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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Gaming The Vote: Eleições Podem Sempre Ser Justas?

Gaming the Vote de William Poundstone é um livro que recomendo fortemente. Acabei de lê-lo, aliás, ele é o tipo de livro que se devora com rapidez. Poundstone é um físico formado no MIT e que há mais de vinte anos atrás decidiu escrever livros de não ficção. A biografia de Carl Sagan é um exemplo de um desses livros. Dois outros livros seus The Recursive Universe e Labirynths of Reason foram nomeados ao Pulitzer. Em Gaming The Vote, Poundstone advoga que o sistema de voto majoritário e plural quando se tem mais de dois candidatos é o mais injusto possível. O mais interessante é que seus argumentos são suportados por uma série de estudos que começaram no iluminismo e chegaram ao ápice com o “teorema da impossibilidade” do economista Kenneth Arrow, Nobel de Economia em 1972. Arrow provou que é impossível estabelecer matematicamente um sistema de votação perfeitamente justo. No livro pode-se ter uma noção da história do voto nesses últimos anos com exemplos surpreendentes e divertidos. As falhas no sistema de votação americano permitiram, por exemplo, que os eleitores do Estado da Louisiana nos EUA tivessem que escolher entre um político corrupto e um ex-dirigente da Ku Klux Khan para o Governo. Acho que muitos de nós, brasileiros, já passamos por situações parecidas: ter que escolher entre os dois piores. Pois bem, nada de reduzir nossa estima como eleitores, o sistema é inerentemente defeituoso. A falha no sistema plural, de uma forma simples, pode ser entendida em um caso em que se tem três candidatos sendo que dois deles compartilham idéias e um acaba por prejudicar o outro. Dessa forma o terceiro candidato, que pode nem ser o mais querido, ganha. Poundstone argumenta que isso ocorre com uma probabilidade de 11%. Será que não há algo melhor? Ele acredita que sim e aqui é que a coisa começa a ficar mais interessante. A grande novidade que Poundstone traz a tona é de que o teorema da impossibilidade não vale para eleições onde se fornece um score para cada candidato ao invés de somente colocá-los em uma ordem. Esse tipo de votação já é muito popular na web, onde os internautas estão sempre dando estrelas para vídeos, livros, textos, etc. Os argumentos de Poundstone são muito bem elaborados (pelo menos para um não expert como eu). Se eles vão prevalecer e levar a uma mudança na forma como os representantes são escolhidos nas grandes democracias é uma incógnita. Dada nossa história recente de inovação com o uso do voto eletrônico, estaríamos mais adaptados à mudanças como a proposta por Poundstone? Quem tiver interesse em saber mais, acesse a lista ao lado de livros que recomendo. Ela já está com Gaming The Vote.

Um comentário:

EMO disse...

Gracia! A mi me gusta este libro. Interesante!