bem, obrigado!

Tenho recebido várias perguntas de pessoas que conhecem WikiCrimes e acompanham o desenvolvimento do projeto desde seu nascedouro. As perguntas referem-se às iniciativas similares que surgiram recentemente como BOColetivo e Ondefuiroubado. Perguntam-me se WikiCrimes ainda existe, se WikiCrimes é similar a essas iniciativas e coisas do gênero. Respondo sem hesitar: WikiCrimes vai muito bem. Sua missão é ser o repositório mundial de registros de crimes. Um objetivo ambicioso, mas que não se pode ter a inocencia de que pode ser atingido da noite para o dia. As estratégias que temos são as mais diversas. Desde a participação individual até a coleta de dados que estão dispostos em outros sites. Aliás, dados desses sites mais recentes já estão sendo coletados para WikiCrimes.

Só para exemplificar a constante dinâmica de WikiCrimes, recentemente pessoas em Curaçao (pequena ilha no Caribe) descobriram WikiCrimes e passaram a registrar. Quase na mesma época em Rio Grande, perto de Pelotas, aconteceu o mesmo. Vejam abaixo as fotos que tirei do mapa desses dois lugares. Renovo assim o convite: Venham participar! Compartilhe informações sobre onde ocorrem crimes e ajudem a sua comunidade.

Lembrando que se você é programador, WikiCrimes é open source (procure o código no GITHUB) e procura sempre colaboradores. Não há nenhuma motivação financeira no projeto que se sustenta basicamente com verbas de pesquisa e com apoio de colaboradores.

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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Relatório do Summit Smart Cities

Recebi o relatório do Summit Smart Cities em que expus e debati em São Paulo no final do Junho. Para os interessados, segue o link do arquivo (clique aqui). Em breve, espero atualizar a apresentação com as novidades que estaremos fazendo em Fortaleza.



terça-feira, 27 de agosto de 2013

Smartphones ainda não chegaram com tanta força. Vai demorar ?

Essa estimativa feita pela Google, reproduzida pelo Mashable (em cópia abaixo) indica que os smartphones ainda não têm, no Brasil, uma penetração tão grande. Não estamos nem entre os 15 países com maior uso (em relação a celulares comuns). A grande questão, que não foi coletada no estudo da Google, é a taxa de crescimento deste uso em outros países. Creio que, muito em breve, faremos parte desta lista.  Surpreendeu-me (e ao Mashable) a posição dos EUA que estão em décimo terceiro. Reflexo da crise?



sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Viaduto e Mobilidade Urbana


Tenho acompanhado atentamente o debate sobre os viadutos a serem construídos no cruzamento da Antônio Sales com Engenheiro Santana Júnior. Trata-se de tema polêmico, pois envolve as diversas e complexas facetas que permeiam o contexto urbano. Recuso análises simplistas e vejo que muitas pessoas fornecem opiniões e soluções que, mesmo para alguém não especialista como eu, são facilmente percebidas como pura retórica.

Parece consenso de que o cruzamento das avenidas em questão é um ponto de estrangulamento do trânsito. Porém, o fato dele não ser o único, exige-nos a pensar sobre a questão de forma mais ampla e assim é natural perguntar sobre qual é o plano de mobilidade urbana da cidade. Afinal, como esperamos ver Fortaleza nos próximos anos? Não sabemos. Não temos um plano e há um bom tempo que ninguém se preocupou em fazê-lo. Se há alguém que não pode ser criticado especificamente disso é o atual prefeito.

Mas até mesmo essa conclusão que fiz logo acima de que não temos nenhum planejamento não é de todo verdadeira. Temos parte do que seria esse plano geral de mobilidade: o plano de transporte coletivo. Esse plano foi concebido há mais de dez anos e, durante esse tempo, vem sendo implementado (com ajustes de variado tamanho). Foi esse plano que concebeu um conjunto de intervenções urbanas na cidade como o viaduto na Antônio Sales com Santana Jr, as obras das calçadas da Costa Barros, a Bezerra de Menezes e outras que acompanhamos recentemente. Ele nasceu com o objetivo de prover vias para o sistema de ônibus rápido (Bus Rapid Transit – BRT). Aliás, diante disso, é inexato então afirmar que o projeto do viaduto da Antônio Sales visa exclusivamente beneficiar carros.  

Se por um lado é muito positivo termos planos que são implementados por diversas gestões, ingrediente básico para o sucesso de qualquer iniciativa ampla de intervenção urbana, por outro lado, é necessário sempre atentar para a obsolescência do que foi proposto. Estaria o plano inicialmente proposto com data de validade totalmente ultrapassada? Ainda não me convenci que sim.

Os impactos ambientais do viaduto existem (como em toda obra), mas podem ser mitigados com medidas compensatórias como as que a prefeitura se propôs a fazer e que o Prefeito inclusive incrementou. Ademais, a desobstrução do fluxo de veículos e de ônibus na região provoca redução de emissão de gases o que pode ser benéfico ao meio ambiente, dizem alguns, que em escala mesmo superior às árvores derrubadas. Eximo-me de comentar sobre os aspectos legais, os desconheço e acho mesmo que são acessórios. Prefiro pensar que as autoridades responsáveis e o judiciário saberão decidir. O que considero mais relevante é o debate público sobre o nosso desejo em tanto que sociedade. 

Mas como desconsiderar o impacto no entorno dos viadutos? Impossível. Todos sabem que viadutos criam áreas degradadas, em particular, perto de seus alicerces. Os benefícios da obra valem para pagar essa conta? Haveria outra solução que não o viaduto? Certamente sim, mas a que custo? De  posse de dados fornecidos pela Secretaria de infraestrutura da PMF, pude entender que a alternativa escolhida tem custo muito menor do que uma solução que envolva um túnel (cerca de 5 vezes mais caro). Isso se dá, em sua maioria, pelo fato das condições específicas do terreno exigir obras de drenagem e infraestrutura de monta. Novamente faz falta o plano maior de mobilidade urbana. Se ele existisse, seria mais simples definir as medidas compensatórias e as prioridades. Mas, repito, ele não existe e esperar por sua criação e não fazer nada até lá poderia significar passar os quatro anos de gestão sem ação.  

Vendo o cenário dessa forma, fica mais claro compreender a decisão do Prefeito. Decidiu não omitir-se. Louvável!  Homens públicos precisam tomar suas posições. Foi eleito criticando a inoperância da administração anterior especificamente na área de mobilidade urbana. Ele sabe muito bem que as urnas o avaliarão.  Diferentemente de mim  e de outros que podem opinar sem muito compromisso com o “fazer”, ele sabe que vai ser avaliado por essa e por outras decisões como ela. Manteve a coerência com os que o elegeram e sente haver apoio para isso.  

No fim, acho que a cidade está amadurecendo e o debate tem sido muito bom para gerar o engajamento tanto dos opositores quanto dos apoiadores. Tirando o viés politiqueiro, que sempre existe nesse tipo de debate, vejo por um lado um discurso por uma cidade ideal e por outro um discurso pragmático por uma cidade viável a curto prazo. Há razão nos dois lados, mas seria bom se pudéssemos canalizar as energias para termos logo um amplo debate que leve a criação do plano de mobilidade. Tenho notícias de que a própria PMF está iniciando isso. Quanto mais cedo o tivermos, mais rápido o implementaremos, e menos viveremos a ânsia de fazer somente o possível e viável. 

P.S. Talvez nem fosse necessário dizer, mas quero enfatizar que esse texto não reflete uma opinião oficial de gestor da CITINOVA/PMF, mas de cidadão. 


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Armadilhas do Mundo Digital: Oportunidades de Pesquisa

Essa semana vi uma foto que circula na Web e que me fez pensar sobre como cada vez mais será difícil a evolução dessa comunicação digital em espaços públicos. A foto, postada abaixo, foi tirada na Allianz Arena, estádio do Bayern de Munique que jogava contra o São Paulo.

Nessa Arena há um painel de display que mostra algumas mensagens enviadas pelos torcedores ao Twitter. Uma forma comum é promover hashtags sobre temas definidos por patrocinadores. Na foto abaixo dá pra ver que a hashtag era #HelloAudiCup (Audi Cup era o nome do torneio). Pois bem, vejam a frase que saiu "Ei Douglas, vai tomar no cu!" :-))

O torcedor sãopaulino @Darkfabuloso (ou seria rival?) quis participar da brincadeira a seu jeito e soltou o berro. O moderador (provavelmente alemão ou talvez corinthiano :-))) não teve o cuidado de investigar e acabou liberando o texto que ganhou notoriedade rapidamente.

Taí um bom assunto de pesquisa em informática. Será que podemos fazer essas moderações automaticamente?

domingo, 28 de julho de 2013

Francisco Certo na Hora Certa



Impossível dissociar uma liderança do contexto em que ela nasceu e floresceu. O Papa Francisco é um exemplo muito claro disso. Incrível com em tão pouco tempo de papado ele já mostrou-se carismático a ponto de ser idolatrado, não somente pelos fiéis que sempre veneram a figura papal quem quer que ele seja, mas principalmente como líder político global. Conhece como ninguém a pobreza sulamericana e o luxo do Vaticano.

O que me intriga é que sua mensagem de austeridade, simplicidade, desapego de bens materiais e etc. não é nova. A Igreja Católica a professa desde Cristo. Porque então essa impressão de que o Papa traz uma mensagem nova?

Vejo, pelo menos, duas explicações. A primeira está na própria figura do Papa. Começou sua gestão com gestos simbólicos que mostraram que aplicaria a si mesmo o que pregava. Ou seja, liderar pelo exemplo. Se o discurso de desapego ao luxo, humildade e austeridade é milenar, a prática da Igreja durante esse tempo nem sempre é condizente com isso. Ele começou mostrando que quer mudar isso. Vai conseguir levar adiante a níveis significativos? vamos esperar que sim.

A segunda explicação está no contexto econômico global dos dias atuais. A crise provocada em grande parte pela ganância induzida pelo sistema capitalista é ambiente fértil para uma mensagem diferente: uma segunda via. A ecologia, o consumo consciente, o combate às desigualdades estão entre os conceitos que emergem e convergem naturalmente para uma mensagem “franciscana” (nos dois sentidos).

Obama, durante um certo tempo, parecia ser esse líder. Não conseguiu deslanchar. Será  Francisco o escolhido? E será que ele quer?

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Importação de tomógrafos, sim. De médicos, não?



Espero que o Brasil não perca a oportunidade de implantar um programa de importação de pessoal qualificado por causa de tanta desinformação e corporativismo. Todo País do mundo quer receber gente qualificada em qualquer setor. Americanos e canadenses são exemplos só para ficar pelas Américas. Perdi a conta dos alunos e amigos que hoje estão no Canadá, Europa e EUA. O engraçado é que todo mundo se lamenta quando eles se vão. Quando se fala em trazer de lá pra cá, não vejo a mesma coerência.

