Inovação é a palavra da vez no País e não poderia deixar de sê-la no Estado. O crescimento da economia e a consequente busca por competitividade obrigaram-nos a acordar para a necessidade de inovar.
Consequentemente o tema sobre a necessária aproximação da academia com as empresas ressurge. Vivemos, há não muito tempo, um dilema falso de que a geração de riqueza era dissociada do desenvolvimento científico.
Pesquisadores são os parceiros ideais dos empresários na busca de inovação. Eles, por serem obrigados a estarem na fronteira do conhecimento, têm naturalmente a visão do que é novo. Evidente que isso não exclui o feeling que os empresários têm sobre a viabilidade econômica de uma ideia. Ressalta-se ainda que as possibilidades de aplicar os resultados das pesquisas científicas na sociedade e gerar benefícios em larga escala ficam potencializadas com a participação da iniciativa privada.
Muito embora os benefícios da aproximação dos campos sejam facilmente demonstrados, o desconhecimento das agendas de cada um é terreno fértil para o surgimento de visões estereotipadas negativas.
São mundos com lógicas próprias e que possuem objetivos que via de regra correm paralelamente e não convergem obrigatoriamente. A equivocada percepção de que todas as pesquisas científicas devem necessariamente ter aplicações imediatas é um exemplo disso.
As pesquisas teóricas, pejorativamente chamadas de prateleiras, são as que fornecem a base para que as pesquisas aplicadas ocorram e, em via de regra, são as que causam inovações de ruptura.
O desafio de qualquer sociedade contemporânea, e a cearense em particular, é o de fomentar o desenvolvimento científico amplo, sem preconceitos e que promova o aumento significativo da base de pesquisadores atualmente existente. Só assim pode-se criar as condições favoráveis para que pesquisadores e empresários passem a interagir de forma produtiva, sintam-se motivados a cooperar e, assim, obter os resultados alvissareiros que isto pode trazer.
* artigo publicado na coluna Opinião do Jornal O Povo de 17/05/2011
* artigo publicado na coluna Opinião do Jornal O Povo de 17/05/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário