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segunda-feira, 21 de maio de 2007
A Internet Está Encolhendo?
Um artigo escrito por Nicholas Carr jornalista do jornal inglês The Guardian levou-me a algumas reflexões. Ele menciona que de 2001 a 2006, o número de endereços registrados da web aumentou 75%, passando de 2,9 milhões para 5,1 milhões. Apesar disso, as pessoas passam cada vez mais tempo em grandes sites como o Google, Wikipédia ou Orkut. Ele acredita que está havendo um encolhimento da Internet, pois os sites mais visitados que em 2001 eram 31% de todas as páginas visitadas no ano passado este número passou a 40%. Parece-me que a conclusão de Carr foi muito simplista. Primeiro, vale a pena ressaltar que sites como Google não são per se o alvo dos usuários, mas somente uma parada para procurar o destino final. Além disso, já tínhamos comentado em um texto anterior (veja-o clicando aqui) que a web segue um fenômeno chamado cauda longa que se caracteriza pela existência de poucos sites que são muito acessados e muitos sites que são pouco acessados. Carr considera que uma das razões para o encolhimento que ele considera existir é o mecanismo de busca do Google que coloca nos primeiros lugares de seus resultados os sites mais populares. Isto privilegiaria o acesso a sites que já são populares. De novo acho que ele ignora outro aspecto que é o dinamismo da web. A descoberta de novos sites gera um mecanismo de comunicação entre os internautas que faz com que sites desconhecidos passem rapidamente a ser fortemente acessados. Isto ocorre principalmente porque a web tem um caráter global, mas as pessoas tendem a procurar sites que atendam a seu contexto local. Por exemplo, se alguém quer comprar uma pizza, fará uma busca por sites que estejam perto da região onde mora. Assisti a uma palestra de um dos vice-presidentes da Yahoo em Stanford que mencionou que uma das características dos sites de busca do futuro era considerar, automaticamente, o contexto do usuário que está fazendo a busca. Com o incremento da computação móvel, será comum levar em conta a localização geográfica automaticamente obtida através de um receptor GPS embutido no dispositivo móvel do usuário (lembro que a Nokia estará em breve lançando telefones celulares com GPS). Enfim, embora não concordando totalmente com o diagnostico de Carr, creio que seu texto nos remete a uma questão mais interessante para uma reflexão posterior: o quanto da Web um programa de pesquisa como o Google consegue capturar?
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Um comentário:
Muito engraçado eu ler isso... porque, tipo, eu pensava que só acontecia comigo... Eu tava pensando recentemente: "Pô, tem cada vez mais sites na internet, e cada vez eu só vejo o mesmos de sempre". No meu caso, yahoo, wikipedia e youtube. Antigamente eu via um monte de sites... Bom saber que isso tá acontecendo com "todo mundo" e não só comigo.
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