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quinta-feira, 14 de junho de 2007

Telenovelas: Realidade ou Ficção?

Telenovelas têm uma enorme penetração nos lares brasileiros e o debate se elas acabam por induzir comportamento ou se são somente reflexo dessa sociedade será sempre vivo. Sou extremamente crítico quanto ao papel das telenovelas na nossa sociedade e tenho uma enorme dificuldade em não atribuí-las parcela relevante de nossa pobreza cultural e de valores. Em particular, o fato de produzir comportamento padronizado com ênfase em liberdade sexual, desvalorização da família e foco em valores ligados ao ter são só alguns exemplos. Em função do alto grau de penetração da televisão, as telenovelas conseguem atingir um público muito variado e a forma como as pessoas internalizam as mensagens que elas veiculam está longe de ser compreendida no País. Alguns otimistas acreditam que a população tem a capacidade de discernir a realidade da ficção e, por conseguinte essa influencia comportamental teria pouco reflexo no cotidiano das pessoas. Vamos supor que isso seja verdade (o que particularmente, não acredito). Tenho percebido que de uns tempos para cá os autores de telenovelas estão optando por inserir nas estórias campanhas educativas e outras atividades reais com o objetivo claro de inserir realidade na ficção. Para compreender a que nível chegamos, li em um jornal de grande circulação que Marcílio Moraes, autor de "Vidas Opostas", maior audiência da Record, convidou o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), e o prefeito César Maia (DEM) para participarem de um debate sobre a descriminalização das drogas na novela. Estes fatos me parecem caracterizar um aspecto extremamente pernicioso que já vinha se materializando há algum tempo nas telenovelas. Eles dificultam a percepção do que é real e do que é ficção. Atribuir uma função educativa (que normalmente vem de uma forma muito superficial e carregada de clichês) às telenovelas me parece colocar munição real onde deveria haver festim. Como o inconsciente popular reage a essas mensagens? Elas não estariam adquirindo cada vez mais credibilidade na mensagem que se veicula na tela? Não estaria se aumentando o grau de manipulação das pessoas? Não quero ser acusado de estar vendo teoria da conspiração e assim dizer que há um movimento voluntário para se fortalecer a televisão como instrumento de manipulação de massas. No entanto, é exatamente a isso que estamos sujeitando nossa sociedade. Precisamos acordar.

12 comentários:

jedson disse...

concordo com tudo... eu penso q um dos motivo de pessoas assistirem telenovelas tem haver com a facilidade de acompanhar historia diferente de um livro que tem que ler o que e requer uma concentração maior e também paciência pois algumas palavras desconhecidas tem q ir no dicionário procurar...novela não tem um contexto uma cena a imagem não precisa ir a um "dicionário" para entender novela...mais essa facilidade de acompanhar coisas esta presente nao so nesse seguimento de "entretenimento educativo" outro seguimentos mais serios exemplo e na informática na medicina quantos profissionais de informática apenas sabem uma linguagem de programação... comandos e comandos mas continuam acompanhando o rumo da informática !! na medicina por exemplo existe muitos médicos que só sabem operar maquinas e mesmo assim não deixam de atender os pacientes ...!! acho isso uma tendência global misturar realidade e ficção afim de obter "facilidades" vale lembra que muitos produtos da tecnologia eram ficção no passado e também muitas relações entre seres vivos também eram ficção no passado!

Anônimo disse...

