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terça-feira, 27 de setembro de 2011

O Rachão da Praia dos Diários

Este texto é nostálgico. Uma nostalgia que me veio após passar pela praia dos Diários um domingo destes. A maré baixa voltou a deixar a parte da areia ampla e plana. Similar à forma que ficava em minha infância. Não sei muito bem porque, mas a praia do Diários nos últimos anos não ficava mais seca como antes.

Voltou a ficar. E com essa maré voltou um hábito típico de outrora: jogar futebol na praia. Um rachão digno de descrição. Caminhava por volta de meio-dia e não pude deixar de observar um pouco daquele espetáculo. Veio-me à mente os detalhes de quando frequentava a praia nos anos setenta. A primeira característica marcante é o número de jogadores. Não há limites. Em certos momentos parecem ser vinte de cada lado. Um exemplo interessantíssimo de um sistema aberto que se autorregula. Quer jogar? Basta entrar. A única exigência é manter o equilíbrio numérico. Entrar aos pares, por exemplo, é incentivado.

Algumas regras são bem específicas desse tipo de jogo. A bola que vai em direção ao mar, permite que seja coletada com a mão, por quem chegar primeiro. Ótima oportunidade para aliviar o intenso calor. Alguns mergulham para pegar a bola. Outros para se refrescar mesmo.

Mas não é somente as regras que valem menção. Os jogadores são personagens excêntricas. Há para todos os gostos. Lembro-me como eu, meu pai e meu tio Darlan, após participar do rachão, ficávamos a nos deliciar com as figuras exóticas que participavam religiosamente, todos os domingos, do rachão. Eu os vi novamente. Evidentemente que não se tratavam das mesmas pessoas, mas havia lá a representação eclética e anedótica que nos entretenha e fazia-nos rir. Cabelos exóticos, zagueiros ríspidos (porém leais J), craques do drible, calções démodés ou não, tudo está lá. Todas as classes sociais, etnias e idades. Um micro-sistema social belíssimo, cheio de alegria, calor humano. Quanta democracia. Uma democracia bem brasileira!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Filme Maravilhoso?

Ou o filme era muito bom (Planeta dos Macacos), ou o ingresso muito caro! No final tudo termina bem. Vejam o sensacional viral abaixo que descobri no também muito bom xpock.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mapa das Startups Brasileiras

Essa semana estive olhando os diversos Wikimapps que foram construídos. O que representa as Startups brasileiras é digno de menção. Vejam que bacana abaixo. É uma ótima fonte de informação para investidores e empresas interessadas em contratar empresas de tecnologia. Para saber mais detalhes dirija-se ao site do mapa ou consulte o blog startupi.



Para mais informações Clique aqui

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Fortaleza: Tiramos o Bode da Sala

Ao ver a euforia da torcida tricolor depois do jogo contra o CRB, não pude deixar de pensar sobre como nosso nível de satisfação é algo variado.  Para os que não estavam muito ligados à odisseia tricolor vivida no terceira divisão do campeonato brasileiro de futebol, deixem-me traduzir de forma sucinta. O time de futebol do Fortaleza estava brigando para subir para a série B, isso depois de ter caído vertiginosamente da série A para a série B e depois para a C.

Esse ano já é o segundo em que o time está na série B. A esperança de subir foi o grande motivador de todos. Torcedores, jogadores e diretores estavam convencidos de que era momento de voltar a competir nas divisões mais ricas.

A forma como se deu a manutenção do Fortaleza na série C é típica de operetas dramáticas. A campanha foi desastrosa e o time chegou a última rodada com grandes chances de cair para a série D. Não dependia mais de suas próprias forças. Precisava fazer quatro gols, o que não havia acontecido há muito tempo.

Conseguiu tal feito. Sobraram acusações de que houve acordo e esquema entre os times. No final, tudo deu certo e a alegria da torcida foi tão grande quanto a de uma grande conquista. Lembrei-me da seguinte historieta.

