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sexta-feira, 27 de abril de 2007
I Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Publica
Estou participando do I Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública que se realiza em Belo Horizonte. O sucesso do encontro mesmo antes de começar já podia ser percebido, pois haviam mais de 500 inscritos de todo o País. Incrível como uma idéia que começou com uma conversa informal entre poucos e foi gradativamente se propagando pode gerar um movimento tão importante. Fico feliz de estar participando e mais ainda de saber que há tanta gente qualificada que está se reunindo com o mesmo propósito de melhorar a Segurança Pública. Na quarta, dia 25, tivemos a reunião do colegiado que forma o núcleo duro do fórum. Elegemos um novo presidente e um novo conselho diretor (que tenho a honra de ser membro). Estarei apresentando o trabalho que venho fazendo na UNIFOR com o desenvolvimento de software para a Segurança Pública nesta sexta à tarde. À noite a abertura oficial foi muito concorrida e contou com a participação do Ministro da Justiça Tarso Genro e do Governador em exercício de Minas Gerais, Anastasia. As palestras e oficinas também têm sido de alta qualidade e bem variadas. A primeira palestra foi de Michael Scott do Instituto de Policiamento Orientado a Problemas. Policiamento orientado a problemas (Problem-oriented Policing-POP) refere-se a uma metodologia de compreensão dos crimes por suas causas e efeitos com outros crimes. A idéia é dividir um problema criminal em vários pedaços menores que se interconectam visando identificar as causas e efeitos entre eles. POP é diferente de policiamento tradicional porque encontra causas e padrões entre crimes. Policiamento tradicional tenta resolver cada problema a cada vez. POP tenta resolver problemas tentando encontrar problemas similares, tentando encontrar as causas, padrões e conexões. Quando se fala em padrões, podem ser vítimas repetidas, autores repetidos, horários repetidos, etc. O que me surpreendeu na apresentação de Michael foi o fato de que ele anunciou uma serie de princípios que devem ser obedecidos pelas Instituições antes de adotar POP. São princípios de uma polícia cidadã e democrática e que por si só já são um desafio para as polícias brasileiras. Além disso, mencionou o quanto é importante a capacitação do pessoal e o processo de treinamento. E aí eu relembro o texto escrito neste blog sobre o quanto estamos exigindo um perfil para o policial e não estamos dando as condições para que ele seja o que queremos. A boa notícia que Michael trouxe foi o fato de que a mudança para este perfil, mesmo nos EUA, é muito recente (e ainda muito heterogênea nos Estados membros). Temos que ter paciencia, pois como tenho dito sempre, não há passe de mágica. Depois escrevo mais sobre outros aspectos e outras palestras.
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