Bem sabemos que a Apple é uma empresa que adora excentricidades. Dizem alguns que isso faz parte de seu marketing. No entanto, deixar um site fora do ar durante o período de feriado é demais. Tivemos um problema com o aplicativo do WikiCrimes e quando fui tentar resolver, ao acessar o iTunes Connect, vejam abaixo o que me apareceu.
Nossos usuários que nos desculpem, mas agora só quando eles voltarem de férias :-(((
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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Eye tracking virando realidade
Já escrevi sobre a tecnologia de interface homem-computador
chamada eye tracking (rastreamento dos olhos) aqui no blog.
Na época, mencionei alguns trabalhos acadêmicos e de pesquisa que avançavam o
Estado da Arte no tema.
As soluções comerciais começam a aparecer. Predict Gaze é um exemplo
disso. Trata-se de tecnologia que usa aprendizado de máquina para desenvolver
algoritmos poderosos e eficientes de reconhecimento de padrão que permitem o reconhecimento
exato do lugar para onde a pessoa está olhando. Em especial, Eye Gaze, por ter
algoritmos potentes, mas leves de serem rodados, permite desenvolvimento de
aplicações para celulares e tablets.
O vídeo abaixo dá um exemplo sobre como se pode diminuir a
altura do som de uma música simplesmente com um shhhhhh.
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terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Chame-me, se puder
Não
chego a pensar que a privatização do sistema de telefonia ocorrido anos atrás
tenha sido prejudicial ao País. Lembro-me de que ter uma linha telefônica era
privilégio de poucos e se tratava de um investimento tão valioso como ter um
imóvel. Impossível imaginar a inserção brasileira no mundo atual de Internet e
telecomunicações globais se não houvesse mudança naquele contexto. Isso não
pode nos impedir de questionar o que está errado no modelo atual de telefonia,
em especial o da telefonia móvel.
O
nível de saturação do sistema chegou a um ponto sem precedentes. Um ponto que
só deixa-nos, nós clientes com nossos cada vez mais modernos telefones
celulares, a apelar para a chacota e as piadas. Não há mais como suportar o
péssimo serviço ofertado pelas operadoras
de telefonia móvel.
Recentemente
depois de muito penar com uma operadora peregrinei entre outras só para
confirmar o que já sabia. A qualidade do serviço é sofrível em todos os níveis
e em todas as operadoras. A péssima qualidade do serviço de transmissão de voz
e dados se alia a não menos ruim qualidade do serviço de atendimento aos
clientes. Serviços de call center e
os de atendimento nas lojas com longas esperas e pouco eficazes são a regra. Cheguei
a passar pela absurda situação de nem conseguir me inscrever numa operadora a
qual já era cliente de telefonia fixa. Faltavam dados cadastrais, disseram-me.
Não entrei onde já estava dentro. Só rindo mesmo.
Transmissão
de voz e dados é cada vez mais crucial no cotidiano de nossas vidas e tornou-se
estratégico para o desenvolvimento de um País. Alie-se a isso a explosão da
demanda impulsionada pelo maior poder aquisitivo do brasileiro. Essa combinação
torna impossível tratar o tema como sendo exclusivamente de interesses
privados. No momento atual, somente a concorrência, que deveria ser a mola
mestra para melhorar a prestação dos serviços, não parece conseguir produzir a
resposta que os clientes requerem.
A
fragilidade dos serviços prestados expõe igualmente as deficiências do Estado
no seu papel de regulador, fiscalizador e indutor. A despeito dos esforços
demostrados pela ANATEL com algumas ações pontuais de punição às operadoras
como foi o caso com a TIM recentemente, não me parece que ela tenha sido capaz
de provocar muitas mudanças no que está posto. Algo mais tem que ser feito
urgente. A situação atual é uma grande
piada, mas de mau gosto.
* artigo publicado na coluna Opinião do Jornal O Povo de hoje
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
RIP Dave Brubeck
Morreu hoje, aos 91 anos, o músico americano Dave Brubeck, um dos maiores expoentes do jazz de todos os tempos. Brubeck e seu quarteto fez grandes clássicos do jazz como "In Your Own Sweet Way"e "The Duke", mas foi com "Take Five" que bateu recordes. A composição é do saxofonista Paul Desmond outro gigante do Jazz, que na época tocava no Dave Brubeck Quartet.
Acho que "Take Five" é a música de jazz mais regravada, remixada e com remakes que existiu. O blog Mashable elencou alguns dessas gravações aqui. Sou fã da versão original, mas a que considero imbatível foi gravada pelo, não menos genial, Grover Washington Jr. o qual batizou sua versão de "Take Antoher Five".
Rest in Peace Brubeck! Take a Five, no entanto, vai nos embalar para sempre.
Abaixo, publico do You Tube a versão com Grover Washington em seu habitual estilo Smooth Jazz.
Acho que "Take Five" é a música de jazz mais regravada, remixada e com remakes que existiu. O blog Mashable elencou alguns dessas gravações aqui. Sou fã da versão original, mas a que considero imbatível foi gravada pelo, não menos genial, Grover Washington Jr. o qual batizou sua versão de "Take Antoher Five".
Rest in Peace Brubeck! Take a Five, no entanto, vai nos embalar para sempre.
Abaixo, publico do You Tube a versão com Grover Washington em seu habitual estilo Smooth Jazz.
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Como não consegui entrar na Oi
Havia escrito sobre os dissabores que tive com a TIM no post
passado. Ao tentar portar minha linha para a OI, tive mais surpresas negativas.
A Oi foi minha opção pelo fato de já possuir uma linha fixa nessa operadora.
Pensei então que seria mais simples migrar tudo para lá. Ledo engano.
Eu simplesmente não consegui migrar para a Oi. Isso mesmo.
Entrar na Oi (onde eu já estava) foi impossível. Na hora de efetuar meu
cadastro, diziam que havia incompatibilidade nos meus dados. Não consigo bem
explicar, pois já era cliente Oi fixo desde a época de Teleceará (é o novo!).
Pagava com débito em conta (parece que é esse o problema. Na próxima operadora
não cometo mais esse erro).
A loja não conseguiu resolver a incompatibilidade.
Disseram-me que me ligariam para tentar resolver. Expliquei que seria difícil
me contactar, pois meu móvel era péssimo (razão pela qual decidi mudar). Diziam-me
para ficar tranquilo.
O fato é que infelizmente eu estava certo. Não conseguiram
resolver, embora tenha dado mais duas viagens à loja e tenha ligado outras
tantas vezes. Detalhe, quando ia a loja tinha que ter a sorte de ir no horário
do cidadão que me atendeu. Os outros não sabiam de nada. Incrível! Meu negócio
era com o fulano, não era com a Oi.
Não consegui entrar onde já estava dentro! Resultado. Saí de
vez da Oi. Levei o fixo também para outra operadora. O pior é que já estou
sofrendo de novo. Conto já o que aconteceu com a VIVO. Será que vai sobrar
alguém para contar a história?
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sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Como mudar de plano na TIM ou crônica de uma saída anunciada
Deixem-me logo dizer aos que acessam este texto com o
objetivo de ter instruções sobre como proceder junto a TIM para mudar um plano, saiba que não tenho tais informações. Acho mesmo que a melhor forma de mudar um
plano da TIM é trocando de operadora. Foi o que fiz. Não busquem aqui maiores
instruções.
Não bastasse a má qualidade da rede de transmissão, conheci
o serviço de atendimento que não deixa nada a dever ao primeiro. ERA cliente da
TIM há mais de 15 anos. Não que ache que tenha me tornado um cliente tão antigo
devido a qualidade do serviço prestado. Foi muito mais por comodidade. Mesmo
depois da portabilidade, vi-me preso em um hábito por demais estranho que
adquiri: conviver com ligações que caem e caem. E pior, pagando caro.
Tinha um plano família que mantive, porque em um primeiro
momento não me era vantajoso a troca por planos mais modernos. O problema é que
com o tempo ele foi se tornando muito caro e vi-me obrigado a muda-lo.
Como não gosto de
atendimento telefônico de callcenters (tem alguém que gosta?) decidi ir até a
loja da TIM. No way. Fui informado que teria que concretizar a mudança por
telefone, mas que não me preocupasse, eu seria contactado. Isso foi no começo
de agosto. De lá para cá nunca recebi uma ligação da TIM. No entanto, liguei
algumas vezes (creio que foram pelo menos oito tentativas).
O cenário mais comum era a ligação cair. Interrompida minha
conversa, tinha que começar tudo de
novo. Nas primeiras tentativas tinha senso de humor e brincava como os
atendentes dizendo que o atendimento via TIM era digno de TIM. Slogan: ligações
que caem o tempo todo.
O segundo cenário mais comum era o de ser necessário
transferir a ligação seguido de perto pelo cenário “um momento o sistema está
muito lento”. Dá para perceber que esses dois cenários potencializam o
primeiro, não é? Por exemplo, a probabilidade da ligação cair na transferência
de ramal aumenta.
Em nenhuma de minhas tentativas consegui encontrar alguém que
realizasse a mudança. O máximo que consegui foi que me dissessem que em 48 horas
(não sei porque esse número !) alguém me ligaria para realizar a mudança. Até
hoje, nada. Será que me enganei? Teriam sido 48 meses? Foi então que comecei a
pensar que aquilo tudo fazia parte de um plano da TIM para me colocar para
fora. Os que me conhecem sabem de minha teimosia genética. Decidi insistir e
continuar ligando. Não iam conseguir me
fazer desistir tão fácil J
Passados uns dias fui me convencendo que não tinha como
ganhar essa batalha. Eles eram mais forte do que eu. Me queriam fora e iam
acabar conseguindo. Não sei muito bem porque, mas ficava evidente que a TIM me
detestava. Tinham algo contra mim. Talvez fosse porque pagava a fatura com
débito em conta e nunca atrasava. Nunca paguei multas. Isso deve tê-los
entediados. Desisti.
Antes que pensem que posso aqui estar fazendo alguma
promoção de outra operadora, digo logo que não é o caso e por isso mesmo não
vou nem nomea-la. Confesso que não alimento muitas esperanças de ter um serviço
muito melhor do que tinha, a precariedade do serviço prestado por todas é o
padrão. Só acho que a TIM passou dos limites, literalmente, além das fronteiras
(pelo menos das fronteiras de minha paciência).
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terça-feira, 27 de novembro de 2012
Novo Castelão. Por uma nova torcida
O psicólogo social e historiador Michael Shermer em seu
livro “The Science of Good and Evil” abre interessante debate, por um ponto de
vista evolucionista, sobre a natureza humana no que se refere a moral e a ética.
Em especial, ele aponta para vários estudos que dão evidências de como os seres
humanos são “maleáveis” e podem agir de forma amoral. Análises com experiências
científicas ou por observação de fatos históricos como o Holocausto mostram que
uma das coisas que pode gerar comportamento violento de uma pessoa é
simplesmente o contágio por um grupo.
Lendo seu livro lembrei-me do que acontece nos estádios
brasileiros e de como a sociedade está cada vez mais refém dos atos de
violência das torcidas organizadas que se alastram e que agora não ocorrem
somente em estádios e seus arredores. Escuto sempre afirmações de que os atos
de vandalismo e violência desses grupos é obra de poucos e etc. Acho uma
simplificação perigosa. Esses poucos conseguem contagiar outros que acabam
agindo, talvez inconscientemente, de forma similar.
O fato é que não há mais justificativa plausível para
aceitar torcidas organizadas em estádios de futebol. Promover o agrupamento de
pessoas em um espaço com o intuito de se preparar para uma batalha é,
parafraseando Roberto Jefferson, “provocar os instintos mais primitivos” das
pessoas. Estamos recorrentemente nos omitindo de tomar decisões definitivas quanto
a questão. O novo PV foi uma oportunidade perdida como mostrou o último jogo do
Fortaleza na Série C. Cometeremos o mesmo erro com o novo Castelão?
A proibição das torcidas organizadas deve vir imediatamente
seguida da instituição da prática de se vender ingressos com lugares marcados.
Se é verdade que são poucos os vândalos capazes de provocar tanta violência,
distribuídos no estádio eles terão diminuída capacidade de agregar seguidores e
de formar facções fanáticas. No mundo desenvolvido, os eventos esportivos são
espaço de festa, emoção (nem sempre só de alegria, é verdade), mas nunca de guerra.
Teremos que instituir essa prática na Copa das Confederações bem como na Copa
do Mundo, por imposição da FIFA. Oportunidade melhor não há. Afinal, a quem
interessa a situação reinante?
* artigo publicado no Jornal O Povo de hoje, coluna Opinião
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segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Cidades Inteligentes Europeias
Já escrevi sobre cidades inteligentes (Smart City) algumas
vezes aqui no blog. É um conceito que vem de mais em mais sendo usado com caracterização
diversa. Recentemente descobri esse estudo desenvolvido por Universidades da Austria e Eslovênia. Eles
elegeram as cidades inteligentes com base em diversos critérios. O mais inovador é
que o recorte de cidades participantes foi feito com base no tamanho da cidade.
Somente cidades de até 500 mil habitantes foram consideradas elegíveis. Já é um
critério muito interessante. É reconhecer que as megametrópolis são per se pouco inteligentes.
Foram seis os aspectos investigados para ranquear as cidades:
governança, pessoas, mobilidade, economia, meio ambiente e bem estar (qualidade de vida). As características consideradas podem ser vistas na figura abaixo, O estudo completo pode ser acessado aqui. A lista das vinte mais também está abaixo. Sem surpresa, as cidades nórdicas dominam os primeiros lugares. Itália, Portugal, Grécia e Espanha não possuem nenhuma cidade entre as primeiras. Um fosso entre Norte e Sul dentro do próprio velho continente.
