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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Voto Aberto em Tasso Jereissati para o Senado


Ao chegar ao final da campanha eleitoral, vejo-me surpreso com o desfecho que ela pode ter aqui no Ceará e senti-me impelido a externar meu voto para o Senado. Em especial, tenho muito contato com jovens e sinto da parte deles um raro desconhecimento do que deve fazer um senador e percebo que a escolha que farão se pautará por motivos pouco criteriosos. Ao acompanhar a campanha e perceber que o único argumento usado pelos concorrentes ao Senado é que são candidatos de Lula e que não vão “atrapalhar” o eventual governo de Dilma, deixa-me inconformado.

Não se vota em um senador para ele atrapalhar ou deixar de atrapalhar alguém. Obviamente que um senador tem por tarefa primordial fazer leis, como compete a todo membro parlamentar. No entanto, a tarefa de fiscalizar o executivo e sobretudo buscar manter o equilíbrio federativo é fundamental. O que é mesmo esse equilíbrio? Como o Brasil é uma federação, os senadores representam os Estados membros enquanto que os deputados representam o povo. Por essa razão o número de senadores é o mesmo para todos os Estados, enquanto que o de deputados depende da população do Estado membro. Vejam o quão relevante é então o papel de um senador para Estados pobres como o Ceará. É o momento em que estamos em iguais condições para discutir nossos interesses com os Estados mais ricos. Nossa escolha é muito importante.

Dito isso, concentro-me nos argumentos que discorro sobre meu candidato. Falar das obras de Tasso  como governador poderia parecer redundante, se não fosse necessário relembrar aos mais jovens aquilo que considero o seu mais importante legado: ter resgatado o orgulho de ser cearense. Os que viveram a era pré-Tasso lembram bem qual era a imagem do cearense no resto do País. Olhavam-nos como se indicássemos uma omissão, passividade e mesmo incompetência. Certamente havia uma carga preconceituosa, mas que era enraizada na percepção de que tínhamos uma sociedade dominada por uma oligarquia e que não conseguia soltar suas amarras. Tasso com seu governo austero e sua administração equilibrada e exemplar foi mudando isso. Mostrou que somos capazes de fazer o certo, de nos impormos frente às adversidades herdadas.

Como senador, incorporou ainda mais fortemente o desejo de ver sua Terra crescer. Poucos Estados brasileiros tiveram a sorte e a honra de ser representado por um senador com a altivez e o porte de Tasso Jereissati. Seus opositores podem discordar do modelo que ele acredita ser o melhor para fazer o Ceará crescer (que alias, é o mesmo que trilham seus sucessores ainda hoje), mas o respeitam e reconhecem que sempre mostrou-se digno e intransigente na luta dos interesses do Estado. Clique aqui para saber sobre os projeto feitos por Tasso no Senado. 

Voto Tasso Jereissati 456 seguro e consciente de que faço uma boa escolha.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Des Costas e Patrás

Pena que tenhamos perdido tanto tempo de propaganda eleitoral sem a possibilidade de rirmos como nossos humoristas. O que dizer de nós, cearenses, que já temos esse humor na veia. Bem, para recuperar o tempo perdido, aqui vai o Toma Cavalcante imitando Helio Costa, candidato ao Governo de Minas.

WikiCrimes no Jornal da Segurança

Desde o mês de setembro WikiCrimes tem um espaço mensal no Jornal da Segurança (JSEG). Trata-se de uma coluna onde escreverei sobre projeto, principais características e seus desafios. O Jornal da Segurança é uma publicação já reconhecida na comunidade de segurança privada (data de 1994). Será uma ótima oportunidade para divulgar WikiCrimes. Nos primeiros meses, em que escrevi a coluna, o número de usuários que se registraram no sistema  aumentou de forma significativa, principalmente, os usuários da região de São Paulo que são os que mais são atingidos pelo JSEG.



terça-feira, 28 de setembro de 2010

Coronelismo

Em tempo de eleição, os clichês abundam. Aparecem as mensagens e os rótulos que visam caracterizar pessoas, partidos e idéias. Normalmente, esses rótulos são pejorativos e a manipulação dos mesmos pode ser determinante para o sucesso ou fracasso de um candidato. Neo-liberal, esquerda, direita, privatização, comunista, terrorista, etc. são só alguns exemplos de rótulos que nos últimos anos estão em voga na nossa sociedade

Um desses rótulos me chama particular atenção, posto que regional e sempre presente nas eleições cearenses: o de Coronel. Quem são os coronéis de hoje? Alguns podem se apressar a responder que os empresários no poder são os coronéis de hoje. A Wikipédia, ao definir o conceito, diz que se trata de um fenômeno “onde se aplica o domínio econômico e social para a manipulação eleitoral em causa própria ou de particulares”.

