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domingo, 11 de novembro de 2007
Vamos Andar em Guaramiranga!
Na minha visita fim-de-semana passada à Guaramiranga além da possibilidade de conviver com o mundo das corridas de fundo (veja texto aqui), pude visitar novamente a cidade depois de quase dois anos. A última vez tinha sido antes de minha ida ao pós-doutorado na Califórnia. Nessas últimas duas vezes tivemos (Beth e eu) o prazer de ser ciceroneado por casais amigos e capazes de recepções bem calorosas (muito embora no frio). Silvia e Tonguinho, Ana e Cláudio, e Ruth e Alberto são responsáveis por nossa imagem agradável e sempre nostálgica de Guaramiranga. No entanto, não posso deixar de demonstrar minha indignação com um aspecto na cidade que me salta os olhos. Presenciei um exemplo marcante de como estamos indo na contramão do mundo no que se refere ao uso dos espaços das cidades pelas pessoas com automóvel. O centro charmoso de Guaramiranga possui uma praça cortada por uma rua principal e circundada por outra via. Nele estão restaurante, bares, teatros onde se concentram os principais eventos da cidade. A passagem de carros é permitida nas duas vias, embora durante alguns eventos, a rua principal seja fechada aos veículos. Na via secundária além do tráfego é permitido o estacionamento de carros que se amontoam nas calçadas e o tráfego é confuso e muitas vezes impossível. É um claro exemplo de falta de planejamento urbano. Um projeto de reordenação com a criação de estacionamentos públicos ao redor da praça e com a completa proibição de estacionamento na via secundária não é, de forma alguma, difícil de ser feita. A via principal deveria ser totalmente dedicada aos pedestres. As distâncias na cidade são muito curtas e os percursos entre os restaurantes, principalmente os do centro é curtíssimo. Vale lembrar ainda que os efeitos deletérios desse desordenamento não se resumem ao caos do trânsito, mas igualmente a poluição em todos os níveis, que, em se tratando de Guaramiranga, é devastador. Há que se induzir a descoberta da cidade a pé. Aliás, caminhar na cidade com seu clima ameno é um dos charmes que todo visitante deveria conhecer. Temos muito que aprender com os países europeus que são habituados a proteger seus pequenos vilarejos dos carros e da ocupação desordenada. Para exemplificar, lembrei-me de duas cidades francesas que seguem a mesma filosofia de controle do tráfego de veículos. Uma cidade que me foi lembrada por um amigo e que tive a oportunidade de visitar várias vezes na França foi Baux de Provence(veja o site oficial da cidade aqui). Uma cidadezinha charmosa construída em cima de uma grande rocha. Os visitantes quando chegam à cidade são levados a um estacionamento onde deixam o carro e podem conhecer a cidade a pé. Outra cidade, também na Provence (interior do sul da França) que segue a mesma idéia é a cidade histórica medieval Le Castellet (acesse o site do Castellet clicando aqui). Vejam que essas cidades já são estruturadas desta forma há mais de 10 anos. Teria inúmeros outros exemplos de projetos em que os cidadãos são privilegiados em detrimento aos carros. Nosso subdesenvolvimento nessa área é patente.
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2 comentários:
Recentemente também visitei esta cidade aconchegante que é Guaramiranga, e não tinha percebido o quanto de problemas de reorganização a cidade apresenta. Acredito que as autoridades locais nem pensam em tomar alguma providencia contra este mal que vem tomando a cidade. Na verdade acredito que estes políticos são donos de alguns dos restaurantes e hotéis, e pouco importa para eles a preservação ambiental, uma vez que seus bolsos sempre vão está cheios. Mas esquecem que tem pessoas, raras, mais tem, que visitam o local simplesmente pela beleza da natureza. Como foi muito bem falado a Europa tem muito a ensinar a nós. Infelizmente temos poucas pessoas com mentes tão diferentes da maioria.
Pois eh Lourence,
Se os politicos sao donos de restaurantes e bares mais eles deveriam cuidar para que a cidade fosse agradavel, pois assim teriam sempre turistas a visitando e sendo cliente de seus comercios.Sobre sermos a minoria, nao tenho tanta certeza. Acho que somos a maioria, mas somos muito silenciosos. A comecar pelo acompanhamento das acoes de nossos representantes que eh muito modesta. Ha tempo para mudar.
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