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sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Bebida para menores: um dever de todos
Quando estive em D.C recentemente, fui jantar com minha
filha no Ruth’s Chris, um restaurante super agradável que sempre que posso visito
nos EUA. Aliás, recomendo. Minha filha pediu uma bebida alcóolica (não lembro
bem qual), uma espécie de coquetel. O garçom educadamente pediu que ela lhe
mostrasse um documento de identidade para saber sua idade. Nunca tinha
presenciado isso antes. Ela tem 22 anos e nos EUA bebida para menores de 21 são
proibidas e eles levam isso muito a sério.
Minha filha disse-me que já está acostumada. Em todos os
lugares em que vai e que decide beber algo sempre a solicitam a comprovação da
idade. É isso que precisamos compreender que fortalece uma sociedade. Não entro
no mérito de qual idade mínima é a adequada. O fato é que se a sociedade
decidiu que menores não podiam beber com uma certa idade, não cabe
exclusivamente às autoridades zelar pela manutenção da lei. É uma tarefa de
todos.
Evidente que sabemos que os americanos são bastante
rigorosos quando se trata de punir os que desobedecem a lei, mas afirmo com certeza que a Polícia
não sai entrando em restaurantes para dar batidas em buscas de menores bêbados.
Isso na verdade é inadmissível, pois
feriria direitos individuais básicos e todos lá sabem disso. Seguem a lei
porque concordam com ela e sabem que têm o dever de zelar por sua aplicação.
Nunca presenciei cena similar no Brasil. Quando era jovem também
nunca fui proibido de ter acesso a bebida em lugar nenhum (se bem que não
recorria a tal expediente com frequência J).
Esporadicamente, vejo a movimentação do Ministério Público em festas como o
Fortal e outras onde a presença de jovens é muito grande em busca de coibir o
uso indiscriminado do álcool. É um exemplo claro de algo necessário, mas
largamente insuficiente.
Reparem que estou a falar da nossa postura com relação ao
uso de bebidas alcóolicas, mas o mesmo discurso vale para outros delitos e
abusos que vamos nos acostumando a aceitar. Vide o problema crônico da
prostituição infantil que nos é tão presente. E desta e outras vamos repetindo
com vulgaridade o bordão de que Segurança Pública é dever de todos. Estamos
entre esses “todos” ou não?
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terça-feira, 13 de novembro de 2012
O que nos dizem os dados criminais
O Anuário da Segurança Pública 2012 , produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança é um documento que revela não só as altas taxas de violência que continuam nos demarcando negativamente em comparação com boa parte do mundo, mas evidencia ainda a vulnerabilidade de nossas instituições policiais em uma atividade básica como contar crimes.
Nele pode-se inferir que as polícias ainda tratam a coleta e divulgação de dados sobre crimes como uma obrigação, pois sentem-se pressionadas a informar a sociedade, mídia, ministérios, etc. Como não o fazem por necessidade cotidiana, o fazem muito mal. Não seguem padrões, só divulgam aquilo que os interessa e não se integram com dados de outras esferas. Segundo o Anuário, o Ceará, por exemplo, não informou ao Ministério da Justiça nem a quantidade de ocorrências de roubos em 2010 e continua sem informar essa quantidade em 2011.
A maioria das polícias, dentre as quais as cearenses, não informou também as mortes provocadas por policiais, seja em serviço ou não. Tal estatística é condição mínima para a criação de uma política para reduzir as ações de uso abusivo da força.
O mais surpreendente é que, em alguns Estados, boa parte das ocorrências de crime que levaram à mortes são classificadas como “a esclarecer”. Ou seja, sabe-se que houve uma morte, sabe-se que foi em decorrência de violência, mas não são classificadas. Esse fenômeno não é totalmente injustificado, pois nem sempre se pode imediatamente determinar a causa mortis, mas o que surpreende é a frequência e taxas crescentes com que vêm ocorrendo. Aqui no Estado, elas chegaram em 2011 a 17,8% das ocorrências, no Rio de Janeiro, a 37%. Isso faz com que as taxas oficiais, por exemplo de homicídio, tenham baixa credibilidade.
Essa realidade só evidencia um modelo de polícia que se esgota. Os dados não são confiáveis porque são usados raramente pelas próprias polícias. Para fazer o policiamento que se faz hoje, é bem verdade, não são tão importantes. O desafio é avançar para um novo modelo de polícia com foco na resolução de problemas, na investigação e na inteligência Assim, a melhoria da qualidade dos dados sobre crimes virá como consequência, bem como por necessidade.
* Artigo publicado hoje na coluna Opinião do Jornal O Povo
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domingo, 11 de novembro de 2012
O Futuro do Jornal On Line
O site mashable fez um interessante infográfico mostrando
como tem aumentado o número de jornais que passaram a adotar a obrigatoriedade de pagamento para acesso de notícias on line.
Os americanos passaram a chamar essa prática de Paywall. O New York Times (NYT), embora
não tenha sido o primeiro, pelo seu porte, estabeleceu um marco quando adotou a
prática no começo de 2011. O leitor paga em torno de U$ 15 a U$ 35 mensais. Desde
então ela só tem crescido. Já são mais de 300 jornais que exigem pagamento para
a leitura das matérias.
Podemos dizer que isso é a solução para o jornalismo em
crise de modelo de negócio? Não é tão simples assim. Paywalls geram uma
diminuição grande de acesso ao site. Em alguns casos a queda é de mais de dois
terços. O NYT teve um grande incremento da sua tiragem impressa depois da
medida, mas outras publicações estão às portas da falência. A acompanhar.
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quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Anuário 2012 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
O lançamento do anuário 2012 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) sobre a realidade da Segurança Pública no País continua, infelizmente, sendo um
evento midiático. Digo infelizmente não como uma crítica ao anuário, à
imprensa, nem muito menos à iniciativa do Fórum em produzi-lo, mas ao fato
de se caracterizar como um evento por jogar luz nas enormes deficiências das instituições públicas que atuam na área.
Primeiramente o anuário revela as altas taxas de
violência que continuam nos diferenciando de boa parte do mundo e em especial
dos países com desenvolvimento econômico similares ao nosso e que tanto
gostamos de nos comparar.
Não fora somente por isso, ele é também um evento, por evidenciar
a vulnerabilidade de nossas instituições em uma tarefa tão básica como
contar crimes. Ele mostra de forma inconteste que essa tarefa não é feita de
forma correta em boa parte dos Estados.
Vejamos alguns exemplos. Para começar é preciso fazer um
esforço em classificar os Estados em grupos que se caracterizam pela qualidade
do dado que fornecem ao Ministério da Justiça via Secretaria Nacional de
Segurança Pública (SENASP). Sem isso as comparações e diagnósticos ficam prejudicados
e podem levar a interpretações equivocadas.
