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sexta-feira, 30 de maio de 2008
Novas Divulgações de WikiCrimes
Ontem WikiCrimes foi apresentado aos mineiros. O Jornal O Estado de Minas fez uma matéria na sua seção de tecnologia. Aqui na Europa, tive oportunidade de dar uma entrevista para a Rádio França Internacional. Infelizmente a versão francesa de WikiCrimes ainda está no forno, mas será lançada em breve. Veja a matéria do Estado de Minas no portal uai clicando aqui.
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terça-feira, 27 de maio de 2008
Google, Pedofilia e O Congresso Brasileiro
A decisão da Google de permitir ao Congresso Nacional o acesso aos dossiers fechados de usuários do Orkut para fins de investigação da CPI da pedofilia é histórica e emblemática. A decisão da Google não deve ter sido fácil de tomar. De um lado a intenção de zelar por uma imagem de bom moço que lhe é tão cara além da louvável intenção de auxiliar a combater um flagelo que se espalha pelas redes sociais. De outro lado a garantia da manutenção da privacidade de seus usuários. Se insistisse em não liberar os dados, talvez tivesse conseguido. Os dados estão armazenados nos EUA e não creio que a justiça brasileira tivesse mecanismos para forçar a Empresa a fornecê-los (pelo menos na intempestividade necessária). É importantíssimo que os congressistas brasileiros que fazem parte da CPI tenham a responsabilidade de realizar as análises investigativas mantendo totalmente a privacidade dos usuários. Qualquer exposição indevida da imagem de algum deles pode fazer um estrago imenso na imagem da Empresa e, principalmente, na luta contra a pedofilia. Isso geraria um precedente de desgaste que certamente levaria a difuldades futuras de cooperação. Lá estamos nós de novo esperando uma atitude digna de nosso Congresso. Cruzemos os dedos!
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Mais Um Parabéns
Volto a usar esse espaço para homenagear meu leitor mais assíduo que aniversaria hoje: Seu José Furtado. Um tricolor cearense como poucos, mas sofredor com o Botafogo. Como ano passado (veja aqui João Gilberto e Noel), pedi ajuda ao YouTube. Vejam só o que encontrei. Um dueto nada convencional com duas das maiores vozes, de diferentes gerações, que a música brasileira já teve. Parabéns!
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quinta-feira, 22 de maio de 2008
Ciro Gomes na InfoBrasil
A palestra de abertura da InfoBrasil foi proferida pelo deputado federal e sempre cotado à presidência da República Ciro Gomes. Eu tinha uma grande curiosidade para escutar Ciro Gomes falar sobre tecnologia da informação, inovação, desenvolvimento econômico e social, etc. Como tenho acompanhado a carreira política de Ciro e sempre achei que o mesmo tem um discurso muito eloqüente e rico, tinha uma expectativa de que ele apresentasse uma visão interessante sobre o tema. Pois bem, não sei se ando muito exigente (os amigos me alertam, embora não considere de todo ruim) ou se criei uma expectativa grande do que ele poderia falar. O fato é que me decepcionei. Seu discurso foi confuso, pouco conclusivo e marcado por clichês tipo “males da globalização” e “neoliberalismo” (sem falar nas expressões em inglês onde escorregou, de vez em quando, o que pega mal pra caramba!). No meu ponto de vista, esses clichês perdem de mais em mais espaço na agenda intelectual no mundo, em particular no contexto de tecnologia da informação que era onde ele se encontrava. O fio condutor de sua palestra foi a idéia de felicidade e de como o sentimento do ter gerado pela sociedade de consumo é determinante para que as pessoas sintam-se felizes. Ele considera isso uma deformação e acredita mesmo ser uma perversidade no contexto brasileiro onde há tantas desigualdades. Ainda aqui, nada de novo. Na verdade, ficou muito vago e difícil de imaginar onde ele planeja chegar. Mesmo as sociedades mais avançadas em termos sociais são extremamente bem adaptadas à sociedade de consumo. Pode até ser que Ciro queira trazer esses temas à tona para alavancar suas idéias (entendo, mas acho uma estratégia errada). Sempre achei que um dos seus diferenciais era sua juventude e capacidade de trazer temas recentes ao tablado das idéias. Não foi o que ele fez na InfoBrasil. Em se tratando de tecnologia, inovação e desenvolvimento econômico é preciso compreender que a globalização e o desenvolvimento tecnológico atingido nos dias atuais trouxeram aos países emergentes como o Brasil a oportunidade de desenvolvimento que a revolução industrial não tinha trazido. O que deve fazer parte da agenda de discussão são as formas de aproveitar as oportunidades que surgem em função de nossas potencialidades e criarmos condições para