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terça-feira, 15 de abril de 2008
Sem “Diretas Já”, “Fora Collor”, “Fora FMI” ou “Fora FHC” sobra “Fora Bill Gates”
Uma reflexão adjacente à questão do software livre que fiz anteriormente veio-me após uma pequena conversa anedótica com Prof. Riverson Rios logo antes da audiência pública sobre software livre na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará. O movimento estudantil, em particular dentro das universidades, sempre foi afeito à contestação, à crítica, ao embate por uma causa, ao esquerdismo, etc. Lá, é comum se eleger os inimigos públicos número um de diversas gerações. No Brasil recente, depois da ditadura, o combate pelas eleições diretas, o pedido de impeachment do Presidente Collor, a solicitação de moratória ao FMI e mesmo o fora FHC são exemplos de bandeiras investidas pelos jovens universitários mais ativistas. Quem é o vilão atual? Estariam nossos jovens universitários, hoje em dia, sem esse tipo de referencial ? Não há nenhuma ideologia que mereça uma boa luta? A entrada de Lula e do PT no poder, deixou os jovens universitários órfãos de inimigos (pelo menos no campo político), coisa que os jovens informáticos parecem não se ressentir. Bill Gates, com sua Microsoft, encarna o papel do grande vilão perfeitamente. Ela acumula capital em função de direitos autorais com licenças de uso de softwares, em particular do sistema operacional Windows. Há aqui todos os ingredientes de uma boa briga, visto que a Microsoft é um Golias e tanto: superpoderoso, dominador, rico e ainda por cima, americano (de quebra bate-se no Bush!). Mas ainda acho que há uma lacuna de ideais políticos que necessita ser preenchida. Difícil prever ou programar um que se torne esse foco, mas que eu acho que seria muito bom para o País se o combate a falta de ética ganhasse esse espaço. Será que isso pode acontecer de alguma forma caótica e descentralizada ou precisamos de uma liderança que lidere e capitalize o processo? Boa pergunta para futuras reflexões, mas vale a pena ter atenção para as recentes invasões de reitorias por estudantes como na UNICAMP, USP e mais recentemente UNB. Seria um indicativo de que uma nova bandeira está sendo hasteada?
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