De certa forma, a televisão pode influenciar e as telenovelas também. Agora, por exemplo, o meu tio avô, de 81 anos, irmão mais velho da minha avó paterna (faz 79 na 5ª feira) costuma ver uma novela da Record (k ñ sei se vcs sabem, o GNT em Portugal foi extinto a 1 de Abril do ano passado, e começaram a dar a Record na Europa), o meu tio avô costuma ver a Luz do Sol, k por acaso tem lançado mta miudagem nova. O senhor nas férias de Verão do ano passado já tinha 80 anos qdo transmitiram as Férias de Verão dos "Morangos com Açucar". São uma adaptação da Malhação da Globo, k cá tinha o nome New Wave. Os jovens até aos 18, 19 anos identificam-se com as personagens centrais da série, q estão geralmente entre os 15, 16 e os 18 anos e são o modelo de juventude portuguesa. E, na minha opinião, há cenas k são péssimas influências nos jovens, mas claro, os miudos ai dos 14, 15 anos para cima sabem analisar o k é ou não correcto (quer noutras novelas, quer nos Morangos, k é bastante importante), não esquecendo k a série também é vista por putos dos 10, 11 anos pra baixo, por acaso recomenda-se k abaixo dessa idade se tenha acompanhamento parental (ou pais, avós, algém k exerça esse poder, e acima dos 21 anos de preferência. E em relação às novelas brasileiras, passam na Sic e na Record, e a novela "Luz do Sol" é a melhor das k foram feitas até aki, tem mta informalidade, mto humor, juventude. Agora, a novela brasileira da SIC (k eu sei k também é da Globo, evidentemente), o Paraíso Tropical, desculpem o termo mas aquilo é quase só p.u.t.a.s e chulos!

Anônimo disse...

Agora, o meu tio avô não vê as novelas portuguesas como as férias de Verão dos Morangos com Açúcar, pois as cenas na praia e tal, as miúdas de biquíni, os rapazes despidos da cintura pra cima, às vezes só de calções, o k, num humor irónico, um dos netos referia k akilo era mta "libertinagem" a mais. ele e a mulher sempre viram mtas novelas brasileiras, mesmo com cenas de praia, qdo os rapazes e homens e raparigas e mulheres (personagens das novelas) andavam elas com biquinis mais curtinhos e eles de sunga (k por acaso, aki há 10 anos ou mais eram mais cavadas) e ele já não era novo. Também outras novelas em k há cenas de nudez e tal. E ele vê a "Luz do Sol" da Record, e outras brasileiras, k até têm mais nudez e mais à vontade k as novelas portuguesas, a "galera" tá mais descascada (e já era assim há anos, aliás, as sungas eram mais curtinhas), e é na boa. Por acaso, tmb foi uma conversa k os nossos primos referiam, num almoço de familia, e até a meia irmã mais nova dos netos dele, k tem 19 anos, ela até referia, como comentário da conversa: Yáh, mas se ele vê novelas brasileiras, e a Luz do Sol, q tmb vejo, tmb tem cenas de praia, qual é a diferença? E a resposta do meio irmão mais velho, neto mais velho desse meu tio avô (esta rapariga não lhe é nada): Porque os brasileiros e as brasileiras não são netos dele (LOL). Ou seja, as pessoas de uma certa idade são mto conservadoras e puritanas no q toca à juventude q identifica a familia deles, os outros de fora, já não, não sei se fui clara neste raciocínio. É k por exemplo, os velhotes portugueses podem eventualmente levar na boa (apesar de não curtirem) videoclips na MTV como Bossy da Kelis, Grillz do Nelly ou o "clássico" Dirrty da Christina Aguilera, mas videoclips portugueses assim de conotação erótica, sexual, ai já não acham minimamente piada nenhuma. Basicamente, há um puritanismo sobretudo ao k ou o k, ou quem idêntifica a família, como os netos, por exemplo!

Anônimo disse...

Ah, e esse meu tio avô tem 5 netos k estão actualmente entre os 19 e os 30 anos. E a minha avó paterna fez 79 anos no dia 31 de Maio.

Anônimo disse...

O Brasil foi moldado por telenovelas, isso é inegável. Na minha opinião quanto menos pessoas assistirem novelas, melhor para o Brasil. Mas, quem sabe, talvez um dia produzam uma novela que melhore o povo...

Vasco Furtado disse...

Caro Victor,
Eu nao compartilho do seu otimismo de que um dia se fara uma novela para melhorar o povo. Na verdade, as telenovelas seriam a ultima instancia que eu recorreria para isso. Nao creio que seja papel delas.

Anônimo disse...

Este é um tópico interessante.

Acho que os conteúdos e mensagens das novelas SÃO importantes e É preciso fazê-las com minúcia.

Não há veículo maior em termos de formação de realidade que a TELEVISÃO.

Vejam só: quantas pessoas obtém os seus factos por outros meios que não a TV e o jornal do dia?

Há muito que se sabe que nem tudo o que se diz e se lê é verdade.

