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terça-feira, 8 de maio de 2007

FOAF - Um Formato Padrão de Redes Sociais na Web


Um dos fenômenos que mais me intriga nesses últimos anos é o surgimento das inúmeras redes sociais virtuais na web. Reconheço que custei a perceber a importancia disso. Pensava que era mais uma daquelas modas que, com a mesma rapidez que aparecem, desaparecem. Questionava-me ainda porque as pessoas colocavam tanta informação pessoal na web sem nenhuma preocupação com privacidade. Entretanto, depois de algum tempo em que as mesmas continuam atrativas, devo admitir que já acho que se trata de algo para ficar. Dois aspectos me chamam atenção nesse fenômeno. Primeiro, me parece que as redes sociais virtuais ganharam relevância, pois vieram preencher uma carência de nossa sociedade moderna que nos torna individualistas e solitários. Como a necessidade de fazer parte de uma sociedade é inerente ao ser humano, as redes sociais virtuais foram o instrumento para que isso fosse obtido. Elas permitem ampliar o leque de relacionamentos, pois não requerem que as pessoas estejam fisicamente próximas. Para minha surpresa, a privacidade não parece ser uma preocupação muito grande, principalmente para os jovens. Em segundo lugar observo que as redes sociais virtuais formam uma base de dados incrivelmente rica abrindo possibilidades para inúmeras novas aplicações. Por exemplo, há alguns trabalhos de vanguarda em computação que estudam o desenvolvimento de programas anti-spams com o auxílio de redes sociais. Eles buscam calcular o quão próximo o remetente de um email é de seu recebedor. Essa proximidade seria medida através de navegações nas redes sociais do remetente e do recebedor, o que permitiria calcular um valor de reputação para os envolvidos na comunicação. Não é a toa que todas as grandes empresas de software querem possuir dados sobre redes sociais. Orkut, MySpace, LinkedIn são as mais conhecidas (vejam o mapa ao lado que descobri no blog de Alex Barbosa do Estado de SP descrevendo o tamanho de cada comunidade no mundo). Quero aqui alertar para um perigo: a concentração de poder pela acumulação de dados de redes sociais na mão de algumas grandes empresas. Creio que o antídoto para isto é participar de redes sociais armazenadas em bases de dados com formato padrão e de livre acesso. A melhor iniciativa nesta direção, uma proposta isenta, patrocinada pela comunidade científica de web semântica, é a comunidade FOAF (Friend of a Fried). O site FOAF pode ser acessado aqui . A idéia é que você diga quem são seus amigos, construindo sua rede social, e disponibilizando-a na web, mas em um formato padrão (o formato RDF). Informações como email e telefone podem também ser fornecidas, mas de forma criptografada para não terem seu uso deturpado. Vários programas que ajudam a criar um arquivo FOAF estão sendo disponibilizados na web (veja aqui um deles). Um exemplo a ser seguido é o da comunidade LiveJournal que grava toda a sua rede social em FOAF. Enfim, ao participar de comunidades e redes sociais virtuais, não esqueça que está fornecendo dados pessoais que podem no futuro dar um poder imenso a quem os detém. Sendo assim, se considera que não há prejuízo pessoal em disponibilizar os dados, melhor fazê-lo em formato padrão e aberto para que não estejamos ajudando a construir outras Microsofts.

4 comentários:

Anônimo disse...

Olá, professor.

Só gostaria de informar que o link para a página do foaf dentro do texto está errado, está indicando para uma página do blogger.

Acredito que o endereço certo seja http://www.foaf-project.org/

Vasco Furtado disse...

Valeu pela observacao Pedro.

Junior Pontes disse...

Professor a questão da web 2.0 quando nos produzimos mais pra net isso pode implicar para um limite de conteudos pra rede?
como ficarão os protocolos tcip

Vasco Furtado disse...

Junior,
Nao sei se entendi muito bem sua duvida. Mas o volume de entrada de dados que cada um de nos individualmente coloca na rede nao provoca congestionamento pela propria topologia da Internet.