Em 2011 foram quinze os Estados considerados como
fornecedores com dados com qualidade (não necessariamente os mesmos de 2010). O
primeiro parâmetro para tal classificação foi uma comparação com os dados do
Datasus que possui um banco de dados que contabiliza mortes por agressão. Divergências
muito grandes são indicadores de falta de qualidade. O Amapá, por exemplo, forneceu
a SENASP informação de que haviam ocorrido somente 6 homicídios em 2011, muito
embora o Datasus tenha registrado cerca de 180 mortes por agressão.
O outro parâmetro para classificar os Estados é a frequência
e abrangência dos dados que são informados esses dados a SENASP. Alguns Estados
simplesmente não informam alguns dados básicos. Estados ricos como Paraná,
Minas Gerais e Santa Catarina não informam adequadamente as informações a
SENASP. O Ceará, para não ficar por fora, não informou a quantidade de ocorrências de
roubos em 2010 e continuou sem informar a
quantidade para o mesmo fato em 2011.
Pouquíssimas polícias contabilizam as mortes provocadas por
policiais seja em serviço ou não. Desta forma, não podem dizer que têm alguma
política para reduzir uma das chagas que vêm marcando as forças policiais desde
o Estado Autoritário: o uso abusivo da força.
Vê-se ainda que boa parte das ocorrências de crime que
levaram a mortes são categorizadas como “a esclarecer”. Ou seja, sabe-se que
houve uma morte, sabe-se que foi em decorrência de violência, mas não são
caracterizadas nem como homicídio, latrocínio, lesão seguida de morte, enfim,
são a serem esclarecidas. Esse fenômeno seria até compreensível, pois nem
sempre se pode imediatamente determinar a causa mortis, mas o surpreendente é a
frequência e taxas crescentes com que vêm ocorrendo. Seria uma tentativa de
maquiar a realidade?
No Rio de Janeiro, por exemplo, do total de 6620 ocorrências
que levaram a morte, 37% delas são “a esclarecer”. No Ceará, a taxa também é
crescente e já chega a 17,8% das ocorrências. Vale ressaltar que não estão aqui
inseridas as ocorrências de suicídio e tentativa de suicídio, que aliás, também
estão em alta em alguns Estados.
O Ceará, segundo dados coletados pela SENASP à própria Secretaria de
Segurança e Defesa Social do Estado, é um dos Estados da Federação onde mais há ocorrências registradas
pela polícia de suicídios ou tentativas em 2011. Um número alto a ser
investigado, se não pelos os estudiosos em segurança, pelo menos para os responsáveis
pela saúde pública. Os números contrapõem-se ao nosso senso comum de que somos
um povo acima de tudo alegre e que chega mesmo a fazer humor com nossa
desgraça. Ou seria outra forma errônea
de contar as ocorrências?
Tem muito mais a ser investigado nos dados do anuário.
Trata-se de rica fonte de informação para aqueles que querem entender nossa
realidade na área de Segurança Pública. Como já escrevi aqui no blog, nossas
deficiências em contar crimes são evidências fortes de que nosso modelo de
polícia está esgotado. Os dados não são confiáveis porque não são usados. Não
são usados porque não são considerados importantes. Para fazer o policiamento
que se faz hoje, é bem verdade, não são importantes mesmo não.
Para mim, um profissional da área de Tecnologia da Informação,
a frustração é ainda maior. Considerando todos os recursos investidos em
Tecnologia da Informação dos últimos anos, todas essas deficiências me levam a
crer que ainda por cima estamos jogando muito dinheiro fora. Além da queda, o
coice.
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sábado, 3 de novembro de 2012
Sandy: Fatos e Versões
Conheci com perfeição o que significa a expressão “coração
apertado” na semana passada. Estive em Washington D.C. brevemente o que me deu
a oportunidade de encontrar com minha filha que está morando e estudando em
Manhattan. Matei um pouco da saudade, mas o furacão Sandy forçou-nos a reduzir
nossa estada. Nossa despedida no domingo foi muito difícil. Eu fugia de Sandy
de volta ao Brasil, mas ela ia justamente em sua direção em New York.
Os dias seguintes
deixaram-me em constante angústia e agonia. Esses sentimentos eram
alimentados pelo acompanhamento do noticiário televisivo, em especial, o
jornalismo americano. Não demorou muito para perceber o quanto os noticiários
eram dramáticos, exagerados e não informativos.
De uma foram geral, a cobertura midiática foi sofrível. Vi
claramente que havia pouca informação a prover. Faziam drama de tudo.
Informação que é bom, nada. Na verdade, não havia muito a informar. O essencial
foi que o furacão havia causado desgastes materiais, havia afetado o
fornecimento de energia elétrica e provocado a paralisação dos meios de
transporte. Isso pode ser dito em um Tweet. Nos jornais televisivos isso tinha
que render. Por isso buscavam dramas, de pessoas angustiadas, tristes e de
preferencia desesperadas. Tiveram dificuldades em encontra-las. Solução: blá,
blá, blá, blá.
Mas tal fato não se restringe somente a imprensa televisiva
e nem muito menos a imprensa americana. O jornal O Povo, por exemplo, em sua
página de capa da quarta-feira dia 31 de outubro, consegue fazer uma absurda
comparação entre o 11 de Setembro e os efeitos do Sandy. A diferença de mortos
entre as tragédias não permitiu ao jornal perceber que de fato o que era mais
relevante noticiar foi como um fenômeno de proporções catastróficas como Sandy
levaram a tão poucas causalidades. Creio que o Katrina ajudou aos americanos a
serem excessivamente cautelosos. Minha versão é que Sandy causou desgastes
grandes materiais, mas a imprensa entrou no rolo.
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quinta-feira, 1 de novembro de 2012
A Imponência e a Modernidade Urbana em D.C.
Estive brevemente em Washington D.C. para apresentar um
artigo científico na Universidade de George Mason. Aliás, saí de D.C. quase
fugido do furacão Sandy (mais devastador do que devasso).
Sempre me surpreendo com essa cidade soberbamente bem
organizada, limpa, bonita em todos os seus ambientes. Vale a pena a visita.
Tive informações técnicas privilegiadas de uma brilhante estudante brasileira
(por coincidência, minha filha) que estuda em New York e me acompanhou nas
minhas andança. Falou-me sobre a história das escolhas urbanas da capital
americana. A imponência das grandes
construções públicas é ressaltada por suas conexões através de largas avenidas que, quase sempre
em diagonal, criam um desenho bem particular desta cidade ímpar.
Não posso deixar de enfatizar: a bicicleta tem sua
relevância. Ela tem seus espaços, pode ser alugada de um lugar a outro e é
comum ver demarcações nas ruas onde elas têm espaço compartilhado com os
carros. Nada de achar que tudo é ciclovia como já cheguei a mencionar aqui.
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terça-feira, 30 de outubro de 2012
Meus votos ao novo prefeito
Passada a disputa, o concreto agora é que Roberto Claudio
vai ter que arregaçar as mangas e trabalhar muito. Se não bastasse o desafio de
ser prefeito de uma cidade cheia de problemas e desigualdades, será ainda o
prefeito da Copa. Um desafio que traz consigo boas oportunidades.