João e a Maria, que estão ambos desempregados, têm muitos filhos, não têm dinheiro para pagar as dívidas, encontram um consultor esperto, que lhes diz ‘ponham um bode na sala’. Eles põem, mas um mês depois têm os mesmos problemas e estão desesperados: o bode cheira mal, assusta as crianças e come os cortinados. ‘O que fazer?, perguntam o João e a Maria. E o consultor responde-lhes: tenho a solução, tirem o bode da sala». É a teoria do ganho do mal menor. 

Assim somos nós torcedores. Tiramos o bode da sala.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Todo Mundo Quer Ter Um WikiCrimes Para Chamar de Seu


Acordo hoje com a informação que o portal Globo.com (G1) decidiu chamar seus leitores para fazer um mapeamento dos crimes acontecidos na região do Morumbi em São Paulo. Vejam aqui

Essa não é a primeira e nem será a última iniciativa do gênero. Ignoram WikiCrimes e preferem criar seu próprio mapa. O Diário do Nordeste que é da terra, do mesmo proprietário da UNIFOR e onde fui pessoalmente apresentar WikiCrimes a toda sua diretoria criou seu próprio mapa, porque a Globo não faria o seu?

Mas não quero dar o tom aqui de desânimo, muito menos de revolta (embora seja difícil de acalmar os alunos envolvidos no projeto e, admito, estou ficando de saco cheio). Na verdade, o que vejo é uma profunda incompreensão de como funciona a lógica de compartilhamento na Web.

Ela não comporta propriedades, nem donos. Teria sentido criar várias Wikipedias e fazê-las competir entre si? O sucesso dessas empreitadas depende do volume, da participação em massa, do desprendimento, das pessoas adotarem uma causa. Os meios de comunicação são parceiros essenciais de WikiCrimes, mas somente se tiverem a visão d que o projeto pode ser útil para a população. Se quiserem ser donos, vincular sua imagem, aumentar seus pageviews, etc. como objetivos principais. Não vão considerarmos como parceiros, como alguns não o fazem. 

Mas não é só isso. Com o tempo, os “concorrentes” vão começar a perceber que terão que criar mecanismos para verificar a credibilidade da informação colocada, coisa que estamos trabalhando há mais de quatro anos. Ou vão mandar os repórteres checarem cada registro efetuado?

Paciência.  Como se dizia naquele antigo comercial de TV, “Sempre cabe mais um!” Vamos andando paralelamente, o que para WikiCrimes não é ideal, mas faz com que tenhamos mais fontes de dados abertas, que é no final das contas o que interessa ao cidadão. A base de WikiCrimes continua crescendo!

domingo, 18 de setembro de 2011

De Médicos, Estilistas e Testículos

Semana acabando. Nos últimos dias fiz consultas formais e informais a médicos. Lembra-me o quanto é difícil ser médico e, principalmente, o quanto e difícil ser paciente. Achei essa piada genial na Internet que compartilho com vocês.


O sujeito, riquíssimo, sofria de uma terrível dor de cabeça até que um dia foi procurar um médico:
- O senhor vai ter de arrancar os testículos - sentenciou o magarefe.
- Você está maluco! - protestou ele.
Dias depois foi procurar outro médico e ouviu o mesmo conselho.
- O senhor vai ter de arrancar os testículos.
Então, resolveu procurar o melhor especialista que havia nos Estados Unidos.
- Sinto muito - fez o doutor, após um rápido exame.
- Mas a dor só vai desaparecer se o senhor arrancar os dois testículos.
Desesperado com a dor que se tornava cada dia mais insuportável,
ele resolveu se submeter à cirurgia recomendada pelo médico.
Assim que terminou a convalescença, para vencer a frustração,
decidiu reformar todo o seu guarda-roupas e procurou o mais famoso costureiro em Paris.
- Pode ficar tranqüilo - disse o costureiro, em tom afetado.
- Eu vou lhe fazer algumas roupas chiquérrimas. Você vai ficar lindo de morrer!
Pode passar daqui a 15 dias que vai estar tudo prontinho!
- Você não vai tirar minhas medidas? - espantou-se o sujeito.
- Não é necessário! Só de olhar para esse seu corpo deslumbrante eu já sei o tamanho que você vai precisar.
- Duvido!
- Quer ver? Calça, 42, Paletó, 46, Camisa, número 3...
- Incrível... está certíssimo!
- Cuecas número 4!
- Epa! Aí você se equivocou, eu uso cuecas número 3.
- Tá querendo me enganar, é? Tem que ser número 4!
- Sempre usei número 3!
- Você pode até usar cuecas número 3, mas vai te apertar as bolas e te dar uma dor de cabeça terrível! 