um crescimento sustentável. Quanto antes percebermos isso, maior será nossa probabilidade de crescermos. O mundo pequeno permite o crescimento e difusão de idéias e culturas locais em uma escala globalizada (o livro o mundo é plano indicado nos dá dicas de como isso pode ser obtido). Conceitos como colaboração (e outros da Web 2.0), economia criativa e reformulação do conceito de direitos autorais são muito mais atuais (textos sobre cada um desses temas já foram objeto de reflexão nesse blog. Veja por exemplo aqui, aqui e aqui), Mesmo em pontos em que o Governo Federal tem avançado, Ciro não demonstrou ter muito conhecimento. Por exemplo, ao falar da necessidade de investimentos de risco no Brasil, não pareceu conhecer que o surgimento de fundos ditos capital venture, está se tornando realidade por meio de forte iniciativa do Governo Federal, em particular, da FINEP. Em resumo, acho que o debate de idéias para o futuro (e para 2010, claro) no que concerne a tecnologia da informação e desenvolvimento econômico, pode e deve ser muito mais rico. Ciro não pode passar a imagem de que cansou ou que suas idéias envelheceram. Esperamos mais dele.
quarta-feira, 21 de maio de 2008
WikiCrimes e Diário do Nordeste
WikiCrimes a partir de hoje ganhou um novo parceiro: o jornal Diário do Nordeste. Além do registro de crimes que coleta para suas matérias, a parceria prevê o uso de widgtes nas matérias on-line do jornal. Widgets são pequenos aplicativos que normalmente são copiados de um site para outro. No caso de WikiCrimes, os widgtes são pequenos mapas que mostram crimes e que indicam um determinado crime em particular destacado na matéria. Acima coloquei uma foto de como a matéria do DN fica com o widget de WikCrimes. Para acessar a matéria diretamente no jornal on line, clique aqui.
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terça-feira, 20 de maio de 2008
Teses em Prateleiras
Na semana passada, participei de uma mesa redonda sobre Inovação no auditório Luis Esteves na Federação das Indústrias do Estado do Ceará. De uma forma geral, percebe-se uma convergência no discurso de que a inovação é necessária e que a cooperação com a academia é o caminho . Aliás, já escrevi sobre isso, mas alguns discursos que escutei recentemente levam-me a revisitar o tema. Na mesa redonda da FIEC, ressalte-se a palestra do Prof. Carlos Pacheco da UNICAMP. Pacheco foi secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia quando Bresser Pereira foi ministro. Teve participação ativa na formulação e operacionalização dos fundos setoriais que são a mola mestra do motor de financiamento em C&T que hoje faz tanto sucesso no País. Pacheco de forma muito elegante disse que o primeiro requisito para se ter cooperações persistentes entre Empresa e Universidade é de se compreender que esses dois agentes possuem agendas próprias. Dito de outra forma, ele estava a dizer que a Universidade não existe só para fazer inovação para as Empresas. A produção de conhecimento é algo eminentemente vasto, eclético, difuso, enfim, não pode ser podado nem restrito, muito menos enquadrado. É na liberdade de se pensar o inusitado, de propor o diferente e de estudar o que aparentemente não se vê aplicação, onde se encontra a capacidade de se fazer grandes descobertas. Essa liberdade não necessariamente está ligada a falta de foco ou implique redução de qualidade. O mecanismo que rege mundialmente a produção de conhecimento é bem definido e há rigor e exigência em todos os momentos. As publicações científicas são avaliadas por comitês de especialistas o que faz com que os pesquisadores sejam obrigados a buscar qualidade no que fazem. Não fazem somente o que lhes “dá na telha” como pode parecer a alguns. Teses e artigos científicos que não têm aplicação prática imediata não estão somente “expostas nas prateleiras” como gostam de expressar vozes incompreensíveis desse contexto. Essas teses alimentam o ciclo de produção de conhecimento, pois são objeto de estudo de outros que podem em futuro, muitas vezes longínquo, achar utilidades práticas para as idéias ali presentes. Interessante é que as mesmas pessoas que falam de teses em prateleiras são as primeiras que gostam de mencionar Havard, Stanford, MIT, etc. como exemplos de instituições de referencia no contexto acadêmico. Só que são exatamente essas instituições que produzem o maior número de “teses de prateleiras”. Conseqüentemente são as mais cobiçadas pelas Empresas para a realização de parcerias. O motivo é simples e fácil de entender. O que as Empresas querem com cooperações com as Universidades é ter acesso ao que não conhecem, ao que não conseguem produzir, querem a novidade. E sabe onde elas estão? Nas tão estigmatizadas prateleiras.
