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quarta-feira, 20 de agosto de 2008
A Campanha Eleitoral Brasileira na Internet
A sociedade brasileira nem está percebendo o quanto está sendo lesada em seus direitos em função da resolução proposta pelo TSE de como deve ser a campanha eleitoral na Internet. Em resumo, a resolução só permite a realização de campanha através da exposição das idéias e propostas dos candidatos em sua página pessoal. Incrível a falta de compreensão da lógica da Internet. A decisão do TSE foi baseada na lógica de funcionamento dos meios de comunicação tradicionais como o rádio e a televisão. A medida traz pelo menos três prejuízos evidentes. Primeiro, estamos perdendo uma oportunidade de ouro para melhorar nossa, já tão combalida, consciência política. A internet é um espaço de discussão, de troca de opinião e de divulgação de idéias. Não é um espaço como são os usados nos meios de comunicação tradicionais e que por isso precisam de um horário eleitoral gratuito. Aliás, é exatamente por não ter domínio de um grupo privado particular que ela incorpora um sentido tão democrático. Ressalte-se ainda que os jovens, habituais freqüentadores da rede, seriam os primeiros a poder participar da campanha mais ativamente em sua versão virtual. O segundo prejuízo é que perdemos a oportunidade de fazer nossos políticos (ou candidatos a tal) discutir, defender idéias, responder perguntas, enfim, interagir. Há quase trinta milhões de usuários no Orkut e uma boa diversidade de comunidades destinadas a discutir política. Seria assim uma ótima oportunidade para buscar mais qualidade dos candidatos que, conseqüentemente, teria um efeito pedagógico necessário dado o nível dos que postulam cargos públicos. Por fim, ressalte-se o terceiro prejuízo que se acumula pela perda de oportunidade de divulgar e popularizar a web com um uso cívico. A internet brasileira ainda é quase que totalmente dominada por interesses de entretenimento. Trazer aplicações úteis do dia-a-dia para os internautas é fundamental para que a rede passe a agregar qualidade de conteúdo, educação e cidadania ao brasileiro. Poderíamos pelo menos estar aprendendo com os americanos que fizeram e continuam fazendo uso intensivo da Internet na campanha presidencial. Aliás, o candidato democrático Barak Obama é um dos que têm centrado boa parte de sua energia na campanha a discutir com eleitores on line e dessa forma conseguiu arrecadar mais doações financeiras pela rede do que de qualquer outra forma. Por fim, percebam que no começo desse texto mencionei que a sociedade nem percebe o que está acontecendo. O tema não toma a dimensão que merece nos meios de comunicações tradicionais. Será que há algum interesse de manter a reserva de mercado que ainda hoje existe?
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Um comentário:
Muito bom o texto, assino em baixo! Coloquei um link pro seu texto no meu blog, pois achei bem legal. Depois entra lá e aproveita pra ver as fotos que tenho de Fortaleza, e os posts que fiz durante os três meses que morei aí. http://maripimenta.wordpress.com
Abraço!
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