P.S Minha ida aos médicos até que foi por dor de cabeça. Mas os diagnósticos não foram tão trágicos nem radicais. OU não? :-)))

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Palestra Instituto Pró-menino

Acabei de palestrar no painel "Tecnologia, software e redes sociais, no seminário "A Sociedade em Rede e a Criança e o Adolescente". Uma experiência gratificante. Conversei com várias pessoas que tem atuação forte sejam como conselheiros tutelares ou envolvidos na problemática de manutenção dos direitos da criança e adolescente.

Minha participação está dentro do quadro de uma cooperação com o Instituto VIvo para o desenvolvimento de um WikiMapps para o contexto. Segue abaixo minha apresentação.



segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A Ética do Reconhecimento na Web

Todo mundo gosta de ser reconhecido. Já experimentaram a sensação de ter lido ou escutado alguém falar de algo, como se fosse uma grande novidade, que foi você o primeiro a lançar ?  Frustrante.

Mas não se trata de algo que causa somente frustração. No mundo acadêmico, por exemplo, é inadmissível usar a ideia de alguém sem fazer uma referência clara de onde se extraiu essa ideia. Outros exemplos de contextos similares são os da produção artística escrita, audiovisual, sonora e da produção de software. O uso indevido de propriedade intelectual de outrem sem a devida referencia ou autorização é chamado de plágio. Com o passar do tempo, legislações específicas para definir punições para quem realiza plágio foram feitas em todo o mundo.

A era digital que vivemos, em especial a Web 2.0,  estão a impactar fortemente a questão dos direitos autorais. Primeiro, todas as produções culturais estão hoje em modo digital. Tudo vira bits e pode ser fácil e rapidamente transmitido para qualquer lugar. A Web 2.0 potencializou o impacto, pois permitiu o aumento radical da produção de conteúdo. O que era antes controlado por objetos físicos, como discos, fitas, filmes, etc. é hoje bem mais difícil de controlar.

Não quero aqui neste espaço de reflexão entrar nos meandros da lei sobre propriedade intelectual. Aos interessados, sugiro ler Remix e The Wealth of the Networks  para uma boa introdução. Queria, no entanto, elaborar o conceito de reconhecimento para ações, digamos, menos importantes, que não exigiriam rigor de penalidades nem do controle do Estado. Falo somente do reconhecimento de quem disse algo na web.

Isso está presente em muitas das ações que fazemos, embora nem sempre percebido. Quando se escreve um texto em um blog, por exemplo, é de bom alvitre que alguém, ao usar o texto ou pelo menos repassar a ideia, reconheça o autor original. No Twitter, acontece o mesmo de forma até mais explícita. Ao se concordar com o que alguém disse. Pode-se reconhecer o autor retuintando (RT) ou mencionando (@) a pessoa que tuitou originariamente.

Na verdade, no Twitter essa ética de reconhecimento ainda é mais sutil. O Twitter se caracteriza pela informação imediata. O tempo em que ela foi publicada é um fator que importante de ser reconhecido pelos outros. Assim sendo, se você quer dizer algo, mas alguém já o disse, retuite, não diga o mesmo de novo. Essa é a prática, mais honesta para manter-se em acordo com a ética do reconhecimento que permeia todo esse contexto.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Realidade Aumentada em WikiCrimes

A nova versão de WikiCrimes para iPhone está no ar e traz uma novidade especial. É possível saber que crimes ocorreram ao seu redor simplesmente apontando a câmera do telefone para uma certa direção. Uma iniciativa de Daniel Macedo, expert em IOS do Laboratório de Engenharia do Conhecimento, e entusiasta com WikICrimes.

