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segunda-feira, 30 de abril de 2007
Aprendendo a Fazer Segurança com a Colômbia
O chefe da Polícia Nacional Colombiana, Gen. Albeto Gomez, foi um dos palestrantes do I Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança em Belo Horizonte. Ele veio nos descrever as iniciativas tomadas para que Bogotá, com uma população de 8 milhões de habitantes, obtivesse uma redução da taxa de homicídios por cem mil habitantes que chegou a ser de mais 70 para a casa dos 18 (para se ter uma idéia a taxa de Fortaleza gira em torno dos 20). A maioria dos outros crimes também caiu significativamente. Diferentemente do Brasil, a polícia na Colômbia, chamada força nacional, é ligada diretamente ao ministro da defesa e pertence ao poder federal. A realização de uma grande quantidade de blitz para revistar carros em toda a cidade faz parte do cotidiano desta polícia. Ela age baseada em mapeamento criminal e trabalha por objetivos. O horário de trabalho dos policiais não segue obrigatoriamente turnos de trabalho fixo, pois isso depende do nível de criminalidade da região. Algumas medidas em relação aos menores me provocaram surpresa. Ele disse que os que estão “indefesos” e sozinhos na rua são “protegidos” e retirados para locais provisórios até puderem ir para casa. Não sei muito bem até que ponto isso encontraria respaldo legal na nossa constituição. O modelo não é totalmente centralizado, pois prevê o compartilhamento das responsabilidades com os prefeitos das áreas a serem policiadas. Aliás, mais do que parceiro o prefeito é o gestor maior de Segurança Pública de sua área. Isso facilita a realização de ações interinstitucionais envolvendo a sociedade civil e outras áreas de governo. Por exemplo, um acordo com as lojas de autopeças de automóveis foi feito com o objetivo de diminuir a compra de peças ilegais. Esse esforço e com a cooperação das lojas de autopeças para que denunciassem desmanches, fez com que o furto a veículo despencasse violentamente. Outro aspecto determinante no sucesso de Bogotá deve-se a uma política de articulação entre ações repressivas e ações sociais preventivas. A inserção do prefeito diretamente no processo de gestão da polícia viabiliza a integração de esforços. As regiões mais violentas das favelas foram “atacadas” com políticas de criação de escolas, lazer para os jovens e outras ações coordenadas pelo Prefeito. Vale ressaltar ainda algumas medidas criativas que fizeram parte de uma reestruturação da polícia. Por exemplo, para tratar a questão da dificuldade de manutenção e zelo das viaturas (comum em qualquer polícia brasileira), foi definida uma política que permitia aos policiais, depois de dois anos de uso dos carros, comprá-los a preços módicos. Isso fez com que os carros fossem bem tratados e a manutenção do mesmo fosse feita de forma tranqüila. O problema de não se ter carros disponíveis para rodar durante o dia praticamente desapareceu, pois o próprio policial tinha o interesse de manter o carro em boas condições. Afinal ele estava tratando do carro que poderia ser dele. Enfim, muitas das ações realizadas em Bogotá estão sendo desenvolvidas no Brasil. No entanto, como já tinha mencionado em um texto passado (clique aqui para acessá-lo) nos falta maior capacidade de integrar ações tanto horizontalmente (entre diferentes setores de um governo) bem como verticalmente (entre as esferas municipal, estadual e federal). E isto faz a grande diferença, pois é o caminho obrigatório para a realização das ações preventivas.