Oportunidades como as que já vêm sendo discutidas pela mídia,
sociedade organizada e governo de cunho econômico, de mobilidade urbana e de infraestrutura
básica. Queria, no entanto, discorrer sobre uma não menos relevante: a
oportunidade de gerar uma corrente de participação do cidadão fortalezense. Eleições
acirradas movimentam a paixão dos eleitores e por isso mesmo os fazem se engajar.
A Copa de Futebol é um ingrediente a mais nesse contexto. Cabe ao novo prefeito
aproveitar a oportunidade e criar condições para que o engajamento persista e
mais do que isso contagie a todos.
Creio que sua primeira tarefa é dar mostras aos fortalezenses
que tem identidade própria. Mais do que
apadrinhado por um ou outro, ele é agora credenciado por mais da metade dos
eleitores fortalezenses. Isso é que vai
contar daqui pra frente. Será isso que permitirá que escape dos estereótipos de
rejeição que predominaram nessa eleição. Tem que ser o prefeito de todos.
Tenho escrito sobre o papel do homem público na tarefa de
liderar um movimento de melhoria de postura do cidadão em relação à cidade. Precisamos
de um animador, um educador social, enfim, um líder. Roberto Claudio terá a sua
oportunidade para fazer isso. A campanha e a vitória serviram para mostrar que
ele tem luz própria. Afinal, se estamos a falar de oportunidades, não podemos
deixar de reconhecer que ele aproveitou a que lhe apareceu. Nem todos conseguem
ver o cavalo selado. Menos ainda são os que nele montam. Espero que consiga elevar
o nível da política municipal, da administração pública e que consiga criar esse senso de engajamento.
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domingo, 21 de outubro de 2012
E os vencedores são ...
Independente
do resultado das eleições na semana que vem, creio já ser possível apontar os
vencedores. Um deles é Heitor Ferrer. Trata-se de um vencedor não só pela
expressiva votação que obteve, mas especialmente pela forma como não conseguiu
ir ao segundo turno. Não ganhou, mas levou algo que não é fácil de conseguir na
política: credibilidade.
De
quebra ganhou muito espaço na mídia. Primeiro pela forma como perdeu,
supostamente decorrente das falhas nas pesquisas, o que ecoou
significativamente. Depois, usou bem sua intuição quando decidiu não apoiar
nenhum dos dois candidatos ao segundo turno. Acabou conseguindo tanta
notoriedade como se estivesse na disputa. No segundo turno, se falou mais de
Heitor do que dos candidatos.
O
outro vencedor foi Luizianne Lins. Ela, quer gostem ou não de sua
administração, demonstrou pela segunda
vez que tem um feeling político sem
igual. Já está na história da política cearense. Não da forma como Maria Luiza
Fontenele pelo pioneirismo, mas pela liderança. Não bastasse a forma com foi eleita pela
primeira vez, contra tudo e contra todos (inclusive Lula), ela voltou a
arriscar quando lançou o candidato isoladamente. Apostou alto. Se deu bem.
Os
Ferreira Gomes tinham preparado todo o terreno para ocupar o espaço de
centro-esquerda. Cooptaram os petistas mais entusiasmados por cargos e ávidos
por chegar logo ao poder. Luizianne percebeu toda a manobra. O que estava em
jogo era mais do que a eleição municipal deste ano. Tratava-se, na verdade, da
disputa pela hegemonia política no Estado. Ah se suas decisões
administrativas fossem tão acertadas quanto as políticas !
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quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Não quero perder meu voto
Escutei recentemente a frase que é título desta crônica com uma frequência que me surpreendeu. Fez-me refletir.
A circunstância das eleições municipais na Capital, onde vários candidatos tinham boas intenções de voto, fez com que muitos fortalezenses decidissem seu voto por um critério que a meu ver soa, no mínimo, estranho: votar no mais provável a ganhar, pois afinal “não queriam perder o seu voto”.
Quero esclarecer primeiramente que acho que a grande vitória de todos os eleitores é a de possuir o poder do voto e de usá-lo como considerar correto. Por isso não me agrada discutir o mérito da escolha por um ou outro candidato. Não critico nem mesmo a opção pela não-escolha via voto nulo ou branco (embora particularmente nunca opte por ela).
No entanto, considerar que o voto bom é aquele dado a quem supostamente tem mais chance de ganhar parece-me equivocado. Afinal, não estamos falando de aposta em uma corrida de cavalos, não? Seria isso fruto de nossa sociedade
competitiva em que temos sempre que nos mostrar vitoriosos? Talvez, mas o cenário vivido em Fortaleza continha um agravante.
competitiva em que temos sempre que nos mostrar vitoriosos? Talvez, mas o cenário vivido em Fortaleza continha um agravante.
Estive com frequência rodeado por pessoas que consideravam Heitor Férrer (PDT) o melhor candidato, mas mesmo assim não declaravam que votariam nele porque achavam que ele não iria ganhar. Pois é, ele não ganhou. Não se saberá jamais se teria ido ao segundo turno se esses eleitores tivessem agido diferente. Espero que o resultado final da apuração os tenha feito refletir sobre sua postura.
Afinal, pensar que é possível saber o vencedor antes da eleição é dar valor demais às pesquisas e valor de menos ao candidato e ao próprio voto. Resta-me racionalizar: o exercício da democracia se aprende na prática e nós brasileiros temos ainda pouca experiência. Que o episódio dessa nossa eleição sirva-nos como aula a não ser esquecida do que deve ser um voto vitorioso.
* artigo publicado na coluna Opinião do jornal O Povo de hoje
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quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Ninguém Segura os Smartphones
O gráfico abaixo, anunciado como uma boa notícia, dá uma clara dimensão do que está ocorrendo hoje na Web. Ele mostra o incremento do tráfego da Internet em telefones celulares. Atualmente ele já é 10% do total. Em breve será maior do que o acesso por meio de PCs.
Moral da história: para que seja mesmo uma boa notícia para nós, profissionais de Informática, temos que desenvolver para celular moçada !
Moral da história: para que seja mesmo uma boa notícia para nós, profissionais de Informática, temos que desenvolver para celular moçada !
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quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Tecnologia e Segurança Pública
Abaixo o vídeo com minha palestra realizada em São Paulo há alguns dias onde falo sobre Segurança Pública e Tecnologia da Informação. A apresentação fez parte de um seminário coordenado por Luis Nassif do portal Dinheiro Vivo.
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terça-feira, 9 de outubro de 2012
Os Seios da Princesa, Paparazzi e Internet: Um mistura explosiva
Qual manchete vende mais? o cachorro mordeu o homem ou o
homem mordeu o cachorro? Essa pergunta anedótica ilustra o quanto a mídia
precisa chamar a atenção de seus leitores. Os eventos incomuns constituem
excelente oportunidade para isso.
O topless, prática das mulheres não usarem a parte superior
do biquíni nas praias, é extremamente comum na Europa. Os anos 60, marcados
pelos movimentos de liberdade feminista na Europa, foram a época de início da
prática de topless nas praias europeias, prática que persiste até hoje, embora
em declínio.
Essa semana pensei nesse tema ao ler sobre o impacto
causado pela matéria de um jornal sensacionalista francês que mostrou fotos da
esposa do príncipe William da Inglaterra em topless durante as férias de verão.
Mais do que o abuso da privacidade da princesa que foi perseguida por um
Paparazo em um castelo privado e que usando câmeras com potente zoom conseguiu
capta-la, o que me atraiu na história foi a perspectiva da disseminação do sensacionalismo via Internet.
Sempre houve gente bisbilhotando a vida das celebridades com
o objetivo de exploração comercial, pelo simples fato de que vende. Nesses
nossos tempos de veiculação rápida e global da informação isso tem componentes mais agudos. Dentre eles
o choque cultural. É aí que insiro a questão do topless. Embora comum na
Europa, tem sua aceitação variada de país a país. Alguns como o nosso, é
curioso, meio fetiche, meio desafiador, mas, não chega a ser agressivo. No
entanto, há aqueles em que tal prática é vista de forma muito pejorativa,
agressiva mesmo.
Celebridades como o príncipe e a princesa não podem mais ter
comportamento condizente somente com a cultura deles. Precisam ser
politicamente corretos com um mundo que cada vez mais se radicaliza. Deve ser
frustrante. É muita proibição. Mas a busca por audiência que era monopolizada
pelos meios de comunicação oligárquicos, agora tornou-se paranoia de todo
pequeno produtor de conteúdo na Web. Enfim, tem muito mais gente querendo
explorar as mordidas dos homens nos cachorros. São sinais de nossos tempos.
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sábado, 6 de outubro de 2012
Professores e Startups: zona de conforto deslocada
O breve artigo do Prof. Michael Stonebraker na ACM
Communications deste mês trouxe uma mensagem que merece compartilhamento.
Stonebraker é professor e pesquisador do MIT e um dos pioneiros nas pesquisas
em banco de dados relacionais. Atualmente faz pesquisas sobre como explorar
eficientemente “big data”. Com o aumento exponencial dos dispositivos de coleta
de dados nas nossas vidas, já produzimos mais de 1.8 zetabytes de dados por
ano. Isso preencheria 57.5 bilhões de iPads de 32 Gigabytes.
Mas não é a pesquisa de Prof. Stonebraker que me chamou mais
atenção, foi sua atuação como empreendedor. Já fundou e vendeu várias startups
e continua investindo seu tempo em criar novas empresas e novas ideias. Abaixo
segue sua mensagem:
“ Se um professor/cientista só publica papers na universidade, tem pouca chance de ver suas ideias se tornarem realidade, pois é difícil haver transferência tecnológica. Se ele procura uma grande empresa para vender suas ideias, muito dificilmente as terá comprada. A saída é fazer uma startup e tentar por si".
Ter a coragem de deslocar a zona de conforto que se forma na carreira tradicional de pesquisa acadêmica não é nada fácil.
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terça-feira, 2 de outubro de 2012
Educação vai às ruas
Ao ler uma recente matéria do O POVO sobre como o lixo depositado nas ruas gera poluição nas praias, vi-me impelido a retornar à questão da cultura cidadã. A matéria ressaltava que a ação inadequada do cidadão ao sujar a cidade provocava dano em um dos maiores bens públicos que o próprio cidadão tem o direito de desfrutar: as praias. A Praia do Futuro, bastião do turismo cearense, era a vítima da ocasião e estava imprópria a banho.
Quero aqui enfatizar o papel educacional destinado ao poder público que vai além da sala de aula. A postura dos cidadãos no seu cotidiano pode e deve ser educada. Usar a criatividade em campanhas de conscientização é a melhor estratégia educacional que se pode querer. Mostrar as consequências de atos que aparentemente não causam danos diretos ao cidadão é uma dessas estratégias. Não é incomum ver as próprias pessoas que sujam as ruas reclamarem da falta de limpeza das praias. Elas não se veem como causadoras do problema.
O grande desafio para tornar essas campanhas efetivas é fazer com que sejam apropriadas pelo cidadão. Precisam gerar o sentimento de contágio. As pessoas têm que se sentir impelidas em participar, pois devem começar a perceber que os outros estão participando. Alguns mais céticos poderiam dizer que nossos governantes não sabem fazer isso. Digo que sabem, sim. O fazem muito bem quando querem se eleger. A mesma dinâmica usada durante uma eleição que visa criar um movimento em torno de uma ideia ou de um nome de um candidato deve ser usada durante o governo.
Prestemos bem atenção aos candidatos durante a campanha. Em especial na forma tenaz e perseverante que terão para conseguir nosso voto. Peçamos para que sejam puxadores de uma grande campanha chamada “educação vai às ruas”, usando, para começar as altas verbas de publicidade que possuem. Seria um excelente começo para contagiar a sociedade. A nós cabe reagir proativamente. Afinal se chegamos a pensar que os governos pensam que somos idiotas, cabe-nos deixar de agir como se fossemos.
* Artigo publicado na coluna Opinião do O Povo de hoje.
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quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Vivo: não só quanto a dinheiro
O diretor-presidente da agência Dinheiro Vivo, Luis Nassif,
fez uma breve, mas muito feliz, apresentação na abertura do evento sobre
tecnologia e segurança em que estive como palestrante e debatedor essa semana (veja mais aqui). Demonstrou
perceber toda a dimensão do que caracteriza o momento de dados abertos.
Há um espaço para empreender e produzir uma nova forma de
serviço público. Um serviço público intermediado por instituições que trabalham
os dados abertos e os põem a disposição da sociedade, digamos, de forma
palatável. A mídia investigativa e o jornalismo, dito de dados, são exemplos
dessas possibilidades.
Nassif com seu portal brasilianas.org já vem investindo numa
direção de quebrar a predominante dominação da mídia nacional por grandes
conglomerados. Ao perceber essa outra dimensão, parece-me que vai ter a
capacidade de inovar também em outras direções. Foi meu sentimento.
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segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Contando Crime
O convite para debater no evento sobre Tecnologia e
Segurança promovido pela agência Dinheiro Vivo em São Paulo essa semana deu-me
a oportunidade de fazer uma recapitulação do que tenho vivido, estudado,
aprendido e experimentado nos últimos 15 anos na área de Tecnologia da
Informação (TI) aplicada à Segurança. Infelizmente não vi muitos motivos para
entusiasmo.
Acho que temos avançado muito pouco a despeito do avanço
tecnológico extraordinário que vivemos. Quando se fala em tratamento e uso da
informação através da tecnologia, o que continuamos fazendo hoje é mais do
mesmo: contar crime.
