Chegando ao País, percebe-se claramente o clima de Copa. Assisti duas copas fora do Brasil. Em 94 estava morando na França e em 2006 estava nos EUA. Tinha esquecido do ambiente que toma conta de todos por aqui e do papel da imprensa nesse processo. A Globo, por exemplo, torna-se uma autêntica animadora de auditório. Agrega à qualquer reportagem muita emoção apelando essencialmente para o patriotismo.
Tinha esquecido também do quanto é cruel a profissão de treinador da Seleção. Impossível agradar a todos. Na verdade, eu diria que é impossível mesmo agradar a poucos. Somente alguém como Dunga para suportar. Ele é daquelas pessoas obstinadas e obcecadas o que lhe faz beirar à teimosia. Sempre achei injusto a escolha de Dunga para técnico da Seleção. Acho que é desprestigiar demais os técnicos de carreira. Só que essa estória já não tem mais muito sentido, pois ele já está como técnico há mais de três anos e, além do mais, não é mesmo sobre isso que quero refletir. Na verdade, o que gostaria de mencionar é o quanto Dunga tem se mostrado competente.
Concordo plenamente com Tostão, quando ele menciona que damos excessivo valor aos técnicos de futebol. Ele já escreveu algumas vezes em sua coluna nos jornais do País, que a influência do técnico nos resultados é bem menor do que pensamos. No entanto, pode-se perceber quando um time tem um padrão tático bem definido. Isso sim, deve-se a um bom técnico. Dunga fez isso com a Seleção. Ele não tinha a menor experiência como técnico, mas conseguiu algo que poucos técnicos conseguem em seus times e muito menos na Seleção.
Não estou a dizer que o padrão atual que a equipe apresenta é aquele que nos entusiasma, que nos faz sonhar ou mesmo que vai nos trazer o hexa. Mas creio que somente Telê conseguiu implantar um padrão ofensivo nesses últimos 30 anos. Dunga decidiu seguir a mesma dos outros em particular inspirando-se nos vencedores Felipão (2002) e Parreira(em 1994). Enfatiza o equilíbrio defensivo, reduz a possibilidade de erros, prepara-se para o contra-ataque e, principalmente, cria um clima de “equipe fechada”. As vitórias virão com a individualidade do atacante brasileiro. Podemos até não gostar do caminho que Dunga escolheu, mas temos que admitir que é uma opção lógica.
Em resumo, o hexa vai depender substancialmente das individualidades. Foi assim no primeiro jogo com Michael e com o passe de Robinho. Será o bastante? Só podemos torcer, pois a equipe que lá está não pode jogar diferente do que vem fazendo.
Um comentário:
Caro Vasco,
Finalmente concordamos em algo.
O padrão de jogo vem sendo este desde que o Dunga assumiu e agora queremos que ele vença e convença ?
Vai ser esta agonia até o fim, espero que o fim seja a final da Copa e sejamos campeões.
Luis Eduardo
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