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sábado, 28 de abril de 2007
Ações Concretas para Ajudarmos na Redução do Crime
O recente clamor por paz e redução da violência e criminalidade mostra que a sociedade brasileira está no limite. Sinto que todos estão dispostos a contribuir, mas muitas vezes não sabem como. Normalmente, decidem fazer passeatas nas ruas pedindo paz. São atos simbólicos, mas de muito pouco efeito prático. Tenho escrito que uma das formas de contribuição para a redução da criminalidade está em nosso alcance. Basta mudarmos um pouco nossa postura, por exemplo, deixando de pensar somente em nós mesmos para pensar um pouco mais no coletivo (clique aqui para ver outro texto sobre o assunto). Deixem-me usar um exemplo simples que pode fazer com que um tipo de delito que nos aflige diariamente, o furto em veículos, reduza sensivelmente. Este tipo de delito é uma das coisas que mais aumenta a sensação de insegurança, pois recorrentes casos de furtos de toca-cds, calotas de pneus e outros equipamentos dos veículos deixam-nos com a sensação de que o crime está em todo o canto. Como podemos agir para combater esse crime? Simples. Não comprando equipamentos ou peças em locais que reconhecidamente fazem o tráfico dos produtos ilegais. Deixemos de comprar em comerciantes duvidosos, em feiras onde reconhecidamente se vende produtos piratas, enfim em lugares onde não se emite nota fiscal e onde não se pode garantir a boa procedência do produto. Se fizéssemos isso em conjunto esses furtos diminuiriam sensivelmente, pois eles só ocorrem porque há quem compre os produtos furtados. Somos nós mesmos que alimentamos o sistema. Eu sei bem que este tipo de discurso pode provocar logo o ceticismo de alguns: e se somente eu fizer isso? Isso não vai adiantar nada, pois meu colega do lado não faz e acabo tendo o prejuízo sozinho! Mas é exatamente esse tipo de raciocínio vicioso que temos que quebrar. Ele embute o sentimento de querer levar vantagem em tudo e de não acreditar que um comportamento coletivo correto pode emergir de uma ação individual. Outros mais céticos poderiam dizer: mas furto a carro é algo sem importância. Não resolve o problema da violência em geral. Isso é verdade em parte, mas lembremos-nos daqueles que morreram em latrocínios que ocorreram em situações ridiculamente sem sentido, como em uma simples tentativa de furto da capa de toca-cd em que o dono do carro surpreendeu o criminoso. Acredito muito que ações individuais e a propagação das mesmas em uma rede podem fazer a grande diferença. Trata-se de fazer algo e divulgar para o amigo que faça o mesmo. É incrível como o efeito corrente pode fazer a diferença. O exemplo do furto em veiculo é emblemático, mas serve para muitas outras coisas como o tráfico de drogas, de cargas comerciais roubadas, etc. Alimentamos um sistema que estimula o crime e fazemos isso muitas vezes sem perceber que estamos errando ou por não perceber as conseqüências de nossos atos. Pensemos nisso e acima de tudo, comecemos a agir.
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sexta-feira, 27 de abril de 2007
I Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Publica
Estou participando do I Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública que se realiza em Belo Horizonte. O sucesso do encontro mesmo antes de começar já podia ser percebido, pois haviam mais de 500 inscritos de todo o País. Incrível como uma idéia que começou com uma conversa informal entre poucos e foi gradativamente se propagando pode gerar um movimento tão importante. Fico feliz de estar participando e mais ainda de saber que há tanta gente qualificada que está se reunindo com o mesmo propósito de melhorar a Segurança Pública. Na quarta, dia 25, tivemos a reunião do colegiado que forma o núcleo duro do fórum. Elegemos um novo presidente e um novo conselho diretor (que tenho a honra de ser membro). Estarei apresentando o trabalho que venho fazendo na UNIFOR com o desenvolvimento de software para a Segurança Pública nesta sexta à tarde. À noite a abertura oficial foi muito concorrida e contou com a participação do Ministro da Justiça Tarso Genro e do Governador em exercício de Minas Gerais, Anastasia. As palestras e oficinas também têm sido de alta qualidade e bem variadas. A primeira palestra foi de Michael Scott do Instituto de Policiamento Orientado a Problemas. Policiamento orientado a problemas (Problem-oriented Policing-POP) refere-se a uma metodologia de compreensão dos crimes por suas causas e efeitos com outros crimes. A idéia é dividir um problema criminal em vários pedaços menores que se interconectam visando identificar as causas e efeitos entre eles. POP é diferente de policiamento tradicional porque encontra causas e padrões entre crimes. Policiamento tradicional tenta resolver cada problema a cada vez. POP tenta resolver problemas tentando encontrar problemas similares, tentando encontrar as causas, padrões e conexões. Quando se fala em padrões, podem ser vítimas repetidas, autores repetidos, horários repetidos, etc. O que me surpreendeu na apresentação de Michael foi o fato de que ele anunciou uma serie de princípios que devem ser obedecidos pelas Instituições antes de adotar POP. São princípios de uma polícia cidadã e democrática e que por si só já são um desafio para as polícias brasileiras. Além disso, mencionou o quanto é importante a capacitação do pessoal e o processo de treinamento. E aí eu relembro o texto escrito neste blog sobre o quanto estamos exigindo um perfil para o policial e não estamos dando as condições para que ele seja o que queremos. A boa notícia que Michael trouxe foi o fato de que a mudança para este perfil, mesmo nos EUA, é muito recente (e ainda muito heterogênea nos Estados membros). Temos que ter paciencia, pois como tenho dito sempre, não há passe de mágica. Depois escrevo mais sobre outros aspectos e outras palestras.
