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terça-feira, 30 de janeiro de 2007
Ensino Universitário e Ciência: Mea Culpa
Prosseguindo sobre o aspecto do reconhecimento da sociedade à pesquisa científica, queria tocar num ponto que considero essencial. Refere-se a nossa própria postura, professores universitários, no que tange ao ensino da ciência e do seu papel na sociedade e no futuro de um país. Em quatro ou mesmo cinco anos de um curso de graduação na universidade, tiramos algum tempo para ensinar algo sobre a pesquisa científica aos nossos alunos? Pelo menos informações básicas que os motivem a aprofundar conhecimento ou pelo menos os façam reconhecer sua importância. Parece-me que não fazemos muito isso. Tenho dado palestras sobre o assunto e não me surpreende mais, escutar dos alunos que não sabem nem o que é mestrado e muito menos a diferença para o doutorado. Nem sabem o que é uma tese. Não têm uma definição clara do que vem a ser e nem como se faz pesquisa científica. E por aí vai. Aqueles que se engajam em programas de iniciação científica (que são uma minoria) têm a possibilidade de conhecer mais. Os outros ficam totalmente ignorantes. Qual a conseqüência disto? Quando se tornarem empresários, trabalhadores públicos, profissionais liberais, enfim quando abraçarem sua profissão, eles terão dificuldade de reconhecer o valor de um cientista. Serão presas fáceis para os estereótipos pejorativos. Não é preciso procurar muito para encontrar um cidadão que considera que um cientista é um cara alienado, meio doido, tipo a foto famosa do Einstein descabelado e com língua pra fora. Como querer fazer cooperação Empresa-Universidade num contexto desses? Mea Culpa.
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2 comentários:
O senhor pode achar que aquele pequeno tempo (apenas uma aula) disponibilizado para dar uma noção do que é pesquisa tenha sido pouco tempo, mas foi por esse pequeno tempo que decidi me dedicar a pesquisa. Hoje estou fazendo o mestrado graças à centelha que o senhor acendeu. Pena que não tenha sido no início da faculdade, pois assim teria participado de programas de iniciação à pesquisa.
Abraços e sucesso.
Roberto O. Freitas
Roberto,
Fico muito feliz que meu discurso tenha lhe contaminado, mas continuo achando que podemos e devemos fazer mais.
Vasco
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