A frase paradoxal que intitula esse texto é de Millor Fernandes e ilustra o que, ao meu ver, tornou-se a campanha para eleição presidencial. O “debate” (se é que se pode chamar assim) entre Dilma e Serra é talvez o maior símbolo do quanto a política nacional está aquém da Nação e do que Ela merece.
Os candidatos, assessorados por especialistas em marketing, buscam incessantemente encontrar manchas um no outro, e sobretudo, manchas que “peguem”. A campanha virou uma guerra de clichês sem igual. Dilma é favor da morte de criancinhas e é terrorista enquanto Serra detesta nordestinos e vai acabar com o Bolsa Família, só para exemplificar. Sob os olhos da população espantada, mentem e chamam-se de mentirosos. Esse parece ser justamente o único ponto que os faz convergir e provavelmente é onde estão certos. A eleição se encaminha mais e mais para a escolha daquele que não queremos que seja presidente. Ou seja, será o voto pela exclusão do outro.
Os candidatos são reféns de uma estratégia que eles mesmos criaram. Abdicaram de um debate profundo e puseram-se em um contínuo e desgastante processo de infantilização da população como dito no primeiro turno por Marina Silva. Não conseguem defender nem mesmo aquilo em que acreditam. Consequentemente, não convencem.Tal situação eleva o desgaste da classe política e do processo democrático e só nos dá uma certeza, qualquer que seja o vencedor terá um governo que já entra perdendo.
O próximo presidente não nos ajudará muito a sonhar, nem a pensar no Brasil do futuro. Será presidente, mas não será líder. Como não podemos nos dar o luxo de perder a oportunidade de continuar progredindo, vamos ter que nos auto-motivar e aprender a sonhar por nós mesmos. Mas que a campanha de 2014 começará muito mais cedo, vai.
Nenhum comentário:
Postar um comentário