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segunda-feira, 10 de maio de 2010

TEDxSudeste: Minha Experiência

Até achei que era “escolado” para falar em público. Afinal de contas, meu trabalho como pesquisador me requer constantes exposições em conferencias o que me deu experiência. Junte-se a isso a prática docente que me faz dia após dia aprimorar a técnica da exposição oral. Reconheço, no entanto, que a palestra dada no TEDxSudeste trouxe-me um friozinho na barriga que já não me lembrava mais com era.  Por que terá sido?

Primeiramente, creio haver uma ansiedade particular por se tratar do TED. É uma marca consolidada no nosso imaginário. Sempre que se fala do TED vem à mente as palestras inesquecíveis, motivadoras e que nos fizeram sonhar. Colocamos a barra bem alta. Quando chega a nossa vez, é natural se perguntar: serei capaz de tanto?

Outro desafio é a rigidez do tempo. 18 minutos (e que acabaram se transformando, na última hora, em quinze) requer concentração e foco para dizer o essencial. Mas fica sempre o receio de deixar de dizer algo. Quem defendeu uma tese sabe bem o que isso significa. São anos de trabalho e resumi-los em poucos minutos é difícil. Dá vontade de contar cada pedacinho vivido.

Por fim, há o fato da palestra estar sendo filmada e de se saber que o vídeo será distribuído na rede. Aumenta a preocupação de não cometer deslizes que, embora passem desapercebidos em qualquer palestra, vão ficar registrados.

Subi ao palco do TEDxSudeste já cansado. Minha palestra foi uma das últimas. Tinha chegado ao planetário 8:00h da manhã. Fui falar às 18:00h. Não havia conseguido relaxar durante o dia. Ao subir no palco, estava ansioso, mas não nervoso. No entanto, tive uma péssima experiência inicial. A iluminação era muito forte e quase não conseguia ter contato com a platéia. Adoro ver o público e sentir sua reação. Creio que isso se deve à exigência da filmagem. Passa um tempinho para se acostumar. O relógio bem à frente é um ingrediente a mais para gerar pressão. Nada que não passe quando se começa a falar.

Sempre que falo de WikiCrimes e WikiMapps logo me entusiasmo. Creio que transpareço a paixão que tenho nesses projetos. Isso ajuda a relaxar no palco. Pela metade da palestra dá vontade de não sair mais. Embala. É aqui que vem a tentação de querer falar mais e mais(que alguns muito deselegantemente deixam-se sucumbir). Ao me preparar para a apresentação no TEDx percebi mais claramente uma outra dimensão do que esse trabalho todo que realizamos representa. Algo que veio gradativamente se construindo e que hoje é bem maior do que quando começamos com a idéia de WikiCrimes. Estamos vivenciando uma experiência social. A experiência de induzir participação das pessoas. Com todos os desafios, surpresas e virtudes que isso pode ter. Por isso, sou tão vidrado na Web. Fornece-nos a infra-estrutura para que isso seja possível. Aliás, com WikiMapps estamos a contribuir com a construção dessa infra-estrutura. Sempre a eterna construção coletiva.

Ao final, vem a ansiedade de saber se tudo foi bem. Se as pessoas gostaram. Pelos cumprimentos que recebi senti que passei bem o recado. Vamos esperar pelo vídeo.

O principal é que passa-se pela experiência com aquela ótima sensação que saiu diferente do que como entrou. Marcou. Isso é que é viver.


Um comentário:

Elis Monteiro e Guilherme disse...

Eu passaria o dia todo te ouvindo. Foi tudo maravilhoso!