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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Econômico: Por um Pecém do Conhecimento
Tenho escrito muito sobre ciência e tecnologia (C&T), pois é o assunto que mais me envolve nesta minha experiência Americana. Quero aqui dar um depoimento mais otimista sobre o contexto da C&T no Brasil. Os últimos 10 anos tem sido alentadores para o setor. Parece que os governantes e a classe empresarial começaram a perceber a real necessidade do setor e realizaram uma série de ações de fomento. A criação dos fundos setoriais (embora ainda contingenciados em boa parte) que direcionam recursos do orçamento federal para investimentos em C&T, a lei de inovação que promove a criação de tecnologia e a realização de pesquisas nas Empresas e a lei de informática que promove o investimento de recursos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em Informática são exemplos destas iniciativas. Muito ainda há por ser feito, mas pode-se perceber que o caminho começa a ser pavimentado. Um dos passos que ainda não demos, em particular no Estado do Ceará, refere-se à percepção (e à concretização dessa percepção) pela sociedade de que a política de C&T deve ser encarada com uma política de desenvolvimento econômico. Recentemente acompanhei pelos jornais a mobilização da sociedade cearense em clamor para que o plano da siderúrgica no Pecém pudesse ser concretizado. Percebi o quanto setores da mídia, da classe política e da classe empresarial se mostraram atuantes, buscando pressionar a Petrobras para que o contrato de fornecimento de gás fosse mantido nas circunstâncias definidas em acordos prévios. Esta ação demonstra implicitamente a percepção geral do quanto este projeto tem relevância no desenvolvimento industrial do Estado. Creio que precisamos atingir esse nível de sensibilização da sociedade no que concerne a importância de C&T como desenvolvimento econômico. Embora seja louvável a busca por crescimento industrial, pois esta atividade econômica pode beneficiar cidadãos sem qualificação especializada, é consenso que se vive na era do conhecimento. Atividades profissionais ligadas à produção de conhecimento são as que permitirão o incremento significativo dos indicadores econômicos, principalmente se as empresas que as realizam possuírem a capacidade de inserção no mercado mundial. Evidente que isso não se faz da noite para o dia e que correlato estão os investimentos em educação superior e tecnológica, mas temos que começar logo. Nossos vizinhos pernambucanos, por exemplo, já acordaram para o fato e desenvolvem há algum tempo uma política agressiva na área.
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