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segunda-feira, 15 de outubro de 2007
A Indústria Criativa e a Economia da Cultura
Neste dia do professor, quero voltar a refletir sobre um aspecto que tenho reiterada vezes abordado nesse blog: a cultura de empreendedorismo, da inovação e da criatividade. Em particular vou me concentrar em um assunto que descobri após uma dica do Presidente da Fundação Cearense de Pesquisa do Estado do Ceará, Prof. Tarcísio Pequeno, sobre um site que congrega várias organizações que se dedicam a questão da criatividade como instrumento de produção de riqueza(clique aqui para acessar o site). Um dos conceitos básicos dessa iniciativa chama-se Indústria Criativa. Não se trata aqui de simplesmente dar um adjetivo às indústrias tradicionais. Estou me referindo a toda atividade que foi originada por uma idéia criativa, em função de um talento próprio, que pode gerar renda, bem-estar e emprego através da geração e exploração de propriedade intelectual. Essa é uma definição dada pelo departamento de cultura, mídia e esporte do governo do Reino Unido que, aliás, investe fortemente em iniciativas do tipo e por isso mesmo boa por parte das iniciativas da creative industries vêm de lá. O congresso de indústrias criativas reunirá expositores de todo o mundo e será em Londres em Novembro. Dentre os diversos setores que compõem iniciativas criativas pode-se elencar o audiovisual, a música digital, a publicidade e propaganda, artes de uma forma geral, designer e arquitetura, enfim, atividades que o Brasil tem um portfólio considerável e que pode ser explorado continuamente. A operacionalização de uma indústria criativa se dá normalmente com suporte da tecnologia e métodos modernos de gestão. Ressalte-se que o valor econômico do "produto" é baseado nas suas propriedades intelectuais ou culturais. Aqui entra um outro aspecto importante nessa nova economia, o valor cultural. Hoje em dia, as iniciativas específicas de uma cultura estão sendo cada vez mais difundidas globalmente. Por envolverem peculiaridades próprias de seu contexto de origem, são quase sempre inéditas e inovadoras à luz de boa parte do mercado global consumidor. Desta forma podem agregar valor e se tornam um excelente produto comercial. Vale aqui a máxima típica do mundo globalizado: produza local e comercialize global. Interesso-me particularmente por essas idéias por dois motivos. Primeiramente, deve-se perceber que todo esse contexto de indústrias criativas é convergente com a web2.0 e com o mundo digital. A web é a infra-estrutura comum e disponível a todas essas atividades criativas. Quer seja somente como veículo de disseminação, quer seja como próprio componente da solução criativa, a grande teia mundial potencializa as idéias criativas e apresenta-se como forma natural para abrigá-las. Acrescente-se a isso o fato de que os meios analógicos de armazenagem de mídia estão sendo radicalmente mudados para meios digitais. O segundo aspecto que me atrai deve-se ao fato de que o conceito de indústria criativa pode e deve ser aplicado às atividades governamentais, principalmente, à de transformação de cidades em espaços agradáveis e que promovam o bem-estar da população. Boa parte das iniciativas criativas a serem apresentadas no congresso mundial de indústrias criativas que se desenrolará em novembro em Londres, destinam-se a esse fim. Enquanto professores cabe-nos não somente apresentar esses conceitos aos alunos universitários mas, principalmente, fomentar a aplicação dos mesmos. Isso certamente será o vetor de transformação econômico e social com capacidade de transformação radical da realidade que vivemos hoje.
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