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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Revéillon de Fortaleza

O réveillon de Fortaleza foi considerado um sucesso pela sua organização e segurança. Depois de tanta discussão sobre a forma como a contratação dos artistas havia sido feita em 2007, esperava-se um grande esmero dos responsáveis. Parece que isso foi alcançado. Mesmo com esse sucesso atestado, creio que a Prefeitura perdeu mais uma oportunidade de ouro para incrementar a cultura cidadã. Escrevi alguns textos (clique aqui e aqui para ler dois desses textos) sobre como o poder público pode (e deve) ser agente potencializador da educação da sociedade com ações que perpassem a educação institucional feita nas escolas e instituições de ensino. No caso do réveillon, lamento fortemente a escolha artística feita pela Prefeitura. Não que não goste dos artistas convidados ou ponha em dúvida a qualidade dos mesmos, mas acho que o momento poderia ser melhor preenchido com iniciativas mais ricas. Por exemplo, a música clássica de uma filarmônica como a de São Paulo teria um impacto fantástico e agregaria muito mais glamour à festa. Apresentações de balé (que poderia ser inclusive de cearenses com a Edisca) e outras peças músicais, digamos, menos populares combinariam perfeitamente com o momento. Um exemplo magnífico de como isso é bem feito é a cidade de Gramado no Rio Grande do Sul. Lá um concerto com Barítonos e sopranos brasileiros é o ponto alto das festividades e o público formado por turistas e habitantes que, mesmo sem serem apreciadores contumazes, têm a devida sensibilidade para captar a beleza do que lhes é apresentado. Vejam que é esse exatamente o ponto que queria enfatizar. Alguns poderiam dizer que o público, principalmente o cearense, não gosta desse tipo de espetáculo e que não teria a capacidade de apreciá-lo. Discordo fortemente disso. O que lhes falta é oportunidade. Recentemente, o Governo do Estado fez um gol de placa com o patrocínio de apresentações de Artur Moreira Lima na cidade. Um sucesso absoluto. Vejam o que o Jornal O Povo capturou de alguns espectadores:
“Se fosse axé, forró eu não vinha não. A gente tem uma fama de ser um bairro sempre excluído, mas tem muita coisa legal acontecendo aqui e de graça. Se isso aqui fosse pago, com certeza era muito caro”. Clique aqui para ver a matéria completa.

Agora é verdade que há um problema grande com essa minha sugestão. Não combina encher a cara com música clássica, né? É fato. Cabe-nos avaliar que tipo de festa queremos publicamente promover em nossa sociedade e que tipo de imagem queremos que nossos turistas tenham de nossas festas.

Um comentário:

Anônimo disse...

e muito díficil implementar tal cultura pois a sociedade cearense o nordeste como um todo tem um costume muito grande de ouvir música de péssima qualidade e isso reflete em parte na vida diária do trabalhador estudos comprovam esse fato aqui
e para provar que isso acontece mesmo no nordeste olha a situação de um trabalhador nordestino aqui pode ate ser engraçado...mas imagine na situação de filho com um pai desse como um criança vai se comporta?qual educação um pai desse poderá dar ao seu filho?