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segunda-feira, 19 de maio de 2008
Dinheiro Público para Times de Futebol !?
Li recentemente no blog do Eliomar que o Governo do Estado estaria propondo uma mensagem na Assembléia Legislativa para regulamentar o financiamento aos times de futebol do Fortaleza e do Ceará. “Ficou acertado que cada um dos clubes vai receber R$ 300 mil, com o propósito de fazer com que pelo menos um dos dois clubes chegue à primeira divisão do Campeonato Brasileiro.” Por ser um esportista nato, ex-atleta e assíduo freqüentador de jogos de futebol sinto-me muito a vontade para refletir criticamente sobre a questão. Acho um equívoco sem proporções esse tipo de atitude. Não creio que seja papel do poder público financiar times de futebol. Quem acompanha o esporte profissional sabe que a história de nossos times de futebol tem sido marcada por administrações amadoras, irresponsáveis e muitas vezes mal-intencionadas. Interesses escusos (embora possa-se ver freqüentemente motivação econômica ou política) dos que vivem do futebol sempre manipularam a emoção das massas apaixonadas por seus times. A prática de fornecer dinheiro público para times de futebol só faz “crescer os olhos” daqueles que querem se aproveitar de dinheiro fácil e aumentam assim as chances de perenização de uma prática marcada pela exploração política do povo por dirigentes de futebol. Enquanto se pensa em dar dinheiro para os times, estamos vendo um Castelão as quedas e que se tornou uma eterna obra inacabada. A última reforma que visava transformá-lo em um estádio de “primeiro mundo” tornou-se um pesadelo. Quem vai ao Castelão convive com tábuas, pedras, tijolos, buracos e tudo mais que caracteriza uma obra inacabada. Os riscos de acidentes estão por todo o lugar sob um olhar inerte dos órgãos de controle e de uma população que nem se toca de que tem o direito de exigir mais. Percebam que cenas de violência, tão comuns nos estádios, são potencializadas com essas “ferramentas”a disposição no Castelão. Eu mesmo já me encontrei, dentro de meu carro no estacionamento do Castelão, sob uma chuva de pedras que ocorria por causa de uma guerra entre facções de torcidas organizadas. O recente episódio do jogo Fortaleza e Paraná onde o lastimável gramado foi substituído por areia é outro indicativo do descaso do poder público que reflete-se até dentro dos estádios. O Presidente Vargas, nosso querido PV, que é responsabilidade da prefeitura de Fortaleza (para não ficar só na responsabilidade do Estado) está parado há mais de três meses por pura inoperância administrativa. Como se desconfia de que não tem condições de abrigar os torcedores, proibisse-se o acesso e.... Não se faz NADA! Evidentemente, que não estou a dizer que não é papel dos Governos apoiar o esporte e, em particular, o esporte profissional. Mas as formas devem ser outras. Há que se fornecer uma infra-estrutura correta e digna para os cidadãos apreciadores do esporte e contribuintes de impostos. Além de cuidar da infra-estrutura básica das praças esportivas com provimento de vias de acesso, estacionamento e segurança deve-se intensificar as medidas sociais de promoção do esporte entre os jovens. Financiar escolinhas de futebol em bairros onde a juventude tem pouca perspectiva de emprego é uma estratégia essencial. Porque não levar a marca Ceará e Fortaleza até essas comunidades? Admito que o futebol é, em muitos casos, o único sonho de um trabalho recompensador para um grande número de jovens carentes e que têm pouquíssimo acesso às riquezas que a nação produz. São nessas vulnerabilidades onde o poder público deve agir. É aqui que os investimentos têm que ser feitos. Se nosso time vai subir ou não para a primeira divisão isso não deve ser problema do governo.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
