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segunda-feira, 16 de abril de 2007

(Des)Aparelhagem do Serviço Público: Precisamos de um Outro Roberto Jefferson?

Tenho mencionado em textos anteriores que uma das razões da crise de Segurança Pública é o descaso com o qual as Instituições policiais foram tratadas tempos atrás. Infelizmente, o fenômeno da desaparelhagem do Serviço Público não se restringe aos setores ligados a Segurança. Uma das causas desse processo de deteriorização está na forma como os governantes têm indicado ocupantes de cargos de direção em órgãos públicos. O loteamento descarado de cargos de Empresas Públicas da forma como vem sendo praticado é um acinte a nossa Inteligência. Esta sempre foi uma situação deplorável, embora usual em muitos locais. No entanto, vejo que no momento atual o contexto é ainda mais inaceitável. Há não muito tempo, vivenciamos durante a CPI do mensalão, as declarações do Deputado Roberto Jefferson que confessou que o interesse de partidos políticos por cargos visava à obtenção de vantagens e favores, inclusive financeiros para apoio a campanhas. Nunca ninguém tinha sido tão explicito em algo que se sabia, mas não se dizia. Era de se esperar que logo depois dos depoimentos de Roberto Jefferson essa prática refreasse. Não está sendo o caso. Estamos vendo proliferar casos de indicações de pessoas sem o menor histórico de comprometimento com a coisa pública, sem a menor competência nos assuntos que o cargo exige, inexistentes conhecimentos técnicos e mesmo gerenciais e que se configuram claramente como um jogo de toma lá dá cá. Não causará surpresas se provocar novos escândalos de corrupção e, pior, o processo de corrosão do serviço público continuar. Trata-se de um espetáculo triste e extremamente prejudicial à sociedade. Serve ainda para aumentar fortemente o grau de descrença da população em nossos governantes. É essencial que os políticos que se prezam e que têm verdadeiramente amor a causa pública passem a defender uma nova postura dos governantes para as nomeações aos cargos públicos. A nós eleitores, cabe-nos mostrar nossa insatisfação nas urnas. Chega de descaso.

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