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quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Onde Está a Transparência no CNPq?
Embora ainda sinta a existência de um estereótipo de que cientista é acomodado e só quer fazer pesquisa na Universidade, creio que isso vem mudando nos últimos anos. Na verdade, a profissão de cientista/pesquisador sempre foi uma das mais competitivas do mundo. O conceito de globalização, tão comum nos dias atuais em especial no mundo empresarial, é conhecido pelos cientistas há muito tempo. A ciência não tem e nunca teve fronteiras. A descoberta de uma nova idéia e o lançamento de uma nova teoria sempre tiveram que ser validadas (e aceitas) por outros pesquisadores no mundo. É o que se chama no contexto acadêmico de avaliação por pares. Quando se submete um artigo a uma revista científica para análise, os editores da revista convidam outros cientistas, reconhecidamente competentes no tema em questão, para avaliar o trabalho submetido. As críticas e sugestões feitas ao trabalho são retornadas ao autor do trabalho quer seja para dar-lhe crédito, quer seja para apontar-lhe as deficiências encontradas no trabalho. Neste último caso o pesquisador tem condição de saber onde falhou e assim, de forma construtiva, melhorar seu trabalho. Esse sistema é universal e causa orgulho a comunidade científica, pois embute transparência e democracia. Pesquisadores quando demandam recursos financeiros aos órgãos de pesquisa para realizar suas pesquisas seguem um sistema similar(ou deveriam!). No Brasil, o mais importante órgão financiador de pesquisa é o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Pesquisadores frequentemente submetem projetos ao CNPq solicitando dinheiro. Este ano tive a desagradável experiência de submeter um pedido de auxílio ao CNPq e tê-lo rejeitado. Foi o sentimento de indignação ao receber a mensagem do CNPq indicando o indeferimento de meu pedido que me moveu a escrever esse texto. Recebi uma negativa que tinha o seguinte texto “O projeto não foi recomendado pelo Comitê por suas características técnico-científicas ou produção científica ou tecnológica do coordenador, ou pela proposta orçamentária”. Esclarecedor, não ? Como posso saber o que não me credenciou a receber os recursos? Como devo proceder no ano que vem? Vale ressaltar que os critérios a serem usados para a escolha do projeto são extremamente vagos e deixam a entender que basicamente será a qualidade do projeto (em termos científicos e financeiros) que será determinante. O mínimo que se deseja num caso desses é que se especifique a razão de uma rejeição. Enfim, o titulo deste texto no blog diz o que sinto.
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