WikiCrimes na InfoBrasil
Nessa semana WikiCrimes está sendo demonstrado na InfoBrasil (veja a programação do evento aqui) que está ocorrendo no SEBRAE durante todo o dia até às 19:00hs. A coordenação do evento gentilmente nos cedeu um pequeno (mas largamente suficiente) espaço para nos instalarmos. Está sendo uma ótima oportunidade de divulgarmos o projeto e o “corpo a corpo” com as pessoas que conhecem o sistema pela primeira vez é muito enriquecedor. Percebo que não é fácil entender de pronto os objetivos do projeto. Algumas pessoas, a primeira vista, têm uma reação de desinteresse. Quando começam a perceber tudo que pode se obter com o projeto, logo mudam de postura e se declaram fãs da idéia. De uma forma geral, são levados ao entusiasmo quando percebem que podem ter diversos serviços de consulta de onde pode estar ocorrendo crime e com isso se precaver. Além disso, quando percebem o que podem obter, fica mais fácil mostrar que se não houver participação, nada daquilo será viável. Hoje (quinta-feira, dia 15) Leonardo Ayres e eu estaremos dando uma palestra sobre WikiCrimes no congresso tecnológico-científico. O grupo de engenharia de conhecimento que coordeno estará ainda representado hoje de manhã por Thiago Assunção, recém entrante aluno de mestrado na UNIFOR, que apresentará um artigo que foi basicamente seu trabalho de final de curso de graduação. Neste trabalho, investigamos métodos eficientes de particionamento de grafos para serem aplicados na demarcação de áreas de policiamento. Quem tiver interesse em conhecer mais sobre outros projetos do grupo que coordeno na UNIFOR, clique aqui.
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quarta-feira, 14 de maio de 2008
Seja um Colaborador de WikiCrimes!
No texto anterior desse blog mencionei que Wikicrimes está entrando em uma nova fase: a de abrir-se aos parceiros. Queria então detalhar como estamos pensando as colaborações em WikiCrimes. Elas podem basicamente ser de duas formas: colaboradores individuais voluntários ou entidades certificadoras. Os colaboradores individuais voluntários são aqueles que têm interesse em ajudar basicamente com o registro de crimes, moderação (realizando confirmações e identificando abusos, por exemplo) e com a divulgação do projeto. A única exigência que se faz a esses colaboradores é que façam registros de crimes periodicamente. Eles formarão uma comunidade que será chamada a discutir as melhorias e direções que devem ser seguidas no sistema. Eles terão ainda prioridade na recepção de novas versões do software e na participação de promoções que forem realizadas. As entidades certificadoras podem ser instituições ou mesmo pessoas físicas que detenham informação sobre crimes e que desejem cadastrá-lo em WikiCrimes. Ao serem inscritos com tal elas terão o poder de criar seu próprio mapa de crimes através da funcionalidade de pesquisa avançada de crimes. Além disso, os mapas gerados pela entidade certificadora podem ser exportados em forma de widgets a serem instalados em outras páginas. Para ser entidade certificadora é necessária uma atuação consistente e contínua de registro de crimes que sejam obrigatoriamente de fonte com credibilidade. São potenciais entidades certificadoras os meios de comunicação, as associações classistas, ONGs e evidentemente os órgãos públicos de segurança e justiça. Para se inscrever como entidade certificadora é necessário o pagamento de uma mensalidade a ser negociada. Se tiver interesse em participar, mande uma mensagem para faleconosco@wikicrimes.org.
