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terça-feira, 4 de dezembro de 2007
A Saga da Geléia da TAM
Não é difícil encontrar situações que exponham nossas deficiências de prestação de serviço, tanto público quanto privado. Encontrei uma situação emblemática ao viajar pela TAM de Fortaleza à Brasília. O serviço de bordo constava de torradas que vinham acompanhadas de uma geléia de marca MU–MU (que criatividade eih?!). Pois bem. Essa geléia estava em um recipiente que era extremamente difícil de ser aberto. Todos os que estavam ao meu redor estavam “apanhando” da geléia (eu inclusive, lógico). Normalmente esses recipientes contêm uma pequena aba que deve ser quebrada para permitir puxar o invólucro. Não era o caso desta. Causou-me logo espanto o fato de que o produto continha um MADE IN BRAZIL bem visível até porque o tipo da geléia também estava traduzido (grape jelly – geléia de uva). Certamente, com essa qualidade, o produto vai sofrer para concorrer no mercado internacional. Os franceses, por exemplo, que adoram geléias, as produzem em suas mais diversas formas e sempre que as degustei nunca tive tamanha dificuldade de manuseio. Por que será que as deficiências como a da geléia acontecem? Alguém será que já reclamou disso para a Empresa ou mesmo para a TAM? Quando perguntei para a aeromoça de onde vinha a geléia ela de pronto me disse “é difícil de abrir, né!”. Claro que não era novidade. Talvez até já tenha dito a um superior que a geléia era osso duro de roer. Apressou-se a me fornecer um cupom de reclamação da TAM, chamado fale com o presidente, em que o cliente tem a possibilidade de demonstrar sua insatisfação ou fazer qualquer comentário de outra natureza. Não sei se muitos o usam. Creio que a qualidade do serviço está diretamente ligada a exigência do cliente. Mas a estória da geléia da TAM não morre aqui. Decidi tentar decifrar o que estava escrito nas minúsculas letras impressas na capa do invólucro da geléia. Dificílima tarefa. Pude constatar, no entanto, a existência de um 0800 para que o cliente consultasse o valor nutricional do produto. Que beleza! Parece-me que o objetivo de fornecer a informação nutricional é subsidiar o cliente para que ele decida se quer ou não ingerir o alimento. Como vou consultar o 0800 dentro do avião? Estou supondo que ela deveria ser comida no avião, não? Aqui entra também a deficiência do serviço público. Não deveriam agir os órgãos de fiscalização? Pareceu-me mais um jogo de faz de conta. Continuando a saga da geléia, decidi ligar para o número 0800(0800517542). Estava curioso para saber se ele funcionava. Funciona. Fui bem recebido, mas a informação que tive foi de que eles não têm solução para a abertura da geléia. Estão estudando. A Empresa é gaúcha e não faz exportação. Não me souberam responder o porque dos nomes em inglês. Por fim, disseram que os nutrientes não são colocados porque não há espaço. Enfim, a norma é inviável. Bem típico do Brasil. A odisséia da geléia tem o seguinte final: enviei a MU-MU e a TAM o texto desse blog. Espero tê-los ajudado a melhorar seu produto e serviços respectivamente. Fui dormir pensando sobre como o blog me leva a ser um cidadão mais ativo. Afinal, pegando emprestado o slogan da TAM que se orgulha de ser brasileira. Eu também quero me orgulhar (da TAM e da MU-MU).
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4 comentários:
uhauhauauh o comedia...
Devo dizer que este foi um dos seus melhores textos, senão o melhor.
no final de dezembro voei pela TAM e sei qual geléia vc está falando. realmente, é quase impossível de se abrir, tive que abrir com a faquinha descartável. mas após 10 minutos eu já havia esquecido o tal "problema" com a geléia.
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