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terça-feira, 29 de maio de 2007

Limpeza Urbana e Cultura Cidadã

Quando vamos a países mais desenvolvidos como os Europeus e Norte-americanos uma das primeiras coisas que mais notamos e comentamos é sobre a limpeza das cidades. A limpeza de uma cidade reflete o grau de civilização da sociedade além da qualidade do serviço público que ali é prestado. Todos nós cidadãos sonhamos em viver numa cidade limpa. Fortaleza Bela, por exemplo, implica em Fortaleza limpa. Quando pergunto a alguém porque a cidade é suja, sempre recebo como primeira resposta que o serviço de limpeza é ruim. Tenho procurado em meus textos não enfatizar somente a responsabilidade de governos, não que ache que eles não a tenha, mas acredito que as mudanças podem advir por intermédio de nosso próprio comportamento. É fácil perceber que uma das razões da sujeira de uma cidade vem do fato de que os próprios cidadãos a sujam impiedosamente. Desde aqueles que lançam objetos de seus carros na rua até a mais simples folha de papel que é jogada nas calçadas, todos contribuem indiscriminadamente para gerar sujeira. A solução óbvia é educação, não é mesmo? Mas não acho que devamos pensar que se trata unicamente de uma questão de educação escolar (embora ela também deva existir). É fácil perceber que um mesmo cidadão deseducado de um local, torna-se super educado quando se muda para um local onde as pessoas zelam pela limpeza. Isso decorre de uma inconsciente regulação social visto que, se todos respeitam o local não o sujando, os outros se sentem incomodados de fazê-lo. Por isso, o que vislumbro como processo educativo de comportamento é algo mais prático. Trata-se de criar um sentimento de comprometimento do cidadão com a coisa pública através de um processo de contágio social. O papel dos governos nesse processo, aí sim, é fundamental. Para começar a prefeitura deveria instalar latas de lixo em todo canto da cidade. Juntamente com isso deveria usar de criatividade para educar os cidadãos em pontos em que a sujeira é mais visível. Por exemplo, qualquer sinal de trânsito onde há distribuição de panfletos, há sujeira. As pessoas recebem os panfletos, os lêem (nem sempre!) e jogam na rua. Que ótimo lugar para começar um processo educativo com a instalação de latas de lixo, cartazes educativos, palestras aos distribuidores de panfletos, contratação de artistas tipo malabaristas (que já abundam em cada semáforo) para apontar quando estamos sujando, publicidade televisiva, etc. E nós faríamos o que (alem de não sujar é claro)? Evidentemente que não poderíamos ficar só esperando pelo governo. Colocaríamos uma lixeira pequena a vista na nossa calçada para que qualquer transeunte tivesse a possibilidade de usá-la. Se conseguirmos gerar o efeito contágio, teremos naturalmente uma cidade mais limpa, e, sobretudo, estaríamos nos educando na cultura cidadã.

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