Essa funcionalidade pode ser acessada através do ícone de um olho (veja na figura abaixo)  que aparece no canto superior do aplicativo logo após o usuário realizar a escolha de “Aqui é perigoso”. 




Ao se clicar no ícone, a câmera do iPhone é ativada, com um pequeno radar visível no canto direito superior. Basta colocar o telefone em pé e volta-lo à região que se deseja consultar se há crimes. Os pontos que aparecem no radar são indicações de crimes. O campo de visão do usuário também é simulado no radar. 
WikiCrimes usa os alfinetes com cores para representar os crimes. O tamanho dos mesmos representa a distância que o crime está do usuário. Alfinetes maiores representam crimes mais pertos do que alfinetes menores. Não pense que os alfinetes indicam o local exato onde o crime ocorreu! Se estiver dentro de uma sala, vai ficar com a sensação de que eles ocorreram ali mesmo. Se quiser saber detalhes do crime, como a distância e ver o local no mapa, basta tocar no alfinete uma vez. Bom uso!




quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Celulares Começam a Fazer a Diferença

A Google fez uma projeção, com base com o que ocorreu em 2009 e 2010 (vejam os picos no gráfico abaixo) sobre o que vai acontecer com as buscas durante o Black Friday deste ano(dia das compras nos EUA, uma espécie de preparação para o Natal). Estima-se que 44% das buscas serão feitas por meio de celulares. Esse padrão se repete no Natal. É o momento onde as pessoas estão nas ruas e usam o celular para buscar oportunidades de compras e informações diversas sobre lojas.

Esse estudo dá indicações muito claras de que os celulares são de mais em mais o futuro da computação. Talvez não se use o celular a todo momento, mas em alguns momentos ele vai ser primordial. Em termos de SEO, isso também é muito importante. Em celulares, a publicidade que vale mesmo são aquelas que aparecem na primeira tela de retorno da busca. As pessoas quase nunca navegam nas outras opções. Os desafios do mundo mobile estão em nossa porta.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Filas e Janelas Quebradas

Cerca de trinta anos atrás o criminólogo americano George Kelling propôs uma teoria que ficou conhecida por “Janelas Quebradas”. Enunciou que a probabilidade de vandalismos em uma vidraça era maior em prédios que já tinham alguma vidraça quebrada. De forma análoga, uma praça com lixo acumulado tenderia a atrair mais lixo despejado pelas pessoas. Em sumo, desordem social se propaga quando o ambiente favorece. Desde então, essa teoria tem inspirado várias políticas públicas visando desde o controle da criminalidade à educação no trânsito.

Lembrei-me disso quando li sobre a iniciativa da Prefeitura de Fortaleza de ensinar aos fortalezenses a fazer fila nos terminais de ônibus. Alguns parecem não concordar que seja papel do Estado educar as pessoas a realizar ações tão elementares, como fazer uma fila. Me incluo no rol dos que acham que atacar vícios de comportamento que se formaram, quase sempre, por falta de educação, é sim papel do Estado. Ressalto, no entanto, que um desafio tão grande quanto o de decidir realizar essas ações, as quais gosto de chamar de promoção da cultura cidadã, é realiza-las de forma eficaz. E parece-me que aqui é que a Prefeitura de Fortaleza mais sofre.

Ações de disseminação da cultura cidadã, como indicam as “janelas quebradas” têm força por provocarem contágio. Algo com uma moda, que se segue sem nem perceber. Diferentemente do efeito negativo que as janelas quebradas provocam, cabe ao Estado criar um ambiente para que o comportamento positivo aconteça e contagie. Uma das ações principais que o Estado deve realizar é dar o exemplo, fazendo bem feito o que lhe cabe fazer.

* artigo publicado na coluna Opinião do Jornal O Povo em 06.09.2011

Pode-se fazer uma campanha educativa para não jogar lixo numa praça, se a mesma não tem lixeiros? Pode-se querer que os motoristas dirijam ordenadamente, se as ruas não têm suas vias devidamente indicadas? Pode-se querer