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terça-feira, 2 de setembro de 2008

Por Dever de Ofício e Moral

Mama, I have just killed a man, put a gun against his head pulled my trigger, now he’s dead
Mama, Life had just began, but now I`ve gone and it thrown it way
Mama, I didn`t mean to make you cry, If I am not back again this time tomorrow carry on, carry on as if nothing really matters


Semana passada, após minha apresentação no KM Brasil em São Paulo, tive um almoço com alguns colegas que conheci na conferência. A apresentação foi muito boa. WikiCrimes sempre é um sucesso e as pessoas de uma forma geral reagem muito bem ao projeto. No entanto, desta vez tive um feedback de alguém que me leva a essa reflexão. A pessoa me disse que se sentia chocada com tudo aquilo. Que falar de crime a incomodava pelo sentido trágico que aquilo trazia. Por tanto trabalhar com a questão da criminalidade, falo muito naturalmente de crimes e de como eles podem ser mapeados, contabilizados e “matematizados” que acabo por passar a impressão que tudo isso é banal e mesmo natural. Venho nesse texto explicitar que essa aparência não reproduz meus sentimentos reais. A realidade trágica que vivemos, principalmente de nossos jovens, que se matam e matam-nos sem dó e piedade é algo que nos indigna e toca, mas que também nos move a fazer algo. É essa motivação que me leva a agir com determinação dentro daquilo que está ao meu alcance o que pode transparecer insensibilidade. Em respeito àqueles que sofreram mais diretamente com essa realidade, quero deixar aqui esse depoimento. Lembrei-me da música Bohemian Rhapsody do Queen que estou a publicar em vídeo abaixo e que a letra da primeira estrofe fazem a introdução deste texto. Freddie Mercury, na década de 70, já retratava tão fielmente a cruel realidade de uma juventude desiludida, que assassina e que é sem futuro. Similar a que conseguimos produzir no Brasil.

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