Depois da matéria no O Globo (clique aqui para ver a matéria) que lançou WikiCrimes vale a pena uma reflexão sobre a agitada semana pós-lançamento. A repercussão do site e a reação das pessoas me têm sido uma experiência muito enriquecedora. A fantástica sensação de estar aprendendo ao se tentar fazer acontecer é ao mesmo tempo excitante e angustiante. A constante descoberta de novidades, furos, reações inesperadas das pessoas compõem o cotidiano. Tenho dito sempre que WikiCrimes é, antes de tudo, um projeto social e de cidadania. Requer motivar as pessoas a participarem por uma causa. Trata-se ainda de criar uma cultura de compartilhamento que está muito forte em países anglo-saxões, mas que não me parece sedimentada na América Latina. Os aspectos tecnológicos são claramente secundários. Afora alguns bugs que identificamos e melhorias que já estamos desenvolvendo, fica claro que um dos maiores desafios é de comunicação. Comunicação, a princípio, para fazer a divulgação do site. Em segundo lugar, comunicação de uma mensagem convincente que consiga fazer as pessoas se motivarem e participarem. Os meios de comunicação tradicionais e os blogs têm aberto espaço para WikiCrimes. A avaliação dos usuários têm sido muito positiva. Recebo muitos e-mails de felicitações, embora preferisse receber mais mensagens de engajamento. Agora os que são empresários já olham para o projeto com um ar preocupado. Pensam que as informações criminais podem afastar os fregueses e clientes. Uma preocupação que não deixa de ser compreensível, mas contra a qual contraponho o seguinte questionamento: vale a pena tentar esconder a verdade dos clientes? Ao fazer isso não estariam arriscando a segurança destes e assim desmerecendo-o? Espero no futuro ter empresas parceiras do projeto e que elas passem a mensagem que suportam o projeto, pois estão preocupadas com o bem-estar do cliente (em última instância do cidadão) e por isso zelam pela transparência das informações. Em uma semana WikiCrimes já tem 100(cem) registros de crimes (tirei uma foto do site e o postei acima). A maioria dos registros deu-se em Fortaleza que tem sido a cidade mais participativa pela óbvia razão de ter sido o local onde WikiCrimes teve maior divulgação. Essa constatação aponta para a necessidade de se conseguir manter um alto nível de divulgação (o que está longe de ser evidente). Lembro-me de um livro interessante que li ano passado que se chama Tipping Point. Fala de um ponto de inflexão que um fenômeno atinge e que a partir dele seu crescimento é exponencial. Atingir o Tipping Point é o grande desafio de qualquer desenvolvedor de site na web. A estratégia é manter um crescimento constante e esperar que com o tempo o tipping point aconteça. O quanto se deve esperar para que isso ocorra, ninguém sabe. Há que se ter paciência e persistência. É minha primeira experiência nessa direção e, fazer isso, sem uma estrutura comercial nem organizacional torna o desafio ainda maior. Todo esse contexto faz parte do processo de aprendizagem. Acho que a idéia de WikiCrimes é tão boa que ela arrisca dar certo mesmo sem maiores estruturas. De qualquer forma, sei que precisaremos de parceria para manter a chama acessa. Será meu próximo passo e minha nova disciplina a cursar.
Um comentário:
Vasco , a idéia é boa, mas o pessoal do CESAR andou tendo a mesma idéia:
http://www.citix.net/pages/start/
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