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quinta-feira, 22 de março de 2007
Em que a TV Digital Será Diferente?
A TV Digital já vai chegar tarde no Brasil. Fruto de inércia e morosidade da classe política que tem muita dificuldade em decidir padrões e estratégias de ações, em particular, no que se refere à assuntos ligados a Ciência e Tecnologia (não tenho dúvida que o pouco conhecimento desses domínios é mais uma dessas razões). No entanto, há um fator positivo neste atraso. Poderemos aprender com o erro dos outros e escolher o que é melhor para nossos objetivos. Os americanos, por exemplo, não tem um padrão único de uso e os existentes se concentram em um aspecto da TV digital: a qualidade de transmissão das imagens. Creio que isso se deve ao fato de que na grande maioria das residências americanas, a Internet já está presente e assim a possibilidade de acessar a Internet pela TV não traz muita novidade. A grande diferença da TV digital comparando com a TV normal é o fato de que na primeira se pode transmitir, além de imagens e sons, dados. Por exemplo, será possível assistir um programa e receber simultaneamente no visor da TV informações sobre os atores que estão atuando. Ou então será possível fazer campanhas educativas que estejam sincronizadas com o programa que está passando. Por exemplo, se um ator aparece fumando na tela de um programa, será possível associar uma legenda sobre os males do cigarro para as pessoas. Outro aspecto importante é que essas mensagens e os programas de forma geral poderão ser produzidas por muito mais pessoas: os chamados produtores de conteúdo. Hoje em dia somente as empresas de televisão produzem conteúdo. Com a TV digital isso será muito mais distribuído. Assim uma comunidade de bairro poderá produzir um conteúdo que será visualizado somente pelas pessoas pertencentes àquela comunidade. Além disso, será possível interagir com a TV, o que abre muitas possibilidades de participação dos telespectadores. A grande esperança adjacente a chegada da TV digital no País refere-se ao uso da TV em mais atividades públicas em favor da comunidade e da sociedade como um todo. Espera-se que mensagens educativas, de controle de doenças, trânsito, etc. possam ser veículadas de forma mais eficaz do que hoje. No entanto, quando se fala desse novo uso da TV, é necessário compreender que isto nem sempre é convergente com os interesses das grandes empresas de televisão e de muitas outras Empresas que esperam explorar a TV digital com fins comerciais. Para que a TV digital se transforme de fato em uma tecnologia de inclusão digital será necessária uma política baseada na democratização da produção de conteúdo. O preocupante é que, como mencionei no começo do texto, não tenho certeza de que nossa classe política está suficientemente preparada para liderar esse processo e não sucumbir aos interesses de poucos. Estejamos vigilantes. Uma matéria recente no UOL sobre a feira mundial CEBIT e o futuro da TV pode ser vista aqui.
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