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terça-feira, 13 de maio de 2008
Mais Novidades Em WikiCrimes
Uma nova versão de WikiCrimes está no ar. Primeiramente, peço desculpas aos usuários que ao tentar acessar WikiCrimes tarde da noite de sexta-feira não conseguiram acesso, pois tivemos que tirar o sistema do ar para realizar a atualização de versão. Como WikiCrimes está sendo usado por pessoas em todas as partes do mundo é praticamente impossível encontrar um momento em que não exista acessos. A solução definitiva para esse problema só virá quando tivermos recursos para termos dois servidores que funcionem em paralelo. Assim poderemos trocar a versão de um e imediatamente transformá-lo no servido principal. Se tivermos isso um dia significa que o projeto é um sucesso (do lado financeiro, é claro). Bem, a nova versão permite filtrar os crimes que foram confirmados pelos usuários. Lembrando que a confirmação de crimes é uma característica fundamental do sistema. Todo registro de crimes deve contemplar pelo menos UMA confirmação do registro. Dessa forma o informante dá mais credibilidade à informação entrada. Outra novidade de WikiCrimes é a possibilidade de filtrar crimes por entidades certificadoras. O conceito de entidade certificadora é outra novidade de WikiCrimes. As entidades certificadoras podem ser instituições ou mesmo pessoas físicas que detenham informação sobre crimes e que desejem cadastrá-la. Ao serem inscritos como tal elas terão o poder de criar seu próprio mapa de crimes através da funcionalidade de pesquisa avançada de crimes. Além disso, os mapas gerados pela entidade certificadora podem ser exportados em forma de widgets a serem instalados em outras páginas (widgets são pequenos programas que podem ser customizados e instalados nas páginas dos usuários). Para ser entidade certificadora é necessária uma atuação consistente e contínua de registro de crimes que sejam, preferencialmente, de fonte com credibilidade. São potenciais entidades certificadoras os meios de comunicação, as associações classistas, ONGs e evidentemente os órgãos públicos de segurança e justiça. A primeira entidade certificadora cadastrada em WikiCrimes é o Jornal Diário do Nordeste. Já estamos registrando todos os homicídios da região metropolitana de Fortaleza de 2008 que estavam em um banco de dados alimentado pela equipe de jornalismo policial do Jornal. Esperamos entrar numa nova fase de cadastramento de crimes com essas parcerias institucionais.
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segunda-feira, 12 de maio de 2008
Até Quando a Google Conseguirá Não Ser Detestada?
Recentemente escrevi como Bill Gates e a Microsoft tinham se tornado os Srs. de todos os males (veja aqui), os todos poderosos contra quem deveríamos nos insurgir (algo como o poder americano). Afinal, nada como uma luta de David contra Golias, em particular para uma juventude sedenta de ideais. Pois bem, os últimos acontecimentos no mundo dos negócios já dão indicações que Microsoft não é mais tão poderosa como dantes. Google hoje já possui uma força tão impactante que não é mais novidade perceber quem é o “dono do mundo”. Em um artigo no New YorkTimes essa semana Tim O’Reilly (aquele que cunhou o termo web 2.0) foi muito feliz em sua análise. Ele disse que o objetivo estabelecido pela Google hoje de organizar o mundo (em termos de quantidade e capacidade de acesso de informação) é mais ambicioso do que o da Microsoft no começo dos anos 80. Naquela época a Microsoft tinha como objetivo colocar um computador em cada casa (ou mesmo em cada quarto) no mundo. Durante o transcorrer da busca por esse objetivo (que está praticamente concluída) o crescimento da Microsoft foi ocorrendo. Nos dias atuais isso não tem mais sentido e o objetivo da Google passou a ser o que move o mundo virtual. A grande diferença é que a Microsoft caracterizou-se por uma política protecionista, conservadora e calcada na acumulação de capital pela venda de software proprietário e por estratégias monopolistas. A Google não tem essa mesma estratégia e talvez por isso mesmo seja tão poderosa. Ela procura sempre ser politicamente correta. O interessante é que é aí mesmo que ela torna-se mais poderosa. Recentemente, ao fazer um acordo com Yahoo sobre o uso de seu sistema de publicidade, matou dois coelhos com uma só paulada. Dificultou a compra da Yahoo pela Microsoft e ainda pousou de bom moço ao abrir o acesso a um sistema que até então era exclusivo de sua propriedade. Quanto mais promove a abertura de códigos fontes e outras estratégias de disponibilização de serviços gratuitos, mais enfraquece aqueles que vivem da venda de software e mais fortalece seu modelo de negócio (que se baseia na publicidade). O quanto essa estratégia vai mantê-la em crescimento e, principalmente, mantê-la bem vista, é uma grande interrogação.