Em tempos idos esteve sempre ligado aos latifundiários, mas hoje, pode ser aplicado a uma diversidade de políticos bem maior. O voto de cabresto, por exemplo, era uma das características mais marcantes do coronelismo. Trata-se de controle do poder político através da compra de votos ou utilização da máquina pública. Os súditos votam em quem o coronel indica!

Outra faceta típica do coronelismo era a busca incessante de calar os críticos e de “extirpar os inimigos” políticos. Não admira que a definição vem sendo usada com tanta freqüência. Uma ilustração do quão democrático batizar alguém de coronel se tornou, vejam o que recentemente o Deputado Federal Ciro Gomes disse da prefeita de Fortaleza: "Coronel de Saias'.  Você conhece mais alguém que merece esse rótulo?

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Eleições 2010: A imprensa numa mudança de época

Tempo de eleições é sempre um período marcante na vida de um país democrático. Ótimo que seja assim. Envolve engajamento, paixão, decepção, amor e ódio. Ingredientes presentes em qualquer drama.

Institucionalmente envolve governos, ONGs, empresas, imprensa e, como não poderia deixar de ser envolve os interesses econômicos essenciais para a própria sobrevivência dessas instituições. Adicione-se o fato de que as instituições são feitas por pessoas que por sua vez amam, odeiam, se decepcionam, tem seus interesses, etc. De novo tem-se os ingredientes para o drama. 

Nesta eleição a imprensa voltou a jogar um papel preponderante, não só no tocante à tradicional atuação como meio de comunicação. De denúncias pouco fundamentadas à investigações polêmicas, vários eventos a colocam na berlinda e creio que nem mesmo na eleição de Collor ela foi tão exposta. Evidenciava-se, na época, o quanto um meio de comunicação tinha o poder de influenciar nos fatos políticos. A combinação da neutralidade jornalística com liberdade de imprensa mostrava-se, numa jovem democracia, argumento invencível, o que permitiu a manipulação da informação que resultou no que hoje já conhecemos. 

Seria por demais prepotente de minha parte buscar pintar um quadro completo da situação atual. Só emito minhas opiniões com base no pouco que percebo como leitor e curioso que busca ler as entrelinhas dos fatos (se é que elas são legíveis). Ouso então inserir uma nova variável que, creio, tem tornado a situação atual diferente do que ocorreu no passado: a Web.

Estou supervalorizando aquilo que é meu objeto de trabalho e estudo? Talvez. Mas a Web impacta na cobertura das eleições em pelo menos duas formas muito evidentes e inovadoras. Primeiro as necessidades econômicas de sobrevivência dos veículos tradicionais ficaram muito mais evidentes. O enfraquecimento desses meios devido à concorrência que a Web proporciona os faz mais vulneráveis e mais dependentes dos governos. Segundo, a reverberação das críticas aos meios de comunicação é muito maior com a Web. Antes, erros da imprensa não tinham como tomar grandes dimensões, pois o poder de propagação da crítica dependia quase que exclusivamente da própria imprensa. Hoje, a realidade é outra. Recentemente, comentei sobre isso quando discorri sobre os fenômenos CalaBocaGalvão e DilmaFactsbyFolha

Parece-me adequado revisitar aqui a máxima de que não só vivemos uma época de mudança, mas acima de tudo, vivemos uma mudança de época. Isso pode se ilustrado pela histórica decisão tomada ontem pelo Estadão. Em seu editorial, o jornal paulista de dimensões nacionais, declarou preferência pela candidatura de José Serra. Foi um dos poucos casos de quebra explícita de neutralidade na história recente brasileira. Essa postura é comum nos EUA e na Europa. Na França, por exemplo, Le Fígaro é conservador, Le Nouvel Observateur é socialista. Nos EUA, para que veículo mais republicano do que a FOX? Até mesmo em eleições primárias, a imprensa toma partido. Nas últimas primárias do partido democrático, por exemplo, o New York Times declarou sua preferência por Hillary.  

