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quinta-feira, 9 de abril de 2009
E-Gov 2.0 e Inclusão Digital
Continuam proliferando no Brasil políticas de inclusão digital focadas no provimento do acesso à rede mundial de computadores. Já refleti algumas vezes sobre esse tema aqui no blog. Volto ao mesmo, porque mais eu vejo iniciativas de inclusão digital pelo Brasil mais minha opinião sobre a questão amadurece. Definitivamente, não creio que deva ser esse o foco desses programas. Acho-os reducionista. Obviamente não estou a dizer que meios de acesso não são necessários, mas acho que esse processo vai ocorrer naturalmente, aliás, já está a ocorrer. Nos mais longínquos pontos do País há uma Lan House para acesso a rede (Regina Casé na Globo nos mostrou vários desses exemplos). Temo que ao focarmos na disponibilização do acesso percamos de vista que o problema maior refere-se ao uso que queremos dar àqueles que acessam a rede. Em um texto publicado em Junho do ano passado comentei sobre o cuidado que devemos ter com o excessivo entusiasmo de que o acesso a Internet pode trazer melhoria na Educação. Isso vai depender muito de como o Estado vai conseguir levar conteúdo interessante para a escola. Essencialmente vai depender de como os professores serão competentes no manuseio das diferentes ferramentas que podem acrescentar qualidade ao ensino. Esse mesmo raciocínio vale para a inclusão digital de uma forma geral. Basicamente, os internautas de hoje usam a Internet como meio de divertimento e de comunicação. A popularidade de Orkut e de jogos eletrônicos não nos deixa espaço para dúvidas. O provimento de conteúdo com qualidade aos internautas não deve ser objetivo somente dos professores e muito menos somente um problema da Escola. A televisão, no seu surgimento, também era vista como instrumento essencial para melhorar a qualidade do ensino. Tele-cursos e outras modalidades à distância ficaram longe de demonstrar esse poder. Vemos agora com a Internet uma situação parecida. A rede está cada vez mais sendo encarada como um instrumento de lazer. Ser fun (divertido em inglês) é decididamente o que pega. A internet impõe aos produtores de conteúdo esse desafio. O Estado, em especial, como grande produtor de conteúdo que é, também se vê diante do mesmo desafio. Enfim, não basta veicular conteúdo de qualidade, tem que conquistar o público. Um governo que provê serviços de forma eletrônica que aumentem a aproximação com o cidadão, permitam compreender suas demandas e os atendam melhor é um grande passo nessa direção. Agora, isso tudo não deve ser feito dissociado das plataformas dos sites de relacionamento, blogs e outras formas de expressão da Web 2.0. Esse governo eletrônico 2.0, ou e-gov 2.0 é um dos grandes desafios aos profissionais e empresas públicas de informática e o mais relevante papel que o Estado vai poder realizar para fomentar a inclusão digital.
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Um comentário:
Estudei em uma das melhores escolas particulares de Fortaleza e fui aprovado no vestibular da ufc para economia, e posso te dizer concerteza que a internet não teve papel fundamental na minha educação ou aprendizado.
Os ótimos professores, e professores dedicados, bem pagos, isso sim foi fundamental.
Acredito que nessa questão tem muito looby de empresas de telecomunicação. Satélites, antenas, fibras óticas e etc... tudo isso dá um bom lucro para eles.
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