Especialmente nos últimos anos, não éramos atrativos para imigração qualificada, pois as condições econômicas e políticas não favoreciam. Isso mudou. As próprias crises por que passam os países desenvolvidos favorecem-nos. O projeto de atração de médicos surge dentro deste contexto favorável. Na verdade, isso não se trata de iniciativa isolada na área médica. A Ciência e Tecnologia também tem programa similar com o Ciência Sem Fronteiras onde há diversos incentivos para a instalação de pesquisadores estrangeiros no País.

Em essência, sou completamente favorável a todas essas iniciativas. Há, evidentemente, alguns senões à forma como o Governo tem tentado realizar isso na área médica. O foco inicial em cubanos foi muito infeliz, pois fez emergir um debate ideológico que está longe de ser o centro da questão. O governo parece-me que gradativamente corrige isso passando a não privilegiar uma ou outra nacionalidade.

O reconhecimento do diploma de médico aqui no País é outra coisa que precisa ser equacionada, mas que não me parece muito difícil. Equivalência de diplomas é algo que já vem sendo feita no meio acadêmico rotineiramente. Lembro-me que quando terminei meu doutorado no exterior, fui obrigado a fazer o reconhecimento do mesmo aqui no Brasil. Todos que estudam fora o fazem.   

Sobre a questão de fornecer a mesma oportunidade dada aos estrangeiros para os brasileiros, essa então é uma questão ainda mais simples de solucionar, e o governo agiu na direção correta. Abriu para que todos, sem distinção de nacionalidade, concorressem às vagas. Alguém de sã consciência acha que um brasileiro que mora a centenas de km de uma cidade do interior, fala português, não precisa validar diploma, etc. etc. não leva vantagem em um processo competitivo com um estrangeiro que está a milhares de quilômetros, não fala a língua e tem que se separar de suas raízes? Claro que leva.  Só não assume porque não quer e se não quer, tem mais é que torcer para que os estrangeiros queiram.

Por fim, vem a questão da forma legal de contratação das pessoas. Há um ônus de programas como esse, pois fogem ao lugar-comum, e precisam de soluções ad hoc. Fornecer bolsas é uma forma de agir com rapidez, devido à urgência reclamada pela população que sofre com o mal atendimento. O caminho natural para os bolsistas é que façam concursos e que ocupem cargos no serviço público paulatinamente. Reconheço que é um ponto que precisa avançar, mas também é fato de que os municípios carentes não têm condição de bancar um incremento grande nas suas folhas de uma hora pra outra.  

De certo, a contratação de mais médicos e a alocação dos mesmos para lugares menos favorecidos não é a solução definitiva para todos os problemas da área. As deficiências de estrutura, material e pessoal de apoio são também entraves, mas não consigo ver onde um impede o outro. São ortogonais. Diria mesmo que quanto mais médicos, mais poder de pressionar para que as estruturas sejam melhoradas. Uma coisa é certa: médico, até sem material, cura e salva, enquanto que material sem médico, não.


sábado, 13 de julho de 2013

Apavorado ou não, use WikiCrimes


Nos dias de hoje, vendo surgir e acompanhando em Fortaleza os movimentos em redes sociais como “Fortaleza Apavorada” e “Fortaleza Sem Medo”  percebo a riqueza dos mesmos pela pluralidade e capacidade de viralização que possuem.  A movimentação que vêm provocando é muito salutar e tem potencial para pressionar as autoridades para que mudanças efetivas ocorram. Mas nem tudo é só virtudes.

A diversidade dos que participam desses movimentos faz com que as opiniões e percepções sobre os problemas da Segurança Pública sejam por vezes preconceituosas, com interpretações equivocadas das causas e, principalmente, do que seriam as soluções viáveis. Isso não é nada extraordinário e seria previsível que ocorresse. Afinal, não é papel das pessoas proporem soluções para um problema tão complexo. A divergência de opiniões e percepções talvez nem seja um problema tão sério se o objetivo for somente o de pressionar  o poder público.  

No entanto, nenhum movimento social se sustenta muito tempo só com esse propósito de indignação, principalmente se não se percebe algum resultado efetivo. Ele tende a ser envolto por um sentimento de desconforto de seus membros pela falta de objetivo a longo prazo o que também afeta também a imagem do movimento junto à maioria silenciosa que só observa.

Por essa leitura, tenho ainda mais convicção de que WikiCrimes é um instrumento valiosíssimo a ser apropriado pelas pessoas e por esses movimentos. WikiCrimes foi pensado com o objetivo de captar essa indignação das pessoas, mas ele tem uma proposta concreta de fazer algo mais. Um algo mais que não requer alinhamento quanto às crenças ideológicas, preconceituosas ou não, e nem precisa ser especialista em Segurança Pública. 

Nossa opção foi a de desenvolver em WikiCrimes serviços que pudessem ser usados por todos. Além de ser esse algo a mais do que só se indignar, esses serviços deveriam ser os impulsionadores da participação popular e dos governos. Serviços como alertas de crimes na sua área, aplicativos no celular, a possibilidade de gerar QR-Codes para indicar nos locais quantos crimes ocorrerão na região são exemplos.