O segundo aspecto, referente a como ecoam as críticas à mídia pela Web, também tem dimensões próprias de mudança de época. Evidente que a Web brasileira hoje em dia não tem penetração em todas as camadas sociais. A rede social dos que transitam por Twitter, blogs e redes afins é ainda muito reduzida. Mas é nessa pequena e elitizada rede que trafegam quase todos os nomes da imprensa brasileira. Por essa razão os jornalistas, algumas vezes bem mais do que as instituições jornalísticas, que se expõem. As reverberações dessa rede os atingem diretamente. Têm suas opiniões confrontadas a todo momento quase que imediatamente após qualquer declaração. A credibilidade dos mesmos é a todo momento avaliada e reavaliada. Eles estão sendo afetados fortemente pela interatividade típica das mídias sociais. Como nem todos foram formados nesse contexto, estão aprendendo on the fly

Tudo isso terá reflexos na imprensa brasileira do futuro? Creio que sim. Mudança de época ou época de mudanças o processo de aprendizagem é constante. Os mais aptos sobreviverão.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

WikCrimes é Finalista no Festival de Criatividade Móvel

Página do MobilFest
Recebemos ontem a comunicação oficial que WikiCrimes, em sua versão móvel, é um dos três finalistas da competição realizada no MobilFest. O Festival é patrocinado pela Claro e WikiCrimes foi selecionado na categoria serviço público.

André Fonteles, aluno de graduação da UNIFOR e integrante da equipe do Laboratório de Engenharia de Conhecimento, foi a São Paulo para apresentar WikiCrimes Mobile manhã na fase final. Esse software é parte do trabalho de final de curso de André. O primeiro lugar de todas as categorias ganha uma viagem ao Canadá. Independente de ganhar a viagem, a classificação já é um reconhecimento ao projeto e a André que desenvolve suas atividades com entusiasmo e qualidade.

A versão de WikiCrimes para telefones celular que rodam o sistema operacional Android ainda não está disponível ao público, pois decidimos lançá-la na competição. Em breve todos os que tiverem smartphone com Android terão acesso gratuito a esse aplicativo que dirá se um determinado local é perigoso. Darei maiores detalhes em breve.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Fórum da Democracia Pessoal

Essa semana recebi um super honroso convite para palestrar no PdF (Personal Democracy Fórum) em Santiago do Chile, em novembro. O PdF é uma conferencia reconhecida que explora e analisa o impacto da tecnologia na política e governo.

Essa conferencia, que acontece há seis anos, tem atraído intelectuais, pensadores e lideres para um ambiente de ensino e aprendizagem. A conferencia, patrocinada em sua maioria pela Google, tem suas versões norte-americana, européia e latino-americana.

Meu convite aconteceu de uma forma inusitada. Me interessei por assistir as palestras da conferencia européia que se desenvolverá em Barcelona. Somente uma platéia restrita, selecionada com base no currículo, pode assistir ao vivo. Enviei meu dossiê contando inclusive sobre WikiCrimes. Infelizmente não fui selecionado. O que soube dias depois é que não havia sido selecionado porque os avaliadores tinham achado WikiCrimes tão interessante que deveria merecer um destaque maior. Fui então convidado para ser um palestrante em Santiago, a próxima etapa do Fórum este ano.

Vejam o que a carta oficial vinha dizendo :

Your project with WikiCrimes is absolutely the kind of creative/disruptive innovation that we want to help showcase at the conference

Ponho-os a par dos acontecimentos! Enquanto isso, vejam alguns vídeos de palestrantes de PdF. Craig Newmark de Craigslist está logo abaixo.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O Almoço da Inovação

Fiquei muito entusiasmado após ter participado ontem de um almoço na Federação da Indústria do Estado do Ceará – FIEC. O almoço foi promovido pela FUNCAP e FIEC com o intuito de lançar os editais de subvenção econômica que totalizam R$ 28 milhões de reais a ser fornecido às empresas cearenses. O Presidente da FUNCAP, Tarcísio Pequeno, fez um breve histórico das iniciativas daquela agencia de fomento desde 2007. A lei de inovação está evidentemente no centro de tudo. Outra iniciativa digna de menção foi a regulamentação e implementação do Fundo de Inovação Tecnológica (FIT) que está permitindo o financiamento continuado da inovação no Estado. Escutando o que já foi feito, dá para perceber que esses últimos anos são um marco na história dos investimentos em C&T no Ceará. Em especial, no tocante à inovação, os investimentos que vêem sendo feitos tanto pelo governo federal como pelo governo estadual não tiveram precedente. 