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quinta-feira, 26 de abril de 2007
Modelo Federativo Americano e Massacre na Virginia
Em minha visita a Califórnia escutei sempre de meus amigos americanos que era necessário compreender como funcionava o modelo federativo dos EUA para entender como as mudanças ocorrem no País. Diferentemente do modelo brasileiro, nos EUA o poder federal central tem pouco poder. Os estados membros, por sua vez, têm uma grande autonomia e podem estabelecer leis próprias. Por exemplo, a maneira com os EUA estão mudando a forma de encarar o problema do aquecimento global e de como eles vão encampar a luta ecológica se dá através dos Estados. Trata-se de um processo descentralizado onde estados mais progressistas vão liderando e os outros gradativamente vão acompanhando. O exemplo da Califórnia com sua legislação altamente incentivadora de produção de energia alternativa é ilustrador disso. Este modelo comporta, no entanto, suas desvantagens e um exemplo estarrecedor refere-se ao recente caso do massacre na Virginia. O New York Times investigou porque o coreano autor do massacre tinha tido autorização para comprar uma arma se a lei federal dizia que quem tivesse algum histórico de problema mental ou mesmo de depressão não poderia fazê-lo (e o coreano tinha problemas). Eles descobriram que, na Virginia, havia uma interpretação diferente desta lei e que casos como o do coreano (mesmo que conhecessem seus antecedentes), não justificariam uma proibição de aquisição. Vejam como um fato trágico pode ter sido potencializado por uma divergencia de interpretação de leis pelos diferentes agentes do processo. Veja a matéria do NYT clicando aqui.
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quarta-feira, 25 de abril de 2007
Guns, Germs and Steel
O único dos livros da lista ao lado ainda não comentado foi Guns, Germs and Steel (Armas, Germes e Aço). Deixei propositalmente para o fim, pois este livro é daqueles que merecem menção especial. Seu autor é Jared Diamond um professor de medicina na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). Trata-se de um livro ousado, extremamente bem escrito e que prende a atenção do leitor mais inquieto. Diamond busca responder a algumas perguntas relacionadas ao desenvolvimento da raça humana e que podem ser representadas por uma só: “Porque foram os europeus que descobriram a América e não os índios americanos que descobriram a Europa?”. Sua teoria defende que o aspecto geobiológico e ambiental são os fatores determinantes para o desenvolvimento maior de algumas raças do que outras. Diamond rejeita violentamente qualquer teoria que defenda que os europeus têm um maior QI e que são (ou foram) mais inteligentes. Ela ainda da pouca importância ao desenvolvimento cultural, pois considera que dentro de uma janela de tempo grande com a que está querendo analisar esses aspectos acabam se perdendo. Seus argumentos se voltam para os fatores geográficos que fizeram a raça humana há 13000 anos antes de cristo adquirir a habilidade de domesticar e criar animais, bem como plantar sementes para colheita (diferentemente de viver da caça e da colheita do que crescia no ambiente). Ele acredita, por exemplo, que a variedade de espécies que havia na região do oriente médio permitiu uma maior qualidade de vida dos povos pré-históricos na região. Conseqüentes desenvolvimentos como a capacidade de conviver com germes e a elaboração de ferramentas de trabalho (inclusive em aço) dão nome ao livro. Dá para perceber que se trata de uma questão, no mínimo, polêmica e por isso mesmo o livro é tão apaixonante. Debates sobre as idéias lançadas no livro ainda são atuais (o livro teve sua primeira edição em 1997 e ganhou o prêmio Pulitzer naquele ano). Em particular o historiador William McNeil detonou a teoria de Diamond e um debate entre eles foi realizado publicamente na revista New York Times Review clique aqui para ler os argumentos de McNeil. Tanto o livro e os contra-argumentos são leitura imperdível. O desafio é formar opinião.
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segunda-feira, 23 de abril de 2007
O Profissional e a Profissão de Informática
Recentemente, quando estive participando de uma reunião com professores do curso de Informática da UNIFOR, um assunto muito interessante emergiu das discussões. Qual deve ser o perfil do profissional de informática do futuro? Os programas dos cursos universitários de computação são adequados às novas demandas do mercado? Essas questões não estão dissociadas de um contexto maior. Primeiramente, foi observado algo paradoxal. O mercado de informática está extremamente carente de pessoal, o que poderia ser bom e atrativo para os jovens. No entanto, vê-se exatamente o contrário. A procura por cursos de informática e mesmo por cursos tecnológicos de uma forma geral continua caindo assustadoramente. Vale ressaltar que este fato não é especifico da realidade brasileira, mas também de países desenvolvidos como os EUA e os países europeus. Já tinha mencionado em textos anteriores desse blog que a computação tem uma enorme dificuldade para definir suas bases. Isto se dá em grande parte pela forma rápida com que ocorrem as mudanças tecnológicas que por sua vez provocam o surgimento de novas ocupações e mesmo o desaparecimento de outras. Com o passar do tempo as tarefas que eram realizadas por profissionais de nível superior vão gradativamente sendo vulgarizadas e, ou desaparecem ou passam a ser exercidas por profissionais de nível médio. Creio que o que está ocorrendo com os programadores é um bom exemplo disso. O mercado mundial de software tem necessitado de programadores em grande quantidade. Em função disso, diversos países têm incrementado o ensino de programação de computadores para alunos de nível médio. A idéia com isso é lançar uma maior quantidade de profissionais, o mais cedo possível, no mercado. Obviamente, que acompanhado disto vem uma redução do nível salarial, o que acaba afetando muitos profissionais de nível superior, principalmente aqueles que em sua vida profissional se concentraram na tarefa de desenvolvimento de software. Outra conseqüência disso, é que o curso de Informática nas Universidades acaba perdendo seu poder de atratividade. Cursos de faculdades e outros de menor duração passam a ser uma opção mais barata e que levam os profissionais ao mercado mais rapidamente. Assim, a questão adjacente que se coloca nesse contexto é: “ qual o perfil do profissional de Informática de nível superior?”. O que as Universidades devem enfatizar para que este profissional se diferencie da grande massa de programadores que tende a se formar a partir de cursos tecnológicos de curta duração? Certamente esta é uma pergunta difícil de ser respondida somente por um prisma e queria oferecer este espaço para abrigar reflexões sobre o tema. Deixo somente algumas palavras chaves que me parecem relevantes a este novo perfil e que visam iniciar uma reflexão coletiva: empreendorismo, multi-disciplinaridade, gestão e liderança, capacidade de análise e síntese.