Basta participar denunciando ocorrências e usar os serviços. Se os governos começarem a participar também, ótimo. Mas isso não é obrigatório. Se conseguirmos movimentar as pessoas nessa direção vamos canalizar nossa energia para algo que vai fazer a diferença. Para os que ainda não conhecem o projeto, há muito texto escrito nesse blog sobre o assunto. Os vídeos abaixo também ajudam a compreender a ideia.

 


domingo, 30 de junho de 2013

A Beleza de Fortaleza


Em Maio de 2007, recém-chegado do pós-doutorado em que passei pouco mais de um ano na Califórnia, escrevi sobre a Beira-mar.
Na época descrevi meu sentimento quando passeei pelas calçadas e percebi todo o calor humano e diversidade lá presentes. Aqui decido voltar sobre a questão, porque vi alguns comentários de turistas que vieram a Fortaleza e disseram não achar a cidade bela. Diziam não ter visto nada de especial.

Lembrei-me de quando cheguei em Marseille na França, cidade que morei por quatro anos. A primeira impressão quando lá cheguei foi a de achar a cidade feia. Era minha primeira ida a Europa e esperava aquelas coisinhas lindas bem ajeitada, tipo Suíça. Marseille não tinha(e não tem nada disso). É um caos só. Multiarquitetura, multicultural, multilépoca J).  Só compreendi a beleza da cidade depois de algum tempo. E vi que a França não tem tantas cidades como Marseille.

Acho que Fortaleza, embora muito diferente de Marseille, é uma cidade dessas que não dá para perceber a beleza em um primeiro momento como Rio, Paris e outras onde as beleza natural aflora. Ela tem que ser vivida e sentida. E a Beira-mar (incluindo a Praia de Iracema) é para mim o local a se sentir.

Sempre que lá passeio, vejo uma representação de classes, de culturas e de valores incríveis. Difícil encontrar um espaço amplo, cheio de atrações, como muita gente e eclético como a Beira-mar. A proximidade com a zona hoteleira e restaurantes é riquíssima. Durante a Copa das Confederações adorei ainda mais passear na Beira-mar. A mistura de gente tornou-se ainda mais eclética.

Lembro que tudo isso é ainda temperado pelo cearense com seu condimento especial: o bom humor.  Há sempre um vendedor exótico fazendo alguma graça (com a própria desgraça ou zombando da cara do próprio comprador (pode algo ser mais politicamente incorreto)).

Seria muito pobre reduzir a beleza de Fortaleza à noite da Beira-mar? Talvez, mas se os turistas a vivenciarem  vão começar a perceber uma  beleza que vale o ticket. 

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Brasil x México: Uma Odisseia no Sol


Fomos ao jogo, Beth e eu, depois de ter tentado em vão transferir o ingresso dela. Depois do show do Paul, era compreensível que não ela não quisesse ir mais ao Castelão. Ainda por cima para assistir futebol, o que decididamente não a encanta tanto.

Não consegui transferir o ingresso o que serviu para indignar-me mais ainda com a FIFA. Estou a procurar um exemplo do tão propalado padrão FIFA. Filas na entrega dos ingressos, site cheio de bugs, com péssima usabilidade e ainda com a impossibilidade de escolher o local onde se quer sentar mostram que, antes de exigir das autoridades brasileiras, a FIFA tem que fazer seu dever de casa. Sugiro umas aulinhas particulares com a NBA.

O dia do jogo não começou muito bem para mim. Fui jogar basquete e machuquei o joelho (coisa de atleta Master L ). Ao voltar para casa de bicicleta, como habitualmente (nem tanto, pois o joelho acusava), identifiquei um ponto de parada de ônibus, que supostamente deveria coletar torcedores da região da Beira-mar para levar diretamente ao Castelão. Ficava a poucos metros de nossa casa e por isso decidimos ir de ônibus. Começava minha Odisseia.

13:30 chegamos ao ponto de ônibus. A fila de torcedores, em sol a pino, já estava formada e, embora não muito grande, foi suficiente para apresentar-me ao que me esperava. Detalhe: o suor começou a descer e o joelho começou a incomodar.

14:10 O ônibus chega enfim! Lota rápido. Eu e Beth quase não conseguíamos entrar. Sempre cabe mais um com jeitinho. Deu até nostalgia do tempo em que ia ao Náutico nos domingos. Ressalto, nostalgia, mas não foram saudades.

14:20 Ônibus lotado, muito grito e vaias. Aquele grito e vaia típico de cearense. Bem moleque. Beth se divertia. O joelho inchava. O motorista ainda tenta parar em outra parada. Muita gritaria. Não cabe mais ninguém! Ele continua e dobra na Desembargador Moreira em direção ao Castelão.

14:30 Percebo algo errado. Estávamos indo em um caminho que levava diretamente à passeata. Grito para o motorista: “É esse caminho mesmo?”. Ele nem responde. Peço permissão a alguns e chego do lado dele. Pergunto-lhe se ele não sabe que está havendo uma enorme manifestação bem à frente. Ele disse que sim. Insisto. “Qual é sua rota?” – “É essa mesmo Doutor.”. Pegou um papelzinho do bolso, leu em voz alta: “vá na Abolição, dobre na Virgílio Távora e siga em frente”. Ops! Falha. Alertei-lhe, não sem uma certa irritação, que ele não tinha dobrado na Virgílio Távora, mas na Desembargador Moreira.