Há de se perguntar, porque só agora isso está ocorrendo? Creio ser daquelas coisas que precisa haver o momentum. E esse momentum é agora. Inovação é a palavra da vez no País e não poderia deixar de ser no Estado. Vivemos, há não muito tempo, um dilema falso de que a geração de riqueza era dissociada e mesmo incompatível com o desenvolvimento científico. Indústria e academia viviam em dois mundos sem interseção. Os cearenses, que adoram uma piada, ainda costumam brincar que alguém não ficou rico porque decidiu estudar. Reflexo subconsciente? Talvez. O fato é que, agora que inovação virou moda, fica claro que o conhecimento científico é fundamental para a geração de riqueza. As cooperações ocorrem naturalmente.

Desde a semana passada, as empresas cearenses estão sendo chamadas a participar de editais que visam ampliar seus índices de inovação. São três editais abertos atualmente. Há um edital específico para a área de Tecnologia da Informação com orçamento de R$ 3 milhões com recursos provenientes do Fundo de Inovação Tecnológica (FIT). As pequenas empresas de outras áreas podem submeter proposta ao edital do FIT. São R$ 10 milhões destinados a esse fim. Por fim, o edital de apoio às micro e pequenas empresas (PAPPE) com recursos do tesouro e da FINEP no valor de R$ 15 milhões. Teremos demanda qualificada para tanto dinheiro? Logo saberemos, as propostas devem ser enviadas até dia18/10.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Empresários, venham participar de WikiCrimes!

O mapa da criminalidade em WikiCrimes (www.wikicrimes.org) está sendo criado com a participação individual, de governos e  de parceiros da sociedade civil. Isto não se faz, no entanto, sem muita dificuldade. Um dos nossos grandes desafios é quebrar uma cultura de baixa colaboração que é enraizada na nossa sociedade. Muitas são as vezes que, ao buscar parceiros para o projeto, me defronto com situações que ilustram bem isso. Por exemplo, alguns comerciantes têm receio de registrar crimes que ocorrem perto de seu estabelecimento, pois crêem que isso afugentaria seus clientes. Não percebem (ou fingem não perceber) que essa postura acaba por deixar seus clientes mais vulneráveis. 


A transparência de dados sobre segurança ainda é tabu. Penso sempre na máxima: mordomia só é ruim nos outros. Minha experiência com WikiCrimes me fez reciclá-la para 
“transparência só é bom nos outros”. 
É fácil apontar que certos lugares são perigosos, desde que não seja lugares que possam me afetar. A cultura avestruz de enfiar a cabeça na terra e não ver o que está à mostra igualmente expressa no dito “colocar a sujeira para baixo do tapete” está mais presente em nossa sociedade do que pensava.


O setor de logística pode ser um exemplo de como a formação de comunidades de compartilhamento de informação através de WikiCrimes pode ser benéfica a todos. A distribuição e entregas de produtos fazem com que as empresas de logística tenham informações precisas dos locais mais perigosos. Elas são vítimas freqüentes de roubos (diretamente ou através de empresas de transporte terceirizadas) e se registrarem as ocorrências em WikiCrimes  todos podem sair lucrando. Os crimes de roubo de carga, por exemplo, são os que têm menos ocorrência em WikiCrimes. Esse baixo índice de participação decorre do fato de que se trata do tipo de ocorrência que afeta diretamente às empresas e são elas que devem se motivar a colaborar.

Infelizmente, existe ainda prevalece uma cultura de competição que é ruim a todos. Cada um guarda a informação para si achando que isso é vantagem competitiva. E pior, chegam, muitas vezes, a buscar formas de ter a informação oficial o que por vezes gera um relacionamento  promíscuo com o poder público. Aqueles que têm seus contatos nas polícias levam vantagens. Isso tudo com a informação pública e que é de todos. Não é apostando em deficiências do sistema de segurança que a competição entre empresas deve se situar. É o tipo de jogo em que todos perdem.

