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quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Seminário de Economia Criativa
Só agora pude fazer um resumo do que assisti no seminário sobre economia criativa (clique aqui para saber mais sobre esse conceito) que aconteceu na FIEC mês passado (WikiCrimes monopolizou minhas atenções!). Minha primeira avaliação foi de que o objetivo inicial de divulgar o conceito foi atingido apenas parcialmente. Muitas palestras foram de alto nível, mas, lamentavelmente, acompanhadas por um público muito reduzido. Além disso, mesmo sendo de boa qualidade, as palestras não estavam todas relacionadas claramente com o conceito inovador da economia criativa. De qualquer forma, para os que acompanharam intensamente as apresentações sobraram idéias e informações relevantes. O representante da ONU fez uma apresentação muito interessante de como a questão da economia criativa está sendo vista de forma estratégica por essa organização. Ele vinculou fortemente o conceito com a cooperação sul-sul. Quase 95% do mercado consumidor e produtor de cultura no mundo está no norte (80% nos EUA). Achei interessante quando ele disse que o mundo da cultura precisava fugir do modelo Van Gogh (que só teve suas obras reconhecidas após sua morte), mas, por outro lado, devia-se igualmente fugir da idéia comum da economia de riqueza por acumulação de riqueza. A economia cultural não necessariamente segue essa lógica, pois a riqueza pode ter um caráter muito mais amplo, tanto educacional como de realização das pessoas. A definição do Prof. e ex-secretário de cultura de Montevidéu Gonzaga Carambulo é extremamente feliz para contrapor a visão opulenta da economia, ele define a cultura como um processo que enriquece a liberdade real das pessoas em busca de seus próprios valores. O desafio é enorme, pois 70% da população mundial não são inseridas no mercado global da cultura. Essa economia, que agrega valor ao intangível, cresce a taxa de 10 % ao ano. O presidente da FUNCAP, Prof. Tarcísio Pequeno, em sua apresentação fez uma interessante reflexão entre a ciência, educação e a criatividade. Disse que a ciência é a arte controlada da criatividade. É a aprendizagem da “domesticação” da criatividade com um método bem definido. Emendou refletindo: será possível educar criatividade? Pode-se induzir seu aparecimento? Em síntese, ele acredita que a criatividade se estimula com objetos que permitem recombinações e concluiu com um apelo por um sistema educacional que permita uma visão a menos restritiva possível do mundo para que não se tolha essa possibilidade de “recombinações”. Outro lado positivo do seminário referiu-se a diversidade de exemplos interessantes demonstrados. A Nigéria emprega um milhão de pessoas no cinema. São Paulo tem um programa para fomentar a leitura (leia mais sobre isso clicando aqui). Lapa, a cidade da música, São Paulo fashion week, e outros exemplos certamente causaram entusiasmo nos espectadores. Encontra-se aqui uma fonte de riqueza inesgotável do país. Para finalizar sugiro uma passeada pelo site overmundo um portal colaborativo sobre cultura no Brasil onde é possível conhecer iniciativas cearenses bem interessantes.
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