14:35 Viro copiloto do ônibus. Começando com um balão nada fácil de ser feito na Raul Barbosa, começamos a voltar para pegar a rota do Iguatemi e Rogaciano Leite. Sorte nossa que o engarrafamento foi pequeno. Quando na Rogaciano Leite, o motorista me disse: “É por aqui mesmo Doutor. Agora estou lembrando do caminho”. Aha!

14:45 Chegamos na Oliveira Paiva. Tudo parado. Olhei no Google Maps. Estávamos a 4,3 km do Castelão. Comecei a me preparar para andar. Era só o que podíamos fazer. A Polícia havia bloqueado a entrada dos ônibus, pois os manifestantes estavam planejando mudar de local. Recebemos o alerta: “Desçam e corram” (só faltou o “negrada”). Correr como? O joelho tinha inchado muito e até andar estava difícil. Detalhe novamente: não há como esquecer que estamos na Terra do Sol.

15:10 Momento mais tenso. Vi-nos andando (não conseguia correr) em direção ao Batalhão de choque e à frente da passeata. Gritos de ordem dos dois lados. Alguns começaram a dizer “tão atirando!”. Até tenho simpatia pelos movimentos populares, mas confesso que não era exatamente daquele que tinha planejado participar. Se tivessem tirado uma foto desse momento, tenho certeza que pareceríamos líderes à frente da multidão. Começamos a rir. Tinha outra coisa a fazer?

15:20 Estávamos no meio da multidão. Como não conseguia correr, a passeata nos envolveu. Chegando à linha de frente, uns organizadores da passeata disseram para abrir espaço para os que queriam assistir o jogo. Até que enfim uma voz de bom senso no meio de um coro eclético de jovens já com máscaras e óculos para se proteger dos gases e sprays que pareciam ter certeza de que viriam.

15:25 Passamos da cavalaria com alguns outros retardatários mostrando os ingressos.

15:40 Chegamos ao estádio. Nosso assento era bem na frente daquele que havia nos acompanhado durante toda essa jornada: o sol.

16:00 Cantamos, ou melhor, gritamos o hino. O melhor momento de todos. Hoje, indo de táxi para o aeroporto em São Paulo, ouvi do taxista o quanto ele tinha se emocionado com a forma como cantamos: “Vocês, lá em Fortaleza, emocionaram a gente com aquele hino”. Ele disse que havia gravado na Internet e escutava de vez em quando com os filhos. Só então percebi o impacto nos outros que não estavam lá. Não falarei do jogo. Dele vocês já sabem tudo.

16:10 Beth olha pra mim e diz rindo: “Você está derretendo como picolé”. Sem comentários.

16:30 O sol nos deu ciao. Não lamentei nem um pouquinho.

17:40 Decidimos sair. O jogo estava 1 a 0. Meu joelho era uma bola, só não tão grande quanto a que o Neymar estava jogando. Não sabia como conseguiria andar, entrar no ônibus, enfim, fazer o trajeto de volta.

18:00 Na caminhada, encontrei com velhos amigos que nos acompanharam e que me ajudaram a esquecer do joelho. Vimos o cenário de destruição oriundo da batalha entre manifestantes e polícia. Soubemos que tinha sido antes mesmo do jogo ter iniciado. Ou seja, logo após nossa passagem.

18:15 Encontro um táxi parado no meio do nada (nem sei como ele conseguiu entrar naquela região). Proponho, sem muita esperança, uma corrida. Ele aceita. O salvador da pátria. Tinha marcado para pegar um grupo que já tinha lhe pago.

19:00 Chegamos em casa.  O taxista havia acabado de receber um telefonema do grupo. Eles o esperavam. Vai dar tempo de voltar. A corrida foi R$ 40,00. Ainda tive fôlego para brincar com ele e dizer-lhe que não pagaria isso. Dei-lhe, na verdade, tudo que tinha na carteira cerca de R$ 70,00. Estava morto.

Agora lhes pergunto: “dá pra colocar culpa na idade?”. Só sei que Ariano Suassuna tem razão quando diz (me foi contado por Luis Eduardo Menezes) “o que é ruim de viver, é bom de contar”. 

domingo, 16 de junho de 2013

Jornalismo de porta de delegacia

Esse video do excelente grupo Porta dos Fundos é uma caricatura super divertida do jornalismo policial que, embora com alta popularidade, tem efeitos claramente maléficos no contexto já tão conturbado da Segurança Pública. O sotaque nordestino/pernambucano é um toque a mais de humor.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Até Logo

Hoje escrevi artigo no O Povo descrevendo as razões pelas quais decidi parar momentaneamente de escrever naquele cotidiano. Segue o artigo abaixo.

Há cerca de um ano fui convidado para escrever nesse espaço livre e democrático. Era uma novidade para mim e que se mostrou extremamente prazerosa. Já exercitava a expressão de minhas reflexões no Blog que entretenho, mas a audiência de um jornal/portal de grande circulação deu-me mais oportunidade de sentir a reação dos leitores. 
 Neste trajeto, encontrei muita gente que me abordava e dizia  “li seu artigo, era o que eu queria dizer”. É algo muito agradável sentir-se porta-voz de outros. Embora nem sempre os comentários sejam de felicitações, elas prevaleceram. Parece-me que quem não gosta do que você fala prefere não polemizar. 
 Recentemente, fui convidado a fazer parte da equipe da Prefeitura de Fortaleza, como Coordenador Adjunto da recém-criada pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação, liderada pelo Prof. Tarcísio Pequeno e que tem a sugestiva sigla de CITINOVA. Aceitei o desafio.
 
