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sexta-feira, 25 de maio de 2007

Web 1.2.3... Onde elas são diferentes?

Podemos olhar para a web em dois momentos distintos, e uma forma de distingui-los é olhando a quantidade de produtores e consumidores de informação. Na web tradicional (ou Web 1.0) há poucos produtores e muitos consumidores. Os principais produtores são pessoas especializadas (web designers), empresas (públicas e privadas) e mídia tradicional. O internauta típico só acessa as informações disponibilizadas por estes produtores. Na web 2.0 a diferença quantitativa entre produtor e consumidor diminui sensivelmente, pois diversas aplicações enfatizam a produção de informação por qualquer internauta. Vem assim a onda de blogs, fotologs, wikis, comunidades on-line, redes sociais, etc. Com esta produção de conteúdo massificada, mecanismos de colaboração como a Wikipédia vieram quase que naturalmente. Outro tipo de aplicação que começa a surgir visa à integração de informações vindas de diferentes fontes (o termo em inglês é mashup). Se for possível definir uma fronteira entre a web 2.0 e uma futura web 3.0 ou web semântica, ela certamente passa pela idéia de realizar programas que façam automaticamente integração de informações. Em qualquer “versão’ da web, ela continua sendo primordialmente explorada pelas pessoas. Por exemplo, se alguém deseja fazer um plano de férias usando a web, um procedimento normal seria consultar páginas de companhias aéreas para visualizar as opções de preço, datas, tempo de vôo, etc. O mesmo deve ter que ser feito no que se refere à acomodação, transporte terrestre e pontos turísticos. Na web semântica, o paradigma seria outro. O internauta acessaria uma página na web que simularia um agente de viagens para determinar seus interesses, preferências e restrições. Por exemplo, o internauta diria “em julho quero fazer uma viagem de 10 dias ao Nordeste brasileiro, de avião, que passe obrigatoriamente em Fortaleza e Canoa Quebrada. Só posso gastar R$ 3.000,00, prefiro pagamento parcelado, viajar durante o dia e, se tiver que alugar carro, prefiro Volkswagen”. Para o agente(o programa) responder a este tipo de demanda ele terá que ir às páginas de companhia aéreas, locadoras de veículos, hotéis e mesmo da secretaria de turismo do Ceará (da mesma forma que faria o internauta se ele fosse fazer isso pessoalmente). Fica claro que para que isso seja possível, há que existir padrões de representação da informação na web, pois senão os programas não seriam capazes de entender o que está nos sites. Este é o primeiro foco de pesquisa da web semântica. Linguagens como RDF e OWL são exemplos destes padrões. Espera-se que com a difusão dos mesmos seja possível fazer programas que “leiam” o conteúdo das paginas, entendam o que nelas estão e assim possam realizar atividades complexas que hoje são realizadas pelas pessoas. O nome web semântica vem do fato que as representações padrão que começam a ser adotadas como nas linguagens supramencionadas visam prover o significado(a semântica) dos termos que estão na página.

3 comentários:

Anônimo disse...

muito bom essa facilidade...porém cada vez mais ficamos dependentes do computador e já pensou quero fazer um trabalho sobre IA quero que o trabalho contenha 7 páginas de acordo com os padrões da abnt quero que no trabalho tenha algumas expressões informais para que fique evidente que o trabalho foi meu.Se realmente a web 3.0 for isso mesmo então temos que ter mais cuidado nessa migração e para isso uma ética tem que ser levada em conta

Anônimo disse...

Vasco, até por não conhecer a questão te pergunto: o uso prático de ontologias em sistemas de IA obteve sucesso de alguma forma? digo, vc conhece exemplos de sistemas implementados que conseguiram utilizar tais recursos ?

Claro que no contexto da internet as especificações são diferentes mas a "filosofia" da possível aplicação qua comentei acima (se é que existe e suas características possam ser utilizadas) tvz possa "inspirar" alguma coisa, não?

somente uma opinião sem maiores pretensões...

[]s,
Alexandre

Vasco Furtado disse...

Alexandre,
O termo ontologia em IA so passou a ser popular com o crescimento das pesquisasa em agentes e web semantica. No entanto, a ideia de representar conceitos ja vinha sendo utilizada ha algum tempo. Respondendo sua pergunta, varias aplicacoes de sucesso em IA utilizam a ideia de representar conceitos. Desde os sistemas especialistas ate os tutoriais inteligentes. Na web isso passou a ser mais importante pelos motivos que explicitei no outro texto em que falo da web e ontologias.