O problema é que as pessoas se esquecem disso e se tornaram PREGUIÇOSAS devido à MASSIVAÇÃO dos produtos, dos meios de comunicação. E ao invés de QUANTIDADE significar mais esclarecimento, é EXACTAMENTE O OPOSTO.

Estes assuntos são estudados nas universidades/faculdades, discutidos aqui e a ali, mas é preciso ser mais pró-activo a respeito.

A realidade, a primeira percepção da REALIDADE vem da fonte mais fácil: A TV.

As novelas SÂO importantes. NEM TODOS conseguem distinguir entre uma bela obra de entretenimento, e a REALIDADE.

É FÁCIL as coisas se misturarem. Mesmo os atentos, acabam por ser formados e influenciados sem o perceber.

MAIS DO QUE NUNCA, quem faz e escreve novelas, TEM DE ASSUMIR UM PAPEL SOCIAL.

MAIS DO QUE NUNCA; quem decide os CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS de TV TEM DE ASSUMIR UM PAPEL SOCIAL.

A verdade é que a TV,e as novelas junto, contribuem (e muito) para a HOMOGENIZAÇÃO dos PENSAMENTOS e percepção de COMPORTAMENTOS E REALIDADES.

Foram as novelas que ensinaram as pessoas a torcer pelos vilões. A ver o lado romântico e divertido da calhanice. Claro que Glória Pires era a vilã de VALE TUDO. Claro que tinha momentos em que sentiamos muita pena dela. A Raquel era boa DEMAIS... dizia-se.

Só que pessoas realmente boas como ela EXISTEM. Não devem ser em grande número (sempre em vias de extinção, mas impossíveis de extinguir). A bondade é IRRITANTE. Ser tão boazinha como a Raquel de "Vale Tudo" traz muito sofrimento. A maldade e falta de conciência não provoca esse efeito. Só de vez em vez, a Fátima se sentia sofrida...

O bom carácter foi desvalorizado. Passa-se a ideia de que a riqueza material é tudo. O sucesso fácil por aparecer na TV é a coisa mais ambicionada ou sonhada por quase todos os adolescentes e crianças.

Acabou-se o "quero ser astronauta". "Quero ser médica". Agora a TV manda, governa, e todos querem ser ACTORES de NOVELA.

Estou a ser radical, quase extremista, mas é necessário que se entenda o contributo bicudo das mensagens dos filmes, do cinema, da TV, se não for bem entendido.

Antes demais, a ficção IMITA a realidade. É FACTO.

Mas não a EXPÕE em toda as suas variantes. A FICÇÃO pega num PORMENOR e desenvolve a SUA PRÓPRIA HISTÓRIA.

É assim com a maioria delas. Por isso, É IMPORTANTE saber se levar por uma história de ficção que fala de factos reais, sabendo que o que ali é apresentado é só algo imaginado, com ingredientes conhecidos, mas receita e bolo diferente!

E investiguem os factos por detrás da ficção.

"Anastácia", o filme com Ingrid Bergman, é um bonito filme, mas pouco de verdade tem. A não ser pelo facto de existir uma senhora que proclamava ser a desparecida e presumível morta princesa.

Torna-se até mais interessante descobrir os factos por detrás da INFORMAÇÃO da FICÇÃO.

"Xica da Silva" foi uma novela impressionante. "Dona Beija" foi uma mini-série interessante. Ambas com base em figuras tidas como reais, mas de quem pouco realmente se sabe. Então a FICÇÃO PEGA nessa história, nesse MITO FASCINANTE, e DESENVOLVE OUTRO em volta do mesmo tema. E O MESMO deve ter acontecido com OS LIVROS em que se BASEIAM os mitos, alguns muitas vezes escritos 100, 200 ou 300 anos após a pessoa ter falecido.

TODA a verdade é SUBJECTIVA.

Mas as NOVELAS e a TV e TODOS OS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO têm um contributo INEGÁVEL de formação da sociedade.

É obrigatório que se EXIJA essa CONSCIÊNCIA da parte de quem faz TV. Para que não se banalize tudo.

Iremos sempre deixar como herança para os nossos filhos a sociedade que criamos hoje.

Adoro novelas. Adoro TV, cinema, internet, tecnologia, computador etc. Sempre adorei, sempre tive afinidade.