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quinta-feira, 8 de maio de 2008
Beba com Moderação !?
Estive a rir bastante da propaganda da Brahma que vi recentemente onde Zeca Pagodinho canta um samba dizendo que é Brahmeiro. Parece-me que a propaganda já tem mais de um ano, mas só agora pude percebê-la com um pouco mais de atenção. O motivo de meu estado jocoso deveu-se ao fato de, ao perceber a letra da música, ter identificado uma mensagem subliminar bem típica das campanhas de marketing. Passam-nos algo que nem conseguimos captar (pelo menos conscientemente). Basicamente a propaganda diz que sou brasileiro, trabalho muito e tudo mais. No final do dia de trabalho, “tenho que tomar minha Brahma, porque ninguém é de ferro né" ? Em paralelo o vídeo mostra o pessoal no bar tomando uma gelada (com muita mulher bonita, óbvio). Vejam só. Tomar Brahma todo dia depois do trabalho é bem natural, não? Para completar a historieta no final da propaganda tem um “beba com moderação” que é ótimo. Condiz com a mensagem passada na propaganda! Vejam a propaganda no vídeo abaixo com legendas inclusive.
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quarta-feira, 7 de maio de 2008
O Brega Russo é Estrela no YouTube
Bem dentro da linha que já tinha comentado sobre como a web proporciona um infra-estrutura de distribuição dos bens artísticos e culturais, as estrelas do YouTube são um excelente exemplo. Pode-se sair do anonimato da noite para o dia. Vejam esse vídeo de um russo, chamado Peter Nalitch, que virou star depois que produziu essa obra debochada e que já teve mais de 1 milhão de acessos. A música é bem no estilo do Sacha Cohen, o ator de Borat. O forte sotaque russo, o estilo MTV do vídeo e o antigo Lada que Peter chama de Jaguar e que não sai do canto dão o tom do deboche. Lembrou-me o cearense Falcão que, aliás, me parece mais engraçado. Pena que ele não fale inglês nem use a Web (ainda não, mas antes tarde do que nunca).
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terça-feira, 6 de maio de 2008
Química? Você Está Louca?
Nessa semana participei de uma conversa muito interessante com a estudante Thaís Macedo que está de malas prontas para se mudar para Boston, EUA onde estudará no MIT (Massachussets Institute of Technology). Ela fez uma inscrição regular como podem fazer quaisquer jovens no mundo. Precisou fazer duas redações, a prova de SAT(Scholastic Aptitude Test, algo como um grande ENEM) e o TOEFL (proficiência em inglês). Além de suas boas notas nos testes, pesaram ainda as excelentes colocações nas olimpíadas de Química nacional e na internacional. Conseguiu inclusive uma bolsa de estudos de aproximadamente 50% do valor do curso. Thaís estava sendo entrevistada na FUNCAP para produzir a matéria para o jornal desta Instutição. Nessa conversa, além da natural leveza e do caráter extrovertido que ela demonstrou ter, duas coisas me marcaram e achei que valiam reflexão. Primeiramente, queria refletir sobre a reação inicial que sua família teve após sua declaração que queria ser Química. “Tá ficando louca!” e “Não tem futuro” dominaram os conselhos. A tenacidade de Thaís e sua vocação representada pelas notas que tirava nas competições foram essenciais para que sua família se conformasse. Essas reações inteiramente lógicas e esperadas são indicativas da pouca compreensão das pessoas do espectro de novas profissões que hoje em dia existem, principalmente daquelas ligadas à ciência. O desenvolvimento científico atingiu nos dias atuais um verdadeiro boom. Há assim uma gama bem variada de oportunidades de trabalho que eram inexistentes há duas ou três décadas atrás. Quando restringimos nosso olhar ao Nordeste do Brasil podemos mesmo dizer que esse tempo se reduz a pouco mais de dez anos. Alie-se a isso a pouca cultura de divulgação científica e de ensino de ciência na universidade (vejam o que escrevi sobre isso aqui). A conseqüência é que os pais de jovens que hoje estão escolhendo suas opções de trabalho estão totalmente perdidos e desatualizados. Na dúvida, melhor sugerir Medicina. Outro aspecto que merece reflexão veio após Thaís ter respondido a pergunta “Você volta”?”