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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Falta de Estrutura no Esporte

Os resultados obtidos pelos atletas brasileiros nas olimpíadas de Pequim são bem emblemáticos de nossa maior deficiência como nação: fraco sistema educação. A pouquíssima estrutura no esporte é só mais uma face dessa deficiência. Os países que têm bom rendimento nas competições esportivas, o fazem porque aliam o apoio ao desenvolvimento esportivo à estrutura educacional tanto no ensino médio, como no ensino universitário. Nós nunca conseguimos ter essa visão. Quando conseguimos nos sobressair em alguma competição é sempre fato isolado de uma dedicação pessoal. Nada de induzido ou esperado em função de um trabalho ordenado. Tomemos natação e atletismo, dois exemplos diferentes de onde conseguimos ouro e que nos remetem sempre a mesma conclusão da falta de estrutura do esporte na escola. A natação e mesmo os esportes aquáticos em geral sempre foram de elite no Brasil por motivos óbvios: falta de infra-estrutura para uma popularização. Não há piscinas em escolas e o esporte vive de uma classe média alta que pode freqüentar clubes esportivos e comprar materiais sofisticados para competição. Já no atletismo, em minha opinião o mais nobre de todos os esportes, o problema maior nem é a infra-estrutura. Não se precisa de muita para fazer jovens praticar a grande maioria das modalidades como correr e saltar. É só falta de apoio. Não há mágica! Só se descobre muitos talentos quando há uma forte oferta de candidatos a tal. Isso só se consegue com programas fortes de popularização e é exatamente essa a fórmula do sucesso do futebol. Como todo brasileiro joga futebol, se descobre talentos a todo o momento. Mas não se pode esperar que isso aconteça a torto e a direito para todo e qualquer esporte. É aí que entra a escola como fator de disseminação de esportes menos conhecidos, popularização dos mesmos e, assim, descoberta de novos talentos. Nos esportes coletivos, a mesma regra se aplica. O vôlei é uma exceção que confirma a regra. Um movimento de popularização se criou pela admiração de jogadores de uma geração vencedora e pelo vôlei de praia que encontrou um ambiente propício(inclusive pela questão climática e geográfica) para crescimento no País. Não creio estar falando nenhuma novidade como aliás é fato para boa porte dos nossos problemas. Os diagnósticos já são conhecidos. A questão é que é preciso fazer acontecer. Nõa vejo nenhuma indicação de que isso está a acontecer. Bem que poderíamos vincular isso a Olimpíada de 2016 que queremos abrigar.

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