Siga-me no Twitter em @vascofurtado

terça-feira, 26 de julho de 2011

Inovação no O Povo

Àqueles interessados em inovação, sugiro a leitura dos artigos publicados no jornal O Povo de hoje pelo Presidente da FUNCAP, Tarcísio Pequeno, e seu diretor de inovação, Augusto Guimarães. Tive a honra de acompanha-los com minha opinião que está posta abaixo.


Inovação em TIC: O Poder do Ecossistema



Há pouco mais de 15 anos nem Google nem Facebook existiam. As duas foram criadas por jovens dispostos a arriscar, ambiciosos e cheios de ideias de como os computadores ajudam as pessoas a recuperar informação, se divertir e se comunicar. São exemplos do poder da boa ideia que, consolidada em software para computadores, impacta significativamente em nossas vidas e constrói fortunas.

Um olhar um pouco mais cuidadoso sobre esses exemplos mostra-nos que eles nasceram dentro de ricos ecossistemas que potencializam a inovação. Google nasceu em Stanford no coração do Vale do Silício. Facebook teve suas origens em Harvard. Nos dois casos, jovens empreendedores faziam seus estudos de pós-graduação e estavam inseridos no efervescente contexto de pesquisa e inovação que, por sua vez, tem essas Universidades como atores preponderantes.

Podemos sonhar, nós cearenses, em fazer inovações nessa área, se não tão estupendas como as mencionadas, pelo menos positivamente impactantes para nossa sociedade?

Vamos às boas notícias primeiro. Quem quiser inovar em Informática beneficia-se da existência da Web e do fato de que ela é altamente democrática. Com sua abrangência global, ela trouxe para nossas casas um grande laboratório para criarmos nossas inovações. Além do laboratório experimental trouxe também o mercado para aplicação e comercialização dessas ideias. Não se requer muito investimento e nem se precisa de maquinário muito elaborado.

O lado menos otimista dessa história é que as boas ideias não brotam do nada e essencialmente requerem gente qualificada. E aqui refiro-me não somente aos empreendedores, mas a todos que fazem o ecossistema que compõe a cadeia de inovação. No contexto do nosso Estado, a inserção de doutores em empresa é inexistente, os cursos de pós-graduação são jovens e pouco inseridos internacionalmente e a cooperação universidade-empresa para o desenvolvimento de alta tecnologia é deficiente. Consequentemente continuamos com a base das empresas de informática fortemente alicerçada no comércio de produtos manufaturados fora do Estado e do País (tanto software como hardware).

Ações que fortaleçam a cadeia de inovação são urgentes e prioritariamente devem buscar a atração de doutores que venham com a missão de trabalhar em consonância com os empreendedores locais e, dentro do possível, solucionar problemas da realidade regional. O ecossistema atual precisa evoluir a uma velocidade bem maior do que vem ocorrendo agora.

Inovar em Informática é estratégico e requer o difícil exercício de pensar em inventar para um mundo que ainda será inventado. Cria-se assim um ciclo vicioso, pois aqueles que estiverem à frente do processo de criação deste novo mundo terão mais possibilidades de inovar.

Precisamos agir!

4 comentários:

Hildeberto Mendonça disse...

Essa "atração de doutores" ai é algo espero há muito tempo. Mas tem que ser algo que evite dupla jornada de trabalho para ter uma vida digna. Longe da família é que eu não vou ficar.

Muitos doutores no exterior não tem mais idade para recomeçar a vida. Esse critério tem que ser considerado, senão ninguém volta.

Vasco Furtado disse...

Esse negocio de 1o mundo tá te fazendo mal. Tá na hora de voltar. Tem que ter é tripla jornada. Com dupla num dá nem pra começar :-)))

Hildeberto Mendonça disse...

Tá me fazendo é um bem danado. :P

O que eu quiz dizer é que não dá para trabalhar oito horas num lugar e a noite em outro. Fazia isso. Nunca mais farei. Infelizmente vejo muitos amigos, pessoas especializadas, fazendo isso mesmo depois de anos e anos de experiência.

Reafirmo o que eu disse, mas não me ausento. O CEJUG continua sendo minha constante contribuição para o estado. Ele tem mudado a vida profissional de muita gente.

Bruno Aguiar disse...

Que tal se o Estado comecasse retirando o roubo chamado Adicional de ICMS?! Como querem algum tipo de pesquisa ou inovacao em um Estado que qualquer compra de equipamento vindo de fora(obvio, se voce vai inovar, eh claro que vai precisar trazer coisas novas que nao sao feitas aqui) voce pagara de 7,5% a 10% a mais que em qualquer outro Estado?!

Se eu fosse um inovador, com certeza nao escolheria o Ceara.