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sábado, 21 de abril de 2007
Messi vs Maradona: Para os Amantes do Bom Futebol
Para os amantes do bom futebol nunca é demais rever o gol de Messi da semana passada e o de Maradona contra a Inglaterra na copa de 86. Bem difícil dizer qual o mais bonito, mas ainda fico com o de Maradona pela importância do jogo. Considero que é mais difícil fazer um gol desse em um jogo de mundial do que um gol em um jogo de campeonato nacional. Cique aqui para ver o vídeo.
quinta-feira, 19 de abril de 2007
Profissão: Concursado!
Todos sabemos que um emprego em um órgão publico comporta uma série de vantagens como a segurança e salários bons ou mesmo muito bons (principalmente para cargos do judiciário ou ministério publico). Ter um bom emprego público sempre foi sonho legítimo de muitos e principalmente de jovens em busca de algo que lhes assegure um futuro tranqüilo para toda sua vida profissional. No entanto, tenho percebido recentemente que algo estranho está acontecendo no Brasil. Os jovens estão escolhendo suas profissões já pensando em fazer concursos. Ou seja, ao invés de escolher uma profissão por achar que ela vai satisfazer sua vocação e lhes realizar (até talvez ingressando no serviço público, em função da oportunidade) o objetivo de passar em um concurso tem se tornado a meta principal de vida. Esta situação explica um pouco porque tantos jovens hoje em dia optam por fazer Direito, pois abre a possibilidade de tentar um maior número de concursos possíveis. Pode-se tentar o Judiciário, o Ministério Público, as Polícias, além dos locais que não requerem uma formação específica como o fisco e os bancos. Isto não faz bem ao País. A competição para concursos fica absurdamente alta, o que de certo eleva a qualidade dos servidores públicos, mas o que vão fazer aqueles que não conseguiram lograr êxito? Perseguirão até conseguir passar? Não estariam, nossos jovens, perdendo a capacidade de sonhar, de inovar, enfim de empreender. Se assim for, isso é grave. Gravíssimo. Os jovens são por natureza sonhadores, ousados e inovadores. Buscam quebrar os paradigmas. Discordam deles. Entristece-me vê-los acomodados e buscando segurança tão cedo. Se eles não vão arriscar, quem vai? Não estou querendo desmerecer o serviço público. Até porque sou um servidor público e sei de sua importância. Mas mesmos nós servidores, sabemos que nosso trabalho não é suficientemente preponderante para gerar o desenvolvimento e aumentar a riqueza de uma nação. A riqueza de um país depende da capacidade de seu povo de empreender, expandir horizontes, ganhando espaço em diferentes mercados e criando empresas para gerar riquezas e empregos. Isto deveria prioritariamente estar entre as metas e objetivos dos jovens. Devemos motivá-los a tomar esses rumos mostrando que ao abraçarem com afinco uma profissão específica, poderão ter renda maior do que o teriam em um cargo público e que teriam ainda motivos de sobra de se sentir realizados. Novamente, não estou querendo dizer que as pessoas que tem por vocação seguir carreiras públicas estejam erradas. Só acho que esta havendo uma inversão de valores (e a quantidade de inscritos em concursos públicos é um indicador disto). Refletir sobre as causas que levam a essa realidade requer um outro texto. Parece-me claro que uma das razões está no fato de que temos ainda a cultura de ser empregado e como tal, nada como ter o governo como patrão. Isso precisa ser mudado. O mundo tem mudado (eu diria mesmo que já mudou). A escolha de uma profissão, qualquer que seja ela, exige de mais em mais do profissional um senso de criatividade e de empreendedorismo. Há muito a fazer para mudar essa mentalidade e principalmente dentro da própria Universidade, que tem por obrigação liderar esse processo.
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quarta-feira, 18 de abril de 2007
EDISCA: Mobilis e Sem Palavras
Estive neste sábado assistindo no Teatro José de Alencar o espetáculo Mobilis do grupo EDISCA. Para os que não conhecem a EDISCA (Escola de Dança e Integração de Crianças e Adolescentes), trata-se de um projeto de assistência social através do ensino da dança para crianças de periferia. O grupo é coordenado há 14 anos por Dora Andrade (clique aqui para acessar uma entrevista com Dora realizada em 2006 para o portal do voluntariado). Nas vezes que tive oportunidade de presenciar espetáculos do grupo EDISCA me surpreendi com a qualidade do produto apresentado. Com o espetáculo Mobilis não foi diferente. Vê-se esmero e qualidade em todos os quesitos do espetáculo, que só pelo seu caráter social já seria digno de elogios. No entanto, vê-se um claro amadurecimento do grupo nesta produção. Certamente o fato de contar com colaboradores renomados e competentes nos diversos aspectos da produção foi fator preponderante. A música de Manassés e os efeitos visuais com as projeções das bailarinas em cortinas no palco merecem destaque. A temática Mobilitis revisitada e que aborda os movimentos é felicíssima. Mostra-nos como a linguagem corporal pode nos dizer muito. Sem palavras. Recomendo a todos conhecer mais do projeto e prestigia-lo sempre que houver apresentações.
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terça-feira, 17 de abril de 2007
I Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Na próxima semana de 25 a 27 estarei em Minas Gerais participando do I Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Várias oficinas de estudo e debate serão promovidas e estarei dando uma palestra sobre minhas recentes pesquisas em tecnologia aplicada a Segurança. O título da palestra será “Simulação e Mapeamento Criminal” e será ministrada dentro da oficina que debaterá o uso da informática na Segurança. Mostrarei como a Informática pode ajudar a polícia a realizar a alocação de rondas de patrulha em áreas urbanas. O Encontro contará ainda com palestrantes internacionais e reunirá especialistas brasileiros dos diversos setores concernentes com a questão da Segurança Pública tais como o sistema prisional, direitos humanos, inteligência policial, combate ao crime organizado dentre outros. Aos interessados sugiro acessar o site do Fórum (clique aqui). Nele será possível encontrar maiores informações bem como a programação de todo o evento. A participação é aberta ao público e gratuita.
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segunda-feira, 16 de abril de 2007
(Des)Aparelhagem do Serviço Público: Precisamos de um Outro Roberto Jefferson?
Tenho mencionado em textos anteriores que uma das razões da crise de Segurança Pública é o descaso com o qual as Instituições policiais foram tratadas tempos atrás. Infelizmente, o fenômeno da desaparelhagem do Serviço Público não se restringe aos setores ligados a Segurança. Uma das causas desse processo de deteriorização está na forma como os governantes têm indicado ocupantes de cargos de direção em órgãos públicos. O loteamento descarado de cargos de Empresas Públicas da forma como vem sendo praticado é um acinte a nossa Inteligência. Esta sempre foi uma situação deplorável, embora usual em muitos locais. No entanto, vejo que no momento atual o contexto é ainda mais inaceitável. Há não muito tempo, vivenciamos durante a CPI do mensalão, as declarações do Deputado Roberto Jefferson que confessou que o interesse de partidos políticos por cargos visava à obtenção de vantagens e favores, inclusive financeiros para apoio a campanhas. Nunca ninguém tinha sido tão explicito em algo que se sabia, mas não se dizia. Era de se esperar que logo depois dos depoimentos de Roberto Jefferson essa prática refreasse. Não está sendo o caso. Estamos vendo proliferar casos de indicações de pessoas sem o menor histórico de comprometimento com a coisa pública, sem a menor competência nos assuntos que o cargo exige, inexistentes conhecimentos técnicos e mesmo gerenciais e que se configuram claramente como um jogo de toma lá dá cá. Não causará surpresas se provocar novos escândalos de corrupção e, pior, o processo de corrosão do serviço público continuar. Trata-se de um espetáculo triste e extremamente prejudicial à sociedade. Serve ainda para aumentar fortemente o grau de descrença da população em nossos governantes. É essencial que os políticos que se prezam e que têm verdadeiramente amor a causa pública passem a defender uma nova postura dos governantes para as nomeações aos cargos públicos. A nós eleitores, cabe-nos mostrar nossa insatisfação nas urnas. Chega de descaso.