Está me sendo dada a oportunidade de, não só contribuir com minhas ideias, mas sobretudo de agir. Nossa missão na CITINOVA é de promover a inovação para a cidade por meio da ciência e da tecnologia. Um desafio que não deve se restringir a uma área específica e com possibilidades de aplicações em toda a cidade.  Apaixonante, não? Não tinha como declinar.
 
 A nova aventura requer fazer algumas escolhas. Deixar de escrever neste espaço é uma das que estou me impondo. Creio que minhas reflexões, se forem críticas, devem ser expostas internamente para a administração municipal. Se não forem críticas, vira bajulação. Enfim, melhor calar momentaneamente. Obrigado aos leitores e meu “até mais ver”.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Fui pra balada


Para quem duvida do poder de aproximação das redes sociais, vai aqui breve depoimento. Um fim de semana desses, em que fui abandonado por minhas mulheres (L), decidi ir a balada.

Antes que minha mulher saiba por outros e me veja em apuros, exponho logo aqui o tipo de balada a qual me refiro: em casa, tomando um drink, só e acompanhado por amigos no mundo virtual. Um momento incrível, nostálgico e plural. Converso com muitos amigos de diferentes épocas. Alguns mais próximos, outros nem tanto. Pitacos aqui e acolá, vai o tempo passando e uma sensação incrível de que, só na sala, com gente tão eclética como David Guilmour, Amy, Andreas Wollenweider, Burt Bacharach e muito rock and roll, não estou só. Muito pelo contrário. Estou muito bem acompanhado.

Essa é a magia das redes sociais. Permite uma conexão instantânea entre pessoas de diferentes gerações ou não, de amigos ou não, de próximos fisicamente ou não, enfim, uma balada movimentadíssima. Abaixo um exemplo do que escutava e que me tocou vindo de Loló, um amigo roqueiro, que hoje viaja ao Rio para sambar na Sapucaí J

terça-feira, 14 de maio de 2013

Sir Paul, Generoso


Estive no Castelão. Poderia contar sobre a odisseia de lá chegar e sair, do calor sufocante, mas tudo isso me parece menor comparado à figura única de Paul McCartney.

Sempre fui admirador de sua obra, mas o show aqui em Fortaleza, trouxe-me um algo mais que não costumo sentir por artistas ou celebridades quaisquer que sejam. A relação entre artistas e seus fãs é simbiótica. Não existem um sem outro. Artistas precisam de audiência, afinal, obtê-la é razão de sobrevivência. Ocorre que nos dias atuais a indústria da celebridade trabalha forte para criar ídolos que, pelo artificialismo de sua criação, são cada vez mais efêmeros. 

Paul não tem nada de efêmero.  Com os garotos de Liverpool ou em carreira “solo”, Paul sempre criou e encantou. Sua postura sem exotismos, também já me era conhecida. Aqui em Fortaleza mostrou-se detentor de um carisma que me tocou.  Talvez estive esperando que ele agisse de acordo com o que sua fama lhe daria o direito (a tirar pelo comportamento esnobe de grande partida dos famosos de hoje em dia). Ao contrário, Paul foi de um profissionalismo, uma simplicidade e uma classe sem tamanho.

Paul se preparou para compartilhar seu palco. Senti seu prazer em fazer sua audiência alegre com sua música. Seu interesse em se conectar com os cearenses foi tocante. Claro que era tudo programado. As “pescas” escritas em português e cearês que usava demonstrava isso. Mas porque aquilo tudo não soava falso? Porque era dito por Paul. Porque ele não precisava daquilo. Se fizesse um show tecnicamente correto todos iriam adorar. Quis ir além. E foi. Havia uma generosidade no ar. Ele tinha mais a nos dar do que nós a ele. O mais incrível é que no final, creio que ele ficou feliz. É a plenitude da relação simbiótica. A realização do astro pela emoção dos fãs. Astro. Essa palavra está muito bem aplicada a Paul. Ele não é desse planeta.

* Artigo publicado na coluna Opinião do O Povo de hoje

domingo, 5 de maio de 2013

Chez André

O restaurante Chez André na Dom Joaquim (perto da Monsenho Tabosa) me foi uma surpresa agradável ontem a noite. Como apreciador da cozinha francesa, estava um pouco cansado de ir a restaurantes que propõem pratos típicos franceses, mas que são na verdade adaptações. Não que não veja valor nessas adaptações, pelo contrário, elas normalmente agregam temperos regionais e produzem sabores inusitados. Mas estava com saudades do tempero genuinamente francês.

No Chez André pude comer um excelente filé com Morilles (um cogumelo que não havia ainda encontrado em restaurantes brasileiros) que deu um gosto maravilhoso ao molho de manteiga. Batatas sautés com tomates provençal acompanhavam com perfeição.

Além da boa comida, o ambiente é bem pitoresco. Uma pequena casa, comprida mas estreita, sem muito requinte e circundada de casas com moradores na calçada (alguns comendo um churrasquinho) forneceu um ar bem peculiar ao local. Bem diferente dos restaurantes requintados da cidade. Para ter uma ideia, para ir ao banheiro é necessário cruzar a cozinha onde o maitre francês André  está com ajudantes a preparar os pratos. Curioso.

