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terça-feira, 19 de junho de 2007
Apple e a Arte da Inovação
Talvez aqui no Brasil não se sinta tão claramente, como no resto do mundo, os efeitos dos produtos Apple. Primeiramente, ela lançou um micro que quase não chegou ao Brasil: o Macintosh. Inicialmente, surgido na época de reserva de mercado, ele nunca conseguiu recuperar o terreno perdido. Os produtos Apple se caracterizam pela qualidade estética e suas interfaces de interação amigáveis. Outro detalhe importante, os produtos Apple são mais caros do que os PCs, mas quem conhece os dois mundos é unânime em afirmar que o Mac é muito mais agradável e fácil de usar. A revolução Ipod também tem chegado devagar ao Brasil e muitas pessoas que possuem um tocador de músicas MP3, compraram de outra marca e não o original Ipod da Apple. Novamente a questão do preço do produto deve ter sido relevante. O mais novo lançamento da Apple, o telefone Iphone, e que muitos acreditam será um novo grande sucesso, talvez custe ao chegar no Brasil e quando chegar certamente terá preço bem salgado. Nesse contexto fica difícil compreender o quanto a imagem da Apple é reconhecida mundialmente como o grande símbolo de uma Empresa Inovadora. Mas é exatamente isso que ocorre atualmente. Para se ter uma idéia disso, basta dar uma lida no hebdomadário The Economist que, soube pelo blog do Renato Cruz, dedicou sua reportagem de capa desta semana a Apple e a compreensão dos fatores que a fazem inovadora. Em resumo, a revista considera que os fatores de sucesso da Apple estão ligados ao fato de que i) comprou boas idéias e criou uma grande rede de inovação com parceiros externos; ii) desenvolveu produtos que buscaram a simplicidade; iii) não ficou obcecada por pesquisas de mercado, pois percebeu que o consumidor sabe dizer o que quer hoje mas não o que vai querer amanhã e; iv) aprendeu com os próprios erros, tolerando-os e evoluindo as idéias. Certamente, esses conceitos gerais talvez não sejam os únicos a serem considerados, mas são um bom indicador de como pensar em inovação. Particularmente, acho que há outro fator importantíssimo no processo criativo e inovador da Apple: o próprio Steve Jobs. Difícil dissociar o sucesso da Empresa de Jobs da sua forma empreendedora de ver os negócios. Quando estava na Califórnia, conversei com um amigo que tinha trabalhado na Apple que me disse que não era fácil trabalhar com Jobs. Ele era obcecado por qualidade. Participa ativamente de todos os projetos da Empresa e todos os produtos têm sua contribuição. Ele descobriu mais cedo do que os competidores que há um aspecto fundamental em um produto ou serviço e que embebeda o consumidor: o aspecto estético. Todos os produtos Apple possuem o algo mais que provoca amor a primeira vista. Os americanos chamam isso de fator Wow! (Uau!) referindo-se a expressão de espanto e entusiasmo quando o consumidor vê o produto e gosta. Isso já era antigo para grande parte da indústria, mas no setor de tecnologia nunca tinha sido levado tão a sério como Jobs tem feito. Uma leitura sobre o aspecto emocional do usuário quando acessando um serviço ou produto pode ser visto no livro Emotional Design de Dan Norman (clique aqui se quiser mais detalhes sobre o livro). Para acessar a matéria diretamente no site do The Economist clique aqui )
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