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quinta-feira, 12 de abril de 2007
Faculdade, Universidade e Pesquisa Científica
Sou frequentemente questionado sobre a diferença entre Faculdade e Universidade. Elas não são absolutamente iguais, embora seja comum intercambiarmos o uso dos termos. Vários aspectos diferenciais poderiam ser apontados como a maior autonomia para criação de cursos que as universidades possuem e outros aspectos determinados pelo Ministério da Educação. No entanto, queria me concentrar em uma diferença que considero a mais relevante. As universidades, além do ensino, promovem a pesquisa científica, o que não é regra nas faculdades. Costumo dizer aos alunos da UNIFOR (que é privada), que passar toda a vida universitária sem experimentar nada de pesquisa é algo como pagar e não levar. Ao dizer isso, quero atentar para o fato de que as mensalidades das Universidades privadas são um pouco maiores do que as das faculdades em parte pelo custo de se propor a fazer pesquisa. Por exemplo, para fazer pesquisa é necessário ter um grande número de professores doutores que consequentemente ganham melhores salários. Além disso, os professores doutores pesquisadores requerem laboratórios com equipamentos modernos e demandam alto custo de instalação e de manutenção. O convívio com estes professores, bem como a utilização desses laboratórios, pode ser conseguida através da participação em projetos de iniciação científica. Normalmente os professores pesquisadores têm bolsas de iniciação científica a oferecer aos alunos de graduação. Trata-se de uma espécie de estágio onde o aluno começa a conhecer o contexto da pesquisa com o convívio com outros pesquisadores mestres, alunos de pós-graduação e com professores pesquisadores. Além disso, têm a oportunidade de conhecer tecnologia nova e que muitas vezes ainda não está disponível no mercado, tornando-se também uma ótima qualificação para a inovação e o empreendorismo. Você que é aluno de graduação de uma universidade, prove da pesquisa. Mas esteja preparado. Ela pode lhe contagiar.
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A Importância dos Tribunais Que Não São da Justiça
Poucos órgãos públicos têm seu papel tão desconhecido da sociedade como os Tribunais de Conta. Creio que o termo Tribunal conduz logo os cidadãos a uma associação errada com poder judiciário. Os Tribunais de Conta são órgãos do poder legislativo e que têm por missão principal fiscalizar o executivo. Diz-se Tribunais de Contas, pois referem-se à fiscalização das contas do executivo (Prefeitura, Estado ou União). Por exemplo, cabe ao Tribunal de Contas do Município (que é ligado a Assembléia Legislativa dos Estados) analisar as licitações das prefeituras, verificar se o orçamento foi executado corretamente através dos balanços financeiros, enfim, acompanhar a correção das ações dos Prefeitos através dos documentos legais que registram essas ações. O Tribunal de Contas do Estado e da União têm a mesma tarefa no que concerne às contas dos estados e do governo federal, respectivamente. Vejam como essas tarefas são importantes, principalmente, em um País em que abundam casos de mau uso dos recursos públicos. Creio, no entanto, que não podemos esperar que o processo de fiscalização dos governos seja tarefa de somente um órgão. Acho que a participação do cidadão é essencial. Por esta razão, fiquei muito contente ao tomar conhecimento de um projeto do Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará chamado Inspetor Cidadão. A idéia é treinar em torno de 5 mil pessoas (distribuídas nos diversos municípios do estado) para habilitá-las a acompanhar as ações das prefeituras e para que sirvam de aliados ao Tribunal no processo de fiscalização das contas. Um desafio que deve ser atacado é o de apresentar as contas dos prefeitos da forma mais inteligível possível, pois quanto menos conhecimento técnico for necessário, mais o cidadão poderá contribuir. O projeto é extremamente ambicioso e estive conversando com o Presidente do Tribunal de Contas do Município para usarmos a Internet e técnicas de Inteligência Artificial para auxiliar neste processo. Esperamos que uma cooperação com a Universidade seja um forma de enriquecer o projeto e torná-lo viável. Espero em breve estar dando detalhes de como será este projeto.
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quarta-feira, 11 de abril de 2007
Planejamento Urbano: Paracuru Bela
Felizmente ao retornar ao Brasil não foram somente coisas negativas que me surpreenderam. Tive a oportunidade de conhecer um excelente exemplo em que a boa ocupação do espaço urbano mudou a vida de uma cidade. Estive nessa páscoa em Paracuru, uma cidade de aproximadamente 30.000 habitantes no litoral oeste de Fortaleza. Há cerca de um ano a prefeitura reformou a praça principal (todos sabem da importância da praça principal em uma cidade pequena) de forma arrojada, com muito bom gosto e proibiu a ocupação desordenada da mesma. Carros com musicas excessivamente altas, festas que poluíssem demais o espaço e vendedores ambulantes sem organização foram barrados. Só tinha tido a oportunidade de ver a praça uma vez antes de minha viagem a Califórnia. Agora, um ano depois, fui visitá-la novamente e para minha grata surpresa percebi o quanto aquilo fez bem a cidade. O que antes era um lugar sujo, inseguro, barulhento e que afastava as famílias, agora se transformou. Todas as noites a praça é ocupada pelos cidadãos e pelos que visitam a cidade com suas famílias, tornando o ambiente extremamente agradável, seguro e convivial. A limpeza do local é contagiante. Não dá para jogar um papel no chão (até porque há sempre lixeiros por perto. O que infelizmente não é a regra em muitos locais). As duas fotos postadas são da praça. Visitem Paracuru para conferir. Verão que"civilizar" um espaco e educar a população pode ser conseguido de forma mais simples do que pensamos.