WikiCrimes se dispõe a ser esse canal de comunicação e compartilhamento de informações entre as empresas. Para que isso ocorra, elas podem se cadastrar como Entidade Certificadora. Esse cadastro é muito simples, sem maiores formalidades. Basta enviar um email para wikicrimes@wikicrimes.org declarando o interesse de ser entidade certificadora, descrevendo a fonte principal de onde os crimes a serem registrados virão e relacionando o(s) email(s) de todos aqueles que vão registrar os crimes em nome da empresa. Ao fazer isso a empresa cadastrada poderá inclusive selecionar, no mapa de crimes, só aquelas ocorrências registradas por ela ou aquelas feitas por outras empresas que considere com alta credibilidade. O mapa da criminalidade de WikiCrimes pode ainda auxiliar no planejamento de rotas seguras, bem como na identificação de focos de criminalidade e que estão afetando os negócios.

A colaboração com e através WikiCrimes é igualmente uma oportunidade para que os empresários mostrem uma postura mais proativa frente aos problemas da Segurança Pública. Precisam também mostrar a seus clientes que estão preocupados com a situação. Devem mostrar que ao explicitar os problemas existentes, o fazem como forma de pressionar as autoridades para que soluções sejam encontradas. Ao compartilharem informações com os clientes, o fazem com o intuito de lhes deixarem mais seguros e lhes fazerem mais precavidos.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Dave Matthews Band – Everyday


Já expus aqui nesse blog o quanto gosto do Dave Matthews Band (DMB). Eles estarão aqui no Brasil no próximo mês. Infelizmente não poderei ir a São Paulo ver in loco Dave Matthews Band dias 9 a 11 de outubro. Para os que ainda não conhecem a banda do vocalista sul africano, vejam aqui e abaixo algumas de suas composições que mais gosto.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O Futuro das Mídias Sociais no Jornalismo

O blog Mashable dedicou importante espaço para refletir sobre o futuro das mídias sociais no jornalismo. Começam provocando ao dizer que mídias sociais estão mortas. Na verdade, querem dizer que todas as mídias serão sociais e categorizar um jornalismo como social vai ser pleonasmo.  Emendam que, além de social, o consumo de conteúdo sera de mais em mais personalizado. As funcionalidades que induzem atividades sociais nos sites estão ainda inspirando os leitores a se tornarem cidadãos jornalistas habilitando-os a  publicar e compartilhar informação em grande escala. O Twitter está cheio de exemplos em que o cidadão se tornou jornalista e que a notícia teve forte propagação.

A figura do blogueiro também tende a se moldar a essa nova realidade. Passam a escutar fontes externas e a considerar o quão credíveis elas são. Em conseqüência, passarão, de mais em mais, a ser fonte de referência. Não é a toa que a reconhecida agencia de notícias Associated Press (AP) passou a considerar a possibilidade de referenciar blogueiros como fontes de informações de suas notícias. E olhe que a AP já começou tarde. Uma análise feita em seis anos de artigos do New York Times e do Washigton Post mostrou que os blogs estão crescendo como fonte de referência crível já desde 2008. A análise foi feita em cima de cerca de 2000 artigos e 120 blogs. A conclusão é que há um novo ciclo de notícias se estabelecendo com referencias cruzadas entre os dois veículos.
Outra característica diga de menção é o surgimento de mídias locais e colaborativas. Organizações como TBD possuem estações de TV e website e levam notícias locais e informações da comunidade (no caso de TBD trata-se da comunidade de Washigton, D.C.).  Nessas iniciativas há uma mistura entre a fonte da informação e o produtor de conteúdo, pois a testemunha do fato acaba se tornando o repórter. Agora, tudo isso vai exigir uma mente muito aberta dos jornalistas, pois vão ter que se habituar a ceder um grau de controle editorial para a comunidade.  

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Pena de Morte: Quem Vai Matar?

Chamou-me a atenção a propaganda do candidato a deputado estadual Silvio Frota em que a pena de morte é anunciada como sua bandeira.

Talvez esse tema seja um dos mais polêmicos e cheios de tabu na nossa sociedade. E olhe que nem precisa entrar em jogo os ideais religiosos.

Pelo ponto de vista de combate a criminalidade, não há evidencias, em nenhuma parte do mundo, de que a pena de morte reduz os índices de criminalidade. Alguns poderiam dizer que se trata simplesmente de fazer justiça. Mas aqui percebe-se claramente um raciocínio paradoxal. Os mais revoltados com a situação atual de insegurança e impunidade certamente vêem o Estado como o principal responsável. Como querer então dar-lhe ainda mais poder, para que possa decidir matar alguém? Dá para confiar?

Vou além. Isso é bom para a sociedade? Num País em que a justiça tem dois pesos e duas medidas dependendo da quantidade de dinheiro que se tenha, a pena de morte seria só uma forma legalizada de matar os mais pobres, os discriminados. Ou seja, a resposta à pergunta no título desse texto talvez nem seja o mais problemático, o duro é poder dizer que já sabemos quem vai morrer. É nesse tipo de sociedade que se deseja viver?

É interessante como as pessoas não conseguem se sentir responsáveis pelas disparidades e injustiças da nossa sociedade. Ao invés de buscar reduzi-las, pensam em eliminar (literalmente) os que delas padecem.

Lembro-me de depoimentos indignados contra as manifestações contrárias a marcha em favor da liberação da maconha. O argumento usado pelos defensores foi de que era incitação ao descumprimento da lei. E colocar placas nas ruas defendendo a pena de morte é o que? Os mesmos não deveriam também se indignar?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Reconhecimento de Voz nos Celulares: Novas Formas de Comunicação Surgem


Já é possível usar reconhecimento de voz em telefones que rodam o sistema operacional Android da Google. Graças a um acordo feito com a Vlingo Pode-se falar e o sistema é capaz de automaticamente produzir o texto correspondente. Assim, as comunicações em redes sociais poderão passar a ser por voz ao invés de texto. Não precisa digitar.

Um exemplo disso é o que pode-se fazer na rede social dirigida à telefones celulares FourSquare. Os que dela participam sabem que, pelo GPS do celular do usuário, pode-se saber onde a pessoa se encontra e assim fornecer sugestões de pontos de interesse como restaurantes, bares ou qualquer outro identificado pelos usuários. Os usuários podem assim se registrar nos locais (chamam de fazer check in). Com Vlingo, esses checkins poderão ser feitos por voz. Facilitará enormemente a interação dos usuários.

Ações similares podem ser feitas no Facebook e no Twitter. Aqueles que usam muito o Twitter pelo celular vão certamente adorar essa característica. Com a palavra agora a Apple: o que o iPhone proporá em contrapartida? Saiba mais como será esse acordo nesse artigo do TechCrunch. O vídeo abaixo mostra um pouco mais de vlingo.

A parte ruim dessa estória é que, por enquanto, Vlingo não compreende português. Vamos esperar que isso não tarde.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Como Reduzir a Taxa de Homicídios?

Essa foi a pergunta que uma jornalista do O Povo me fez semana passada. Ela fazia uma matéria sobre o crescimento da taxa de homicídios no Estado a partir da pesquisa do IBGE. Vale ressaltar que a princípio comentei-lhe que a pesquisa do IBGE mostrava dados de 2007 que já estão bem defasados. Embora ela estivesse surpresa que em 2007 a taxa de homicídios fosse maior em cerca de 50% a de 1997, dei-lhe uma notícia ainda pior: em 2010, somente três anos depois, a taxa de homicídio já era cerca de 40% maior do que 2007.

Bem, voltando à pergunta que é título desse post. Minha resposta foi breve: não sei. Sugeri que perguntasse ao Secretário de Segurança. Percebi sua  surpresa. Afinal, ligou-me por que acha que sou especialista. Não esperava tal resposta.

Fui gradativamente esclarecendo porque tinha respondido daquela forma. Qualquer resposta a essa pergunta exige conhecimento dos dados. E é exatamente este ponto que considero crítico. Onde estão os dados? De que tipo de homicídio estamos falando? Quais as causas dos mesmos? Violência policial? Pistolagem? Crime Passional? Latrocínio? Briga de Gangues? Grupos de extermínio? Enfim, expliquei-lhe que só há como definir uma política repressiva ou preventiva se se compreende detalhadamente os homicídios. Não basta saber que são os jovens homens os mais vitimados. É preciso ir além. Conhecer os mínimos detalhes, as motivações, as circunstâncias, o local.  E isso não se faz sem muita investigação e organização dos dados. A Secretaria de Segurança tem isso? Sugeri que a jornalista buscasse descobrir. Ousei dizer que se ela perguntasse isso ao Secretário a resposta seria: a culpa é das drogas. Incrível, como tudo que acontece hoje é causado pelas drogas. Não creio que isso seja o único diagnóstico aceitável. Tornou-se muito genérico e não é suficiente para compreender as razões reais e definir uma política consistente de redução da taxa de homicídio.