. Ela respondeu “ Provavelmente não”. Evidente que ela não tinha muito condição de responder a essa pergunta, pois tanta coisa acontecerá em sua já surpreendente carreira.No entanto, ela muito provavelmente está certa. O que caracteriza os EUA é essa constante capacidade de atrair as competências. Não é a toa que Thaís terá como colegas de classe jovens de todo o mundo. O americano típico é o que menos se interessa em ser cientista (mesmo os que se interessam sofrem para entrar, pois a competição é dura). Disse-lhe que sua ida ao exterior, mesmo que ela não retorne, pode abrir portas para cooperações entre pesquisadores brasileiros e aqueles de fora,
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segunda-feira, 5 de maio de 2008
Patrimonialismo
Denomina-se patrimonialismo quando a distinção entre o que é público e o que é privado não é feita de forma clara, precisa em um sistema de gestão ou governo. Ganhou esse nome por referenciar o fato de que nessa situação o Estado passa a ser patrimônio de um governante. Foi uma característica muito comum em governos absolutistas e, dizem alguns historiadores, foi muito marcante no império brasileiro. D. João, sua família e, de uma forma geral, toda sua corte, usavam sem distinção a riqueza pública em seu próprio benefício. Talvez por essa razão histórica seja ainda tão comum se identificar na vida brasileira tantos exemplos de patrimonialismo. De síndico de condomínio, passando pela gestão pública a até presidente de time de futebol pode-se sempre encontrar exemplos de patrimonialismo (leia sobre um exemplo disso no futebol ao clicar aqui). Ele está decididamente enraizado na nossa cultura. Tão enraizado que o patrimonialista e aqueles que o cercam muitas vezes não conseguem nem perceber suas ações deletérias. Na verdade, o patrimonialista chega a se revoltar (eu diria que mesmo a se magoar) quando reprovado. É um sentimento sincero e natural. Creio que isso ocorre porque ele cria uma relação de apego ao bem público que o mesmo ajuda a desenvolver. Acaba por inconscientemente se questionar “Como alguém pode deixar de reconhecer tudo que faço e o quanto me dedico em benefício ao bem público?”, “Será que essa dedicação não me dá o direito de usufruir um pouco?”. Há um longo caminho a percorrer para que a prática patrimonialista seja reduzida da nossa cultura, mas é nessa hora que os cidadãos precisam compreender o quanto a lógica por trás de um sistema democrático com tri-partição de poderes é perfeita para esse fim. A constante possibilidade de supervisão e de controle que os poderes exercem entre si é a única forma de se obter uma gestão pública equilibrada e justa. Estamos em plena construção e aperfeiçoamento desse sistema aqui no Brasil. As sociedades mais avançadas são exatamente aquelas onde esse sistema está mais consolidado. Em particular, gosto de mencionar o sistema norte-americano que, mesmo sendo uma nação jovem como a nossa, adotou a lógica do monitoramento e do controle ao extremo. Aqueles que decidem entrar na vida pública sabem que serão investigados, controlados e monitorados a todo o momento, inclusive em relação à vida pregressa. Aliás, é esse o ponto onde acho que somos mais vulneráveis. Precisamos ser mais rigorosos quanto às regras que permitam alguém a postular um cargo público. Mas isso já é assunto para outra reflexão futura.
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