Quero aqui me referir a pouca percepção do quanto a coleta,
análise e uso da informação nas tarefas policiais é fundamental. As polícias contam
crime porque precisam informar a sociedade, mídia, Ministério da Justiça e às
demais instancias de poder que as demandam em constância. Ainda por cima, como
não o fazem por necessidade cotidiana, o fazem muito mal. Não seguem padrões,
só informam aquilo que os interessa, não se integram com dados de outras
esferas e não são transparentes.
Essa situação é ainda emblemática do quanto os investimentos
em TI precisam estar aliados a um novo modelo de polícia com foco na resolução
de problemas e na investigação. Se assim acontecer, a TI passará a justificar
os altos investimentos demandados por todas as polícias no País. Caso
contrário, é um risco grande de jogar dinheiro fora.
Há exceções à regra? Sim, mas infelizmente essas exceções
padecem de outro mal tão deletério quanto o anterior: falta de continuidade. Temos
sempre as policias que são a bola da vez, os modelos, os exemplos. No entanto,
a institucionalização das iniciativas é prejudicada, pois não há como ocorrer
em pouco tempo. O que é bom exemplo hoje pode, de um governo para outro, virar passado.
E vira. Vi isso acontecer aqui no Ceará, para não ir muito longe.
Por fim, na minha apresentação, que pode ser encontrada
abaixo, descrevo porque acredito que a política de dados abertos pode ser um
caminho para vencer boa parte desses, digamos, maus hábitos.
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quinta-feira, 20 de setembro de 2012
As poltronas que não reclinam da TAM: Cuidado!
Viajar em aviões A320 da TAM podem proporcionar ao
passageiro um exemplo de como não se
deve tratar o cliente ou talvez de como se deve trata-lo mal (cada qual com seu
cada qual J).
Eles possuem uma fileira de cadeiras logo à frente daquelas posicionadas nas
saídas de emergência que, diria, ser o local ideal para os que têm que pagar
penitencia. As cadeiras desses aviões já são extremamente pequenas e apertadas
umas com as outras, mas, não reclame, pode ficar pior. As poltronas da fileira
11 não reclinam, embora as da fileira 10
sim. Dá para imaginar o espremido?
Para completar a raiva do passageiro, a fileira 12 e 13, das
saídas de emergência, são superespaçosas e normalmente estão vazias. Nada mais
natural do que dar um “salto” para trás e usa-las, não? Negativo, é proibido. A
TAM cobra mais caro para aqueles que nelas querem sentar. Dizem ser “acentos
conforto” ou “acentos mais". Se ninguém pagou por eles, ficam vazios mesmo. Ali,
intocáveis. Fica-se assim, observando o pirulito, mas a chupar a dedo.
Só tenho um nome para isso: oportunismo. O espaço maior
sempre existiu por razões de segurança, pois permite a passagem dos passageiros
em caso de emergência. O mais aviltante é que as cadeiras da fileira 11 não são
mais baratas. Se estivessem dando bônus por conforto deveriam dar também por
desconforto; bônus para os acentos menos!
Como a grande maioria dos passageiros não têm conhecimento
dessa situação, pois requer saber o tipo de avião, os
que nessas cadeiras sentam acabam pagando por algo que não recebem. Aliás, um
comissário, impotente e constrangido frente à situação, deu-me a lista de aviões
em que esse problema ocorre (vejam-na abaixo). Facilzinho de memorizar, não? É
bom fazê-lo, no entanto, visto que o sistema de check in pela web ou nos kioskes não avisa nada.
Mesmo sabendo dessa armadilha, não canso de esquecer quais
são mesmo as ditas fileiras. Além de desabafo e alerta aos viajantes,
reforçar-me a memória é pois mais uma das razões que movem minha escrita aqui.
Detalhe: enquanto escrevo (fazendo malabarismos com o computador) estou a pagar
penitencias, mesmo que não saiba quais, bem em uma poltrona da maldita fileira
11.
Assentos que não reclinam
avião A319 – fileiras 10 e 24
avião A320 – fileiras 11 e 29
avião A321 – fileiras 11, 24 e 39
O mais surpreendente é que as cadeiras “conforto” da fileira 11 no A319 e 12 no A320 também não
reclinam. Ou seja, pague mais pelo conforto de não ficar inclinado (faz bem às costas) J
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Trânsito: gentilezas e responsabilidades
Essa semana depois de uma cansativa jornada de trabalho, ao
voltar da UNIFOR por volta de onze da noite, vi-me em um engarrafamento na Av.
Washington Soares logo após o viaduto que leva ao Iguatemi. Meu carro estava
perigosamente mal posicionado logo no começo da descida do viaduto. Só soube,
no entanto, o quanto aquilo era perigoso quando refiz-me do tremendo impacto
que senti provocado por um carro que entrou direto na traseira do meu.
A desagradável sensação se prolongou até conseguir sair do
carro (precisei encontrar meus óculos primeiro) e olhar o estrago do ocorrido.
O carro que colidiu em mim estava num estado lastimável e temi pela sorte de
seu condutor. Ao ver a jovem condutora saindo do carro, percebi seu espanto e
só lhe perguntei se estava bem e sã. À parte algumas contusões ela estava bem.
Fomos conversando, tentando entender o que acontecera e buscando explicações.
Acidentes acontecem, foi só que pude dizer.
Seus pais vieram ajuda-la e logo tínhamos todos nos postos
de acordo a como proceder. Nada de arroubos, muita cortesia e compreensão.
Acabei tendo uma leve sensação de felicidade, se é que pode-se dizer que se
fica contente de estar envolvido em circunstância de tal natureza, mas o fato
de não haver vítimas e a forma educada, cortês e civilizada de todos deixou-me
feliz. Bom saber que existe gente cordata no mundo. Pessoas que sabem
reconhecer quando erram, que sabem pedir desculpas e assumem suas
responsabilidades. Diferente da ainda grande quantidade de situações que ainda
vivenciamos em nossas ruas de pessoas que agem errado e ainda assim
consideram-se com a razão.
No fim de semana, ao passar novamente pela região, percebi
que o acidente não ocorrera exclusivamente pelo descuido da condutora. A
sinalização e engenharia do trânsito do local favorecem acidentes. Como é
possível dobrar a esquerda logo após a saída do viaduto, engarrafamentos na
área são frequentes e se terminarem no início da descida do viaduto vão provocar
mais acidentes. A curva do viaduto tem um ponto cego e a percepção de um carro
parado logo à frente é sempre uma grande surpresa levando a frenagens bruscas e
derrapagens. Seria bom a prefeitura assumir suas responsabilidade na área,
cordialidades à parte, ninguém merece experimentar acidentes, que podem ser bem
mais danosos a todos.
* Artigo publicado na coluna Opinião do Jornal O Povo de hoje
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domingo, 16 de setembro de 2012
Modelos de Policiamento
Essa semana estarei em São Paulo a convite da agência Dinheiro Vivo para debater sobre tecnologia na Segurança Pública. Ao preparar minha apresentação, deparei-me com alguns relatórios super interessantes produzidos por fontes diversas sobre estratégias de policiamento.