Deixem-me exemplificar o que digo. Um jovem envolvido com drogas faz um assalto em uma loja. Justiceiros contratados pelo lojista realizam “investigação particular” e acabam por matar o jovem (semelhança com a realidade ou mera ficção?). Qual a causa da morte? Drogas? Se quiserem dizer que sim, quem vai contestar? Mas combater as drogas nesse caso, reduzirá a taxa de homicídio? Evidente que não. Afinal, os justiceiros não vão parar de “zelar” pela segurança de seus clientes. E o próximo réu pode ser você por ter discutido com o lojista porque achou que o produto dele era de baixa qualidade.

Conclusão. Os especialistas não podem fazer muito porque os dados para o mais simples diagnóstico não estão disponíveis (talvez nem estejam organizados a ponto de serem acessados). Para finalizar. Digam-me se não tenho razões para crer que há mesmo um grande problema. Vejam a resposta que o Secretário deu à jornalista.

O secretário da Segurança Pública, Roberto Monteiro, aponta o aumento do tráfico de drogas, sobretudo o crack, como principal motivador. “Creio que a maioria é de pessoas que tenham antecedentes relacionado às drogas”, supõe.

Dilma Facts by Folha

Mais uma nova reação popular no Twitter surpreende. Depois do Cala Boca Galvão o Dilma Facts by Folha está a ganhar manchetes inclusive da imprensa tradicional. Tudo isso acontece depois que a Folha de São Paulo colocou recentemente em primeira página a manchete Consumidor de luz pagou R$ 1 bi por falha de Dilma. A matéria mostra que o Tribunal de Contas da União identificou esse desperdício na época em que Dilma era  ministra de Minas e Energia. O desperdício veio pelo fato de se ter  isentado de imposto mais usuários de energia do que o devido (veja a explicação da própria Dilma abaixo). Por exemplo, muitas casas de veraneio que tinham consumo abaixo de 80Kva foram isentas de imposto como se fossem residências de pessoas de baixa renda. A folha diz que o  TCU alertou Dilma três vezes sobre o erro, mas ela não tomou providências.

A onda contrária à manchete, considerada exagerada e oportunista por alguns, veio pelo Twitter na forma de ironias caracterizada pela hashtag #DilmaFactsByFolha (fatos de Dilma Segundo a Folha).
Para os que não são familiarizados com o Twitter uma hashtag é um termo precedido de # que serve para facilitar a pesquisa de assuntos relevantes. Por exemplo, se você quiser associar sua mensagem (cada intervenção de 140 caractares no sistema) a um assunto de interesse popular, como as eleições no Brasil, poderá juntar a hashtag #eleiçõesBrasil ou #eleições a sua mensagem. O número de pessoas a usarem uma mesma hashtag, influencia diretamente a possibilidade desse assunto ser considerado popular pelo Twitter (o chamado, trending topic).
Esse tipo de reação ilustra o já conhecido senso de humor brasileiro que encontrou no Twitter seu veículo ideal. Diz-se muito com pouco. Muitas pessoas entraram na brincadeira, mesmo sem saber do que ela se tratava. Foram simplesmente repassando a mensagem (“retuintando”). Fiz um apanhado de algumas ótimas tiradas irônicas de manchetes da Folha. Vejam:
- Folha apura que Coliseu de Roma é mais uma obra inacabada do PAC.
- Quando Dilma entrou no Mar Morto, ele não estava nem doente.
-  Serra lamenta: a Dilma me indicou o Shampoo.
- Dilma Rousseff inventou a vuvuzela.
- Erro nos cálculos de Dilma provocaram a inclinação da Torre de Pisa.
- Dilma coordenou a morte de Jango para colocar a culpa nos militares.
- Dilma indicou remédio para Vanusa


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Merda de Cachorro e Cidadania

Em 2007, escrevi sobre como, a meu ver, o hábito de limpar a sujeira de seu animal de estimação indica o nível de cidadania e educação de uma sociedade. O título do post na época era exatamente o mesmo deste aqui. Pois bem, vejam nas fotos abaixo o que encontrei em São Paulo quando estive recentemente. A própria comunidade encontrando meios para apoiar e induzir as ações corretas das pessoas. Uma simples placa educativa já ajuda muito. O que dizer então da exposição de saquinhos de plástico para serem servidos pelos transeuntes que levam seus cães para o passeio. Faz bem mais a diferença. Exemplos que o poder público bem que podia imitar.