terça-feira, 10 de abril de 2007
Ovo de chocolate, Coelhos e Páscoa
Neste final de semana prolongado, minhas filhas e sobrinhos me questionaram quanto aos porquês de alguns símbolos da Páscoa. Como os adultos reunidos não souberam dar uma resposta satisfatória, prometi procurar algumas definições e postá-las aqui. Decidi pesquisar a resposta na Web, pois creio que o provimento de diversas fontes de informação, (vindas de diferentes sites) enriquece a resposta. A conclusão que cheguei após algumas consultas na Web foi a seguinte. A palavra "Páscoa" é de origem hebraica (Pessach) e significa passagem. A Páscoa já era celebrada pelos judeus antes mesmo do nascimento de Jesus Cristo. Os judeus comemoram esse dia com o sentido de liberdade, após anos de escravidão no Egito. Para os cristãos, a Páscoa tem um significado especial uma vez que celebra o renascimento de Jesus Cristo e sua ascensão ao céu. No entanto, de uma forma geral, Páscoa, tanto no sentido judeu como cristão, está relacionada com a celebração da vida e da humanidade. Pode-se dizer que se trata de uma festa de louvor a vida. Seus dois símbolos mais importantes, o coelho e o ovo, têm relação direta com a homenagem à vida e a perpetuação da espécie. O coelho por se reproduzir rapidamente representa a fertilidade. Entre os povos da antiguidade, a fertilidade era sinônima de preservação da espécie e de melhores condições de vida. No Egito Antigo, por exemplo, o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas. Já os ovos de Páscoa também estão neste contexto da fertilidade e da vida. Os chineses há milênios comemoram a Páscoa como uma festa de prenúncio da primavera significando a renovação da vida. O hábito de presentear os amigos com ovos surgiu neste contexto. Os cristãos, no século XVIII, adotaram o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo, santificando um costume originalmente pagão. Desde o surgimento do costume, os ovos sempre foram enfeitados. Primeiramente com materiais advindos da agricultura como tintas vindas da beterraba e de ervas. Em seu período áureo eles passaram mesmo a serem enfeitados com ouro e pedras preciosas. Somente em meados do século XIX é que o costume de se usar chocolate começou a ganhar força. O fato de que no hemisfério norte a Páscoa coincide com uma época fria, ajudou para que o chocolate tornasse-se popular devido ao seu alto valor nutritivo e calórico. Como nenhum dos sites que visitei para obter essas respostas é reconhecidamente reputado no assunto, agradeço a quem quiser contribuir com algo mais ou corrigir algumas imprecisões.
sexta-feira, 6 de abril de 2007
Fortaleza Bela: Deseducação no Caos Urbano
Não posso me furtar a escrever sobre algumas coisas que me saltam os olhos nesta volta à rotina Fortalezense. Contrastando com a alegria do contato com familiares e amigos, a tristeza de perceber algumas de nossas idiossincrasias ocupa um espaço em meu estado de espírito. Poucas coisas são tão alarmantes como o caos urbano que percebo na cidade. Há toda forma de descontrole com a clara omissão do poder público e sob o olhar inerte dos órgãos de defesa do cidadão. A conseqüência disto é uma população que busca adaptar-se a esse contexto, em prejuízo a uma convivência harmoniosa e em detrimento ao seguimento as leis. Deixem-me exemplificar o que quero dizer. A sinalização das ruas, em geral, é de péssima qualidade, tanto a que se refere ao tráfego de veículos quanto a que se refere ao uso dos espaços públicos pelos pedestres. Além disso, as calçadas são frequentemente intransitáveis, ou por ocupação ilegal ou por terem pavimentação totalmente destruída. Conseqüência, os pedestres têm que encontrar rotas alternativas para se deslocar, o que não pode ocorrer sem perigo. Essa situação provoca uma bola de neve, pois o trânsito que já é péssimo por muitas outras razoes como pavimentação deficiente, buracos, etc (vou parar para não chover no molhado) fica ainda mais prejudicado. Não tenho a menor dúvida que vidas são perdidas e pessoas são acidentadas muito em função deste contexto. Vejo ainda outro aspecto extremamente pernicioso. Na falta de condições para se viver harmonicamente vê-se em marcha um processo inconsciente de deseducação da sociedade. A regra geral de convivência numa sociedade com este contexto é a de se virar como puder e a lei de Gerson (levar vantagem em tudo) é a única claramente seguida. Por exemplo, não da para esperar que os pedestres só atravessem na faixa de segurança quando na maioria das ruas elas nem são indicadas. Nem da para esperar que os motoristas dêem prioridade aos pedestres (como se vê nas sociedades mais “civilizadas” em termos de convivência urbana), se eles estão atravessando as ruas a toda hora e em todos os locais. Conseqüência disso é um filme trágico e surrealista, pessoas cruzando as ruas aloucadamente, carros subindo calçadas para fazer ultrapassagens, sinalização desrespeitada repetidamente, motos e bicicletas “surgindo” de todos os cantos. Tal situação está longe do que pode se esperar de uma Fortaleza Bela.