Um deles que creio merecer menção aqui é um produzido pelo Ministério da Justiça que resume o que já se sabe (através de estudos acadêmicos e de experiência das polícias no mundo) que não faz efeito na redução da criminalidade. Vejam duas transparências desse estudo abaixo.
Será que estamos aqui no Estado adotando estratégias efetivas?
Um deles que creio merecer menção aqui é um produzido pelo Ministério da Justiça que resume o que já se sabe (através de estudos acadêmicos e de experiência das polícias no mundo) que não faz efeito na redução da criminalidade. Vejam duas transparências desse estudo abaixo.
Será que estamos aqui no Estado adotando estratégias efetivas?
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sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Dados Abertos Governamentais no Estado do Ceará
Esta manhã estarei no auditório da Controladoria Geral do Estado discorrendo sobre Dados Abertos Governamentais e o projeto Ceará Dados Abertos. É a primeira vez que tenho a oportunidade de expor as ideias que estão sendo produzidas por mim dentro de minhas atividades na ETICE em conjunto com o Prof. Fernando Carvalho.
Abaixo a apresentação que usarei. Maiores detalhes sobre a repercussão e reações ao projeto serão comentadas posteriormente.
Abaixo a apresentação que usarei. Maiores detalhes sobre a repercussão e reações ao projeto serão comentadas posteriormente.
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terça-feira, 11 de setembro de 2012
Neymar e as vaias “estranhas”
Ao ler que Neymar tinha estranhado as vaias que levou no jogo da Seleção contra a África do Sul, percebi que o garoto e seus assessores não compreenderam ainda o que se passa com sua imagem. Mano Menezes então, esse é que não entendeu mesmo ao decidir substituí-lo no último minuto de jogo.
Já escrevi aqui mesmo nesse blog sobre o quanto acho arriscada a estratégia que o Santos encontrou para mantê-lo no Brasil e na equipe. Fatiaram cada minuto que ele tem extracampo para uma infinidade de marcas que buscam, muitas vezes sem muita noção, explorar a imagem de um preposto “gênio”.
O risco dessa estratégia é que qualquer pessoa, seja um verdadeiro gênio ou não, enquanto celebridade exposta tem um tempo de ascensão que vem logo precedido de queda. Há um natural desgaste na imagem e que pode ter consequências muito negativas não só à imagem, mas que pode afetar o futebol do garoto. Isso acontecendo, confirmar-se-á o que diz a sabedoria popular, além da queda, o coice.
Já escrevi aqui mesmo nesse blog sobre o quanto acho arriscada a estratégia que o Santos encontrou para mantê-lo no Brasil e na equipe. Fatiaram cada minuto que ele tem extracampo para uma infinidade de marcas que buscam, muitas vezes sem muita noção, explorar a imagem de um preposto “gênio”.
O risco dessa estratégia é que qualquer pessoa, seja um verdadeiro gênio ou não, enquanto celebridade exposta tem um tempo de ascensão que vem logo precedido de queda. Há um natural desgaste na imagem e que pode ter consequências muito negativas não só à imagem, mas que pode afetar o futebol do garoto. Isso acontecendo, confirmar-se-á o que diz a sabedoria popular, além da queda, o coice.
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sexta-feira, 7 de setembro de 2012
iPhone ou iPad?
Nesses dias em que se aproxima o lançamento do iPhone 5, voltam a surgir rumores de todos os lados sobre o que essa nova versão do telefone mais famoso do mundo terá. Parece ser verdade de que ele será um pouco maior e que alguns acessórios como os fones de ouvido serão diferentes.
Não estou muito ansioso, afinal dia 12 de outubro está bem perto e não conto mesmo trocar meuiPhone 4 ainda. Agora o que gosto dessa época é porque surgem alguns rumores que são muito criativos e que, as vezes, chegam a ter ares de ficção científica.
Este vídeo abaixo é um exemplo disso. Nele vê-se as novas características que deverão fazer parte de um novoiPhone . Algumas podem estar presentes no próximo iPhone , outras, ainda demorarão um pouco.
A mais interessante é a capacidade do celular esticar e ficar maior virando uma espécie deiPad . Acredita-se que o avanço em novos materiais conhecidos por metais líquidos e polímeros porosos vão permitir o elasticimento em torno de 200% do tamanho original. Caso isso venha realmente a ocorrer no futuro, estaremos falando de um iPhad?
Não estou muito ansioso, afinal dia 12 de outubro está bem perto e não conto mesmo trocar meu
Este vídeo abaixo é um exemplo disso. Nele vê-se as novas características que deverão fazer parte de um novo
A mais interessante é a capacidade do celular esticar e ficar maior virando uma espécie de
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terça-feira, 4 de setembro de 2012
Respeito é bom e os torcedores o querem
Escuto sempre de que o cearense, pela paixão que tem pelo
futebol, merece mais do que seus times o presenteiam. Sou mais um a engrossar
esse caldo. A média de público nos campeonatos brasileiros seja da série A, B ou
C de Ceará e Fortaleza é sempre invejável e demonstra o comprometimento das
torcidas com suas equipes.
Já está então mais do que na hora dos times passarem a
respeitar mais seus torcedores. O que acontece hoje com o programa
sócio-torcedor tanto de um time quanto de outro é mais um exemplo do inadmissível.
Os times convocam os torcedores para se inscreverem como sócios de forma que,
ao pagarem uma mensalidade, obtenham automaticamente o direito de assistir as
partidas de seu time em um espaço destinado a tal.
Acontece que isso tem se mostrado uma verdadeira fraude. Eu
posso dizer de cadeira (com perdão ao trocadilho) que ao chegar no Estádio o
sócio-torcedor não tem, de forma alguma, garantia de ter sua cadeira para
assistir o jogo. As três vezes que decidi ir ao PV assistir um jogo, fiquei em
pé com muitos outros, na entrada do espaço destinado às cadeiras em condições
totalmente inapropriadas para quem paga (antecipadamente ou não) e mereceria receber
um serviço digno.
Sabedor de que não teria uma assiduidade alta, inscrevi-me
como sócio-torcedor com o objetivo maior de contribuir com meu clube de
coração. Mas esperava ter respeito quando decidisse ir ao estádio. A dura
realidade tem me deixado tão indignado que me levou a escrever essas linhas.
Estamos em época e clima de copa do mundo. Vislumbramos-a,
mesmo que muitas vezes de forma até inocente, como oportunidade para resolver
boa parte de nossos problemas. Agora, um deles não me parece ser tão difícil de
resolver. Envolve uma equação supersimples que os dirigentes dos clubes locais e
Federação Cearense de Futebol têm certamente condições de fazer: há que haver
uma cadeira reservada para quem pagou por ela. E olhe que já existe até lei que
protege o torcedor. Falta o que para ela
pegar? Respeito é bom e nós merecemos.
* artigo publicado hoje na coluna Opinião de O Povo
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