Siga-me no Twitter em @vascofurtado

terça-feira, 3 de maio de 2011

Sigilo de Dados Criminais: Fatos e Versões


Recentemente, mencionei a, na minha opinião, tímida atitude do Governo do Estado de São Paulo em colocar na Internet as estatísticas de crimes por distrito policial. Disse que era um avanço, mas que muito mais é necessário. Há cerca de três anos venho denunciando a cultura que parece nos impede de compreender que as informações públicas devem todas estar à disposição dos cidadãos.

Fiquei surpreso, ao descobrir, ainda na semana passada, notícias sobre denúncias de que especialistas  contratados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo foram acusados de vender informações, ditas sigilosas, sobre a estatística de crimes. Vejam matéria aqui.


Não vou entrar no mérito específico da questão, até porque não tenho informações precisas do que realmente ocorreu. Agora, surpreendeu-me sobremaneira o fato de que todas as matérias sobre o tema alardearem a existência de informações sigilosas que não poderiam ser divulgadas. Mas que informações são essa? Em busca de compreender mais o problema, vi que se tratavam somente de estatísticas de crime por local. Isso é um absurdo total. Dados de ocorrências criminais com o tipo de roubo, local, hora e data são públicos.  Não têm nada de sigiloso. Não aceitar isso é incentivar um jogo de interesses promíscuos entre os que têm acesso à informação e aqueles que se dispõem a comprá-la ou a consegui-la de forma não transparente.  

Se estamos totalmente convencidos de que as informações são sigilosas, então o problema da falta de controle sobre as mesmas é realmente preocupante. Afinal de contas, o trato de informações sigilosas  requer controles e mecanismos de proteção muito maiores do que os seguem as Secretarias de Segurança. Abundam as denúncias de que certas empresas conseguem acesso às informações de lugares mais perigosos diretamente de fontes oficiais. Enquanto isso, não recebi resposta de NENHUMA Secretaria de Segurança à minha carta  (leia-a aqui) em que proponho parceria com WikiCrimes, justamente para expor aos cidadãos essas informações públicas. 

Nenhum comentário: