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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A TI no Ceará em Debate

O Estadão divulgou nesse sábado o resultado de um estudo realizado pela BRASSCOM (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) que alerta para a falta de trabalhadores especializados em TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação). No estudo o Nordeste só apresenta 2% da demanda de mão de obra. O estudo mostrou que o Sudeste responde por 70% da demanda, sendo 47% somente na Grande São Paulo. O levantamento mostrou ainda que 20 cidades concentram a indústria brasileira de tecnologia da informação. A falta de profissionais qualificados já foi assunto nesse blog (veja aqui e aqui), mas números como os apresentados pelo estudo enfatizam o problema. Estima-se que há uma demanda de cerca de 33 mil profissionais, mas que somente 16 mil são formados anualmente. Não sei o quanto a BRASSCOM é representativa das Empresas de TI no Brasil (descobri que pouquíssimas empresas cearenses fazem parte da BRASCOM e o estudo não está disponível no site da Associação) mas de qualquer forma, ele é preocupante. As empresas de TIC no Estado têm tentado ocupar um espaço relevante, política e economicamente na economia local e por isso vêm realizando uma série de movimentos e estudos no sentido de atrair atenção política e da sociedade para os problemas que enfrenta. Quando cheguei da Califórnia, participei de um grupo de estudo sobre o tema (veja aqui o que escrevi sobre isso). Agora me vejo debatendo o mesmo assunto novamente, pois estou representando a FUNCAP (Fundação Cearense de Apoio ao desenvolvimento Científico e Tecnológico) nas reuniões da Câmara Setorial de Tecnologia da Informação que teve sua criação promovida pela Agencia de Desenvolvimento do Ceará (ADECE). A formação de mão de obra é um dos vetores de discussão. Sinto que há um entusiasmo muito grande pelas propostas de formação em massa de jovens que vêm de acabar o ensino médio. Reluto em acreditar que essa é a solução para o problema. Vai precisar muita criatividade para promover qualificação tecnológica de alto nível com uma matéria-prima tão limitada como a que termina o ensino médio e não consegue entrar na Universidade. Acredito muito mais em ações que visem requalificar profissionais de nível superior formados em outras áreas. Teremos muito o que discutir.

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