Mulheres na Computação Têm Ajuda da Barbie

Há três anos atrás escrevi nesse blog sobre o problema do estereótipo negativo que possui a profissão de informática e que afugentas as mulheres. O fenômeno da carência de mulheres em Computação chega mais fortemente aos EUA.

O New York Times fez uma reportagem onde esse aspecto foi discutido. Somente 1% das jovens em final de ensino médio dizem que farão Computação ou Ciência da Informação comparado com 5% dos meninos. Somente 18% dos graduados nessas áreas em 2008 era mulheres. Em 1985 esse número era de 37%. Incrível o sério problema de imagem que a profissão tem. O estereotipo do hacker masculino, sem vida social, comendo fast food e apaixonado por ficção científica afasta as mulheres dizem especialistas da Universidade de Washington que têm pesquisado as razões de porque isso vem acontecendo. Em Stanford, há um grupo de mulheres informáticas que além de discutir assuntos do tema, faz palestras em escolas para motivar as meninas.

Dentre as diversas medidas para mudar essa situação, uma inusitada chamou-me a atenção. A Mattel, empresa que detém os direitos de fabricação e reprodução da Barbie, lançou um personagem novo para a famosa boneca: a Barbie analista de sistema e cientista da computação. Terá ao seu lado um belo notebook rosa choque.

Revendo o texto que tinha escrito, pude revisitar um comentário de Jedson no meu texto em que ele sugeria que se fizessem novelas com o protagonista sendo programador de computador. Talvez traga resultados mais imediatos do que o que a Barbie pode trazer, não?

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mensagens criptografadas e Sigilosas na Policia

Surpreendeu-me fortemente uma matéria do Jornal O Povo desta semana que discorria sobre mudanças no sistema de rádio-comunicação da Policia Federal. Nessa matéria, o jornalista descreve o novo sistema digital de transmissão digital e que permite enviar mensagens criptografadas.

Para os menos habitués com os termos técnicos, a criptografia é a técnica de confundir uma mensagem de forma que a mesma não possa ser inteligível por outro que não o(s) receptor(es) visados pelo destinatário. A técnica de criptografia é muito usada em meios militares, pois mensagens sigilosas capturadas pelos inimigos podem causar um grande estrago. O cinema é rico de filmes em que a temática foi tratada.

Mas o que mesmo me surpreendeu? O fato de que a Secretaria de Segurança, segundo o secretário-executivo da SSPDS, estar querendo comprar um sistema similar, que seja digital e permita criptografia. Na verdade, não é o interesse de adquirir um novo sistema que me surpreende, mas o fato de que a cúpula da Secretaria de Segurança não sabe que o sistema que eles têm hoje já é digital e que permite inclusive a comunicação com mensagens criptografadas. Vejam o que é dito na matéria:

Joel Brasil(secretário-executico da SSPDS) avalia a tecnologia Tetrapol ID como “muito boa”. De acordo com ele, o modelo é seguro por trabalhar de forma digital. O sistema de hoje é analógico.

O sistema de rádio da SSPDS foi comprado há cerca de dez anos, é digital e já na época comportava a possibilidade de enviar mensagens criptografadas. Esse mesmo sistema fornece um conjunto de ferramentas para evitar interceptação de mensagens. Olhe que não dá nem para dizer que o pessoal que hoje está na SSPDS não sabe disso, pois o atual diretor do CIOPS foi um dos que participou do processo de implantação do sistema.

Além dessa falta de informação preocupante, devo dizer ainda que na minha passagem pela SSPDC (antiga SSPDS), percebi que dentre as vulnerabilidades que permitem vazamento de informação sigilosa, a arapongagem da escuta de ondas de rádio é uma das menos adotadas pelos bandidos. Há outras alternativas bem mais simples e menos onerosa que vão desde comprar informações diretamente de policiais e funcionários como usar o próprio rádio do policial por um certo momento. Todas essas formas estão ligadas ao elo fraco na cadeia de Segurança: gente. Evitar que esses vazamentos ocorram com acompanhamento, gestão, fiscalização e capacitação é um desafio bem mais complexo do que comprar equipamentos.

Por fim, vale a pena mencionar a fragilidade da matéria. Frente a informação governamental, cabia pelo menos procurar entender um pouco mais sobre o sistema de comunicação hoje existente. O título da matéria "Estado adotará Comunicação Segura” deixa dúvidas se essa comunicação hoje é insegura. Caso seja, não vejo indícios de que é por limitações técnicas do sistema de comunicação atual.