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segunda-feira, 12 de maio de 2008
Até Quando a Google Conseguirá Não Ser Detestada?
Recentemente escrevi como Bill Gates e a Microsoft tinham se tornado os Srs. de todos os males (veja aqui), os todos poderosos contra quem deveríamos nos insurgir (algo como o poder americano). Afinal, nada como uma luta de David contra Golias, em particular para uma juventude sedenta de ideais. Pois bem, os últimos acontecimentos no mundo dos negócios já dão indicações que Microsoft não é mais tão poderosa como dantes. Google hoje já possui uma força tão impactante que não é mais novidade perceber quem é o “dono do mundo”. Em um artigo no New YorkTimes essa semana Tim O’Reilly (aquele que cunhou o termo web 2.0) foi muito feliz em sua análise. Ele disse que o objetivo estabelecido pela Google hoje de organizar o mundo (em termos de quantidade e capacidade de acesso de informação) é mais ambicioso do que o da Microsoft no começo dos anos 80. Naquela época a Microsoft tinha como objetivo colocar um computador em cada casa (ou mesmo em cada quarto) no mundo. Durante o transcorrer da busca por esse objetivo (que está praticamente concluída) o crescimento da Microsoft foi ocorrendo. Nos dias atuais isso não tem mais sentido e o objetivo da Google passou a ser o que move o mundo virtual. A grande diferença é que a Microsoft caracterizou-se por uma política protecionista, conservadora e calcada na acumulação de capital pela venda de software proprietário e por estratégias monopolistas. A Google não tem essa mesma estratégia e talvez por isso mesmo seja tão poderosa. Ela procura sempre ser politicamente correta. O interessante é que é aí mesmo que ela torna-se mais poderosa. Recentemente, ao fazer um acordo com Yahoo sobre o uso de seu sistema de publicidade, matou dois coelhos com uma só paulada. Dificultou a compra da Yahoo pela Microsoft e ainda pousou de bom moço ao abrir o acesso a um sistema que até então era exclusivo de sua propriedade. Quanto mais promove a abertura de códigos fontes e outras estratégias de disponibilização de serviços gratuitos, mais enfraquece aqueles que vivem da venda de software e mais fortalece seu modelo de negócio (que se baseia na publicidade). O quanto essa estratégia vai mantê-la em crescimento e, principalmente, mantê-la bem vista, é uma grande interrogação.
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