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quinta-feira, 3 de abril de 2008
Por Uma Polícia “Justa”
Vou continuar a reflexão sobre a palestra de David Bayley no II Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança. O segundo aspecto que enfatizou foi sobre como uma polícia deve ser justa. Foi então que falou sobre polícia comunitária. Confirmou o que já se sabe sobre esse tipo de policiamento. Deve ser feita a pé e não reduz necessariamente a criminalidade. Auxilia certamente na sensação de segurança, principalmente com idosos. Mas lembrou que os idosos embora vulneráveis, não são estatisticamente os que mais sofrem com a violência. Para ser justo, mas também efetivo, é preciso estar com o povo do seu lado. Se os pais procuram a policia por problemas com seus filhos, então a polícia está sendo justa. Caso contrário, há um problema. A população pode ajudar na identificação de suspeitos, testemunhos em julgamentos e informações sobre crimes. No entanto, o que considera mais importante é que se crie um clima moral de suporte à lei. Algo parecido com a idéia da cultura cidadã de Mockus (veja o que escrevi sobre isso aqui). Por fim, disse que para se preparar uma organização justa é preciso se ter um grupo de policiais seniores honestos e que sejam emblemáticos e defensores persistentes de uma postura idônea da Polícia. Precisa-se ainda de um sistema efetivo de corregedoria e disciplina que seja interno à Polícia e um outro sistema, dessa vez externo, para avaliação do sistema interno. Um sistema que chamou de double-check (checagem dupla). A falta de sistemas como o sugerido por Bayley é uma de nossas maiores carências. Para finalizar vale a pena mencionar o que disse sobre a postura educativa tão necessária à polícia: se as pessoas são tratadas como cidadãos elas passam a agir como cidadão. Se elas os trata como marginal, passarão a agir como tal. Temos muito ainda por fazer.
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