O preço é salgado. No mesmo patamar dos restaurantes caros da cidade. Talvez o fato de ter poucas mesas tenha levado o proprietário a optar por atingir um público seleto. Uma aposta ousada. Deverei voltar. Aconselho conhecer.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Conectado

Minha entrevista a Arenusa Goulart esta semana na TV O Povo. Um papo leve e descontraído.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Um Sonho de País


Há vinte anos desembarcava com a família na França para cursar meu doutorado. Uma oportunidade única que me foi dada pelos meus empregadores (Governo do Estado e Fundação Edson Queiroz), oportunidade essa que não me canso de agradecer e, por isso mesmo, torno público neste introito.
 Os quatro anos que lá vivi, foram-me de profundo ensinamento, não somente pelo aspecto acadêmico, mas acima de tudo por ter-me permitido conhecer bem o primeiro mundo. Numa época em que a Internet engatinhava, o mundo ainda não era tão pequeno como hoje e viagens deste porte eram raras.
A Europa, em particular a França, foram-me (e ainda me são) fascinantes. Poderia relacionar os vários aspectos que me atraíram e que hoje, vejo atraírem os brasileiros que, de mais em mais, viajam para lá, como limpeza, transporte urbano e segurança. Mas havia algo mais que permeava todos esses aspectos: a igualdade social. A classe média era a grande maioria e com representantes em todas as profissões.
Talvez nada tenha sido mais emblemático para mim, do que quando, no primeiro dia de trabalho da empregada doméstica que havia contratado, a vi chegar em seu próprio carro, logo após ter deixado seu filho na escola. Ela tinha uma rotina de trabalho tão comum quanto à minha. Este episódio me veio várias vezes à cabeça, não somente ao acompanhar o noticiário sobre a nova lei dos empregados domésticos, mas sobretudo por ter ainda ouvido lamentações aqui e acolá de que “a nova legislação dificultará mais ainda a contratação e legalização de empregadas”, “minha vida ficará mais difícil”, etc.
É fato de que a vida poderá ficar um pouco mais difícil para uns que se acostumaram com uma cultura que encarnava a desigualdade de forma tão natural que não podia ser percebida. Ainda há muito disso em nossa sociedade. Mas havemos mesmo é de festejar mais um passo do Brasil para sermos um país de classe média: um sonho que temos não somente o direito, mas sobretudo o dever de compartilhar. Um sonho que se tornarmos realidade vai naturalmente reduzir todos os males que hoje nos afligem.

* Esse artigo foi publicado na coluna Opinião do O Povo em 16/04/2012

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Match Point para Lacoste

Adorei a escolha de Guga Kuerten como novo garoto propaganda da Lacoste. Acho que tem tudo a ver. Não só pela natural ligação da marca do jacaré com o tênis (Henri "jacaré" Lacoste havia sido importante tenista), mas sobretudo pelo fato de Guga ser uma personalidade simpática, simples e muito autêntica. Valores tão importantes e tão pouco valorizados nessa época de belos modelos depilados e metrosexuais. Decididamente, uma escolha feliz !

terça-feira, 2 de abril de 2013

Crise de Identidade do Basquete Master


Esse fim de semana fui a Natal para jogar o campeonato N/NE Master como, aliás, tenho feito nos últimos anos. Uma programação maravilhosa onde se convive com a curriola do basquete, com a família e com colegas adversários de longas datas. Embora marcado por esse ótimo momento de lazer, no campeonato deparei-me com uma novidade que me parece um sintoma de uma crise de identidade desse tipo de evento.

Os campeonatos Master de basquete são divididos em categorias que representam as faixas etárias dos jogadores. Normalmente cada categoria é segmentada em intervalos de cinco anos. No caso do N/NE a segmentação é maior, de pelo menos sete anos. Isso se deve ao fato de que havia poucos praticantes e uma faixa maior facilitaria a formação das equipes.

Desde quando comecei a participar desses campeonatos (cerca de dez anos atrás) tinha em mente que o evento visava promover o congraçamento dos atletas (ex-atletas talvez seja mais justo dizer) motiva-los a continuar a praticar o esporte em seu Estado e, evidentemente, reviver o sentimento de competição que é caro a todos aqueles que praticaram esporte de alto nível.

Posso dizer que a iniciativa é um case de sucesso. Ano após ano o número de competidores aumenta, mas esse crescimento não veio sem seus efeitos deletérios. Alguns passaram a considerar as vitórias nas competições algo tão importante que uma espécie de profissionalização e, no meu entender, deturpação dos objetivos iniciais passou a ocorrer.

Normalmente as regras dos campeonatos Master de Basquete estipulam que somente dois jogadores, ditos “estrangeiros”, podem participar por cada Estado. Como a definição de “estrangeiro” refere-se à naturalidade do jogador, abriu-se a possibilidade de contratar jogadores profissionais que por serem natural de algum estado do N ou NE não seriam considerados “estrangeiros”.  Assim um jogador como Rato que ainda há pouco jogava na NBB e que teve sua carreira toda baseada no Estado de São Paulo, por ser natural da Bahia, pode “legalmente” ser inscrito pelo Rio Grande do Norte sem ser considerado estrangeiro.

Na semifinal que disputamos com os rio-grandenses do norte encontramos uma equipe que tinha pelo menos cinco jogadores nessa situação. Não faziam parte da comunidade de praticantes de basquete do RN, mas foram contratados para conseguir o título. Um exemplo ainda pior foi dada pela liga dissente da Associação de Veteranos Amigos do Basquete do Ceará(AVAB-CE) que fez uma outra equipe para representar o Estado do Ceará na categoria 50+. Nela havia um grupo de nove jogadores, onde nada mais nada menos que oito deles não praticam basquete no Ceará. 

Eis nosso jeitinho brasileiro aqui em prática, ao vivo e a cores. Um jeitinho que visa levar vantagem. Urge uma revisão nos regulamentos da competição de forma que o espírito inicial possa ser recuperado. Caso contrário, ha risco grande de esfacelamento das competição e das associações.

terça-feira, 26 de março de 2013

Cura de miopia. Antes tarde do que nunca


A questão da Segurança Pública é tão complexa que a própria percepção das pessoas parece ser afetada. Tenho lido muitas opiniões sobre a questão, de especialistas a jornalistas, passando pela sociedade civil que via de regra busca as redes sociais para se indignar. O fato é de que atualmente a moda é criticar a atual política de segurança.

Todos parecem ter repentinamente acordado para o que estava acontecendo há seis anos. Poderia até dizer que esse tempo é bem maior, mas acho apropriado delimitar o início do governo Cid Gomes, pois coincide com o começo do Ronda Quarteirão.

É impossível discordar de que vivemos uma crise. Agora o que me surpreende é a forma desse despertar. Via de regra se insiste na tese do “Ronda Corrompido”, para explicar que o programa era bom e se perdeu com o tempo. Desde o início do programa, apontei, não sem apoio de colegas especialistas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, de que o Ronda do Quarteirão não poderia ser caracterizado como um programa de polícia comunitária (como exemplo, veja o que escrevi em 2008 e 2009 sobre os limites do Ronda )  Aliás, o Secretário de outrora, que gozava de credibilidade de parte da mídia e parte da academia, havia inclusive usado o termo “polícia de proximidade” numa clara tentativa de criar um slogan para uma proposta ad hoc, sui generis e que não tinha similar em parte nenhuma do mundo.

Foi preciso seis anos para perceber que policial militar com Hilux com ar, santinho divulgando telefone e treinado em três meses não tinha como ser  confundido com polícia comunitária ?  E mais ainda, mesmo que fosse possível isso ser considerado como tal, desde quando isso poderia ser o alicerce de uma política de segurança?

Minha impressão é de que algumas escolhas feitas pelo Governo Cid se mostraram mais importantes para mostrar as deficiências dessa política do que outras. E foram as escolhas das pessoas as mais marcantes. Ao trocar de Secretário e depois ao trocar de Diretor da Academia de Polícia, o governo parece ter ajudado a iluminar os que antes não viam (ou não queriam ver).

Lembro-me que quando o atual secretário assumiu fui perguntado por uma jornalista sobre o que achava que aconteceria com a Segurança. Queria minha opinião sobre o debate que acabara de ser criado: “Pé-de-boi” contra “gravatinha”. Lembro-me também de minha resposta de que achava aquilo irrelevante no momento, pois já não concordava com a política em vigor.

Creio que vale a pena nos perguntarmos se não há algo de errado nisso tudo. Não estaríamos dando excesso de relevância às pessoas e menos às políticas? De qualquer forma, felizmente o governo Cid fez essas trocas que evidenciaram um equívoco. Antes tarde do que nunca. Agora parece que todos nós percebemos que estamos no caminho errado. Será que bastará mais uma mudança de nome para nos iludirmos novamente? 

quarta-feira, 20 de março de 2013

Onde estão os criminologistas?


Como a (in)segurança pública nunca sai de pauta no Brasil,  vejo  com frequência a mídia em busca de especialistas, para opinar sobre temas relacionados. Instado por uma repórter a definir qual seria o perfil do especialista que poderia apropriadamente falar sobre uma pergunta relacionada à dinâmica do crime na cidade de Fortaleza, vi-me nesta reflexão que aqui compartilho com o leitor.

Embora ainda com certa timidez, a Academia participa hoje do debate sobre Segurança Pública no Brasil. A faceta multidisciplinar do problema requer uma visão ampla que envolve fatores ligados à violência (sociologia/psicologia), à legislação(direito), à concentração de renda (economia), à ética(filosofia), à estrutura urbana (arquitetura e urbanismo) e ao tratamento da informação (informática), para exemplificar alguns. Temos vários grupos de pesquisa que estudam a Segurança Pública por esses e outros vieses Brasil afora, que somados aos Policiais Militares com formação específica nas suas academias, podem muito bem serem considerados especialistas.

A despeito da riqueza que é a produção de conhecimento advindo de todas essas áreas, creio que carecemos de uma formação específica presente na maioria dos países desenvolvidos: a de criminologista. Esses países possuem tanto graduação como mestrado e até doutorado em criminologia.  

Ouso ir além nesta reflexão: não é somente na produção de conhecimento que criminologistas nos fazem falta.  O mercado de trabalho também precisa deles. Creio haver muito espaço nas Polícias Civis para empregá-los. Afinal, se estamos de acordo que precisamos de uma polícia que faz mais investigação e usa  mais inteligência, não seria esse o perfil desejado para um delegado, por exemplo ? A formação exclusivamente legalista é a ideal para a polícia investigativa que precisamos?

Essas perguntas nos levam a refletir sobre a própria forma de atuação das Polícias Civis, submersas em atividades cartoriais como emissão de boletins de ocorrência e feitura de inquéritos intermináveis, os quais são,  geralmente, refeitos na Justiça. Este sim me parece um debate importante. Com a palavra: os especialistas !

* Artigo publicado no O Povo ontem na coluna Opinião