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quinta-feira, 5 de abril de 2007
Trabalhando em Casa
Uma reportagem televisiva sobre algumas pessoas que trabalham em casa me levou a escrever esse texto. Os avanços tecnológicos como a Internet permitem que as Empresas aceitem e mesmo incentivem estas iniciativas. As pessoas que trabalham em casa têm a tendência de ficar obcecadas por trabalho e acabam cumprindo uma jornada de trabalho maior que a de trabalhadores “normais”. Fica difícil separar a jornada de trabalho da jornada familiar. O trabalho acaba ganhando prioridade, pois lhe forca sempre a reagir a alguma demanda intempestiva. Para profissionais que trabalham em multinacionais com sedes em diversos paises isso é ainda mais sério em função de diferenças de fuso horário. O problema é que não se tem muita certeza de que esse novo modelo de trabalho aumenta a produtividade. Primeiro, em função do natural estado de stress do funcionário que tende a crescer e porque algumas atividades como olhar e-mails tornam-se uma paranóia e a produtividade pode até diminuir. Recentemente uma pesquisa divulgada no New York Times mostrou que os americanos gastam em torno de uma hora por dia acessando e respondendo e-mails. Torna-se uma das razões pelo qual eles são menos produtivos do que alguns países europeus como a Franca. Experimentei o quanto as pessoas trabalham em casa na minha estada na Califórnia. As pessoas no ambiente de pesquisa científica literalmente não têm mais hora para trabalhar. Incrível. Muito frequentemente, tarde da noite quando estava no ar (normalmente, escrevendo o blog) recebia mensagens de membros das equipes de trabalho que tinham contato. O pior disso tudo é que se acaba por criar um hábito de responder às mensagens prontamente, para isso, precisa-se acessar os e-mails a todo o momento e assim a obsessão vai se formando. Cabe a cada um montar sua estratégia para viver no novo paradigma sem entrar nesta roda viva.
terça-feira, 3 de abril de 2007
Entregando “Quase” Todas as Chaves
Os últimos dias foram extremamente corridos e foram gradativamente deixando uma enorme saudade das coisas e principalmente das pessoas com quem fui me despedindo. O símbolo básico das mudanças são as chaves. Fui gradativamente as entregando: a do carro, a da sala em Stanford, a do apartamento, a da caixa postal e enfim a do carro alugado nos últimos dias. Tivemos, Beth e eu, agradáveis despedidas com os amigos, alguns antigos, outros mais recentes, que nos acompanharam nesta jornada mais de perto e que nos deram muito apoio na “Aventura Californiana”. Bill e Danielle nos proporcionaram um fim de semana muito agradável em sua bela casa, onde pudemos conversar sobre os mais diversos assuntos, fazer planos para o futuro e tomar um bom vinho (Bordeaux e Californiano). Neste tempo, tivemos ainda ótimos momentos com Walfredo (sempre brilhante) e Zani, regados normalmente a muita cerveja. Por fim, embora não tenha tido uma despedida presencial com Paulo, lembro-me dele e de como o fato de conhecê-lo mais, aumentou nossa amizade. O convite e a recepção que recebi dele e de sua Beth em El Paso e todo o suporte que ele nos deu para viabilizar nossa vinda são motivos de nossa gratidão. A amizade oferecida por esses casais representa a chave de ouro que fechou nossa estada e que não entregamos. Estará bem guardada e protegida em nossa Fortaleza. Esperando por visitas.
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segunda-feira, 2 de abril de 2007
Expectativa da Volta
Nesse exato momento estou no avião de volta ao Brasil depois deste ano de “Aventura Californiana”. Volto com uma enorme expectativa de continuar minha vida com a harmonia familiar, felicidade e desenvoltura pessoal e profissional que pude incrementar neste ultimo ano. Saudades dos familiares e dos amigos que deixamos e que torcemos para encontrar com saúde e paz. Em particular, uso este espaço para agradecer a Universidade de Fortaleza - UNIFOR e o Governo do Estado do Ceara através da Empresa de Tecnologia da Informação – ETICE, por terem me apoiado na realização da “Aventura Californiana”. Invade-me um sentimento de enorme gratidão que alimenta a vontade de retribuir não somente a estas instituições, mas as pessoas que podem se beneficiar com o que vivenciei: os alunos universitários e os cidadãos cearenses de uma forma geral que precisam de um serviço público de maior qualidade.
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