Mas deve-se separar o "trigo-do-joio" a todos os níveis de ficção e realidade. Não é fácil.

Sorry pela extenção do comment!
CC

Vasco Furtado disse...

CC

Suas reflexoes sao muito bem vindas e representam iguais preocupacoes que tenho. Queria reiterar minha preocupacao quando a televisao por meior de novelas comeca a querer passar mensagens ditas de cunho social ou educativas. Se por um lado ela ocupa um vacuo que o poder publico nao ocupa se aproveitando ainda de sua alta capilaridade, por outro lado ela adquire uma credibilidade de que os valores que passa sao os corretos. Ou seja, ao adquirir o papel de "bom moço", ela dificulta ainda mais a percepcao do que eh certo e errado. Em um pais como o Brasil, em que quase metade da populacao eh analfabeta funcional, as consequencias disso sao o aumento da falta de educacao, principlamente moral. A primeira contribuicao social que as novelas podem dar eh o respeito a uma classificacao de faixa etaria a que deveriam ser submetidas prioritariamente com a diminuicao das cenas de sexo apelativas que abundam em qualquer que sejam os canais e horarios. De uma forma geral, se melhorarem o conteudo do que veiculam, poderao contribuir muito mais socialmente e talvez quem sabe, no futuro, tornarem-se verdadeiros veiculos educativos.

Cris Danois disse...

Incrível, mas esta discussão data de muito antes de Cristo. Já o filósofo Aristóteles perguntava-se sobre isso e respondia claramente (bem, acredito que naquele tempo as coisas eram um pouco menos complexas!).
O debate sobre realidade e ficção esteve presente na Filosofia, na História e em outras disciplinas do conhecimento humano sempre. É difícil distinguir a realidade por si só. Mais difícil é distinguir os limites do imaginário (matéria ficcional). É preciso ter consciência (outro termo bastante polêmico, não só hoje em dia).
É fácil distinguir a realidade física? Dizem alguns físicos e psicólogos que não, nem essa realidade dos cinco sentidos é uma só, distinguível com facilidade e objetividade. Até porque, estamos imersos em subjetividade; somos sujeitos e como tal, olhamos tudo a partir da nossa própria condição.
Se a Literatura ou a Arte não interviesse na sociedade, os políticos não teriam perseguido os artistas (e filósofos) desde Platão! É fato que com uma pena se faz mais do que com um canhão. E é por este terrível motivo que algumas obras são divulgadas e veiculadas e outras não.
portanto, as novelas cumprem o seu papel de (de)formação das mentes, padronizando não apenas hábitos e falares, mas também o modo de ver, sentir e pensar sobre o mundo.
Hoje em dia, na era da informação, o esfacelamento da consciencia, da realidade, do ser já é fato. O que muito se banaliza e vulgariza perde o valor e o impacto.A verdade se dissolve e a mentira afirmada muitas vezes, torna-se verdade.
Quanto a nossa frágil realidade, temos que admitir que praticamente nenhum espectador, seja de TV e mesmo do cinema, assiste com a consciencia de que se trata de uma obra de ficção, passível de discussão ou para simples entretenimento. Os filmes, programas, seriadose novelas (até mesmo livros) que mais "vendem" são os que declaram: baseado em fatos reais. O BBB não é lider de audiência há 10 anos não só no Brasil? A massa quer ver-se retratada na telinha, máxima de McLuhan! O pior é que é verdade. Mas, será que os homens, as mentes que manipulam tudo isso (ou imaginam manipular) sabem até onde eles estão indo? Será que eles sabem mesmo as consequências do seu nefasto intento? Não sairia o "tiro pela culatra" como se diz em bom português?
Pensemos, pensemos e continuemos a pensar, a discutir, a falar, a debater. isto, de fat, é que importa, desta forma, se não mudamos nada em volta, pelos menos formamos a nós e exercemos nossa capacidade única e distinguível - pensar!
E olha, que até o discurso científico, desde a idade moderna até nossos dias, também é frágil no que tange verdade e realidade! A ciência (toda ela - da biológica à sociológica, da física à psicologia, da química à computação e etc) ajuda no controle das massas a favor dos sistemas políticos e financeiros. (?)

Anônimo disse...

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