Tenho sido ácido na minha percepção da política, em especial, da cearense. Não posso deixar de mencionar quando algo positivo emerge desse contexto. Em Fortaleza, na semana passada a câmara de vereadores aprovou uma lei proposta pelo vereador Guilherme Sampaio que ficou conhecida como Lei do Paredão. A proposta é coibir os abusos de poluição sonora da cidade através do uso de caixas de som superpotentes.
Para mim, o processo todo como se deu a discussão da supramencionada lei é um exemplo de como, se usado corretamente, o sistema de tri-partição de poderes é elegante e adequado à democracia. O legislativo escuta a sociedade, propõe leis, discute mais um pouco dando espaço às diferentes opiniões e delibera. Simples e efetivo. No entanto, nos dias atuais isso tem sido muito difícil. Os parlamentos brasileiros em todas as esferas têm se esforçado para se desmoralizar. Propõem cada vez menos e com isso deixam espaço para o executivo fazê-lo. Na verdade, parlamentares estão, cada vez mais, somente a aceitar o que os governos propõem. Sintomático ainda é o fato de que, recentemente, até o judiciário tem legislado mais do que o próprio legislativo.
Mas, como já disse, deixem-me enfatizar o bom exemplo. A Lei do Paredão é daquelas coisas que nos faz parecer civilizados (talvez sejamos J) A sociedade que se organiza para defender o direito dos indivíduos na coletividade. Parabéns aos vereadores. Resta-nos agora esperar que o executivo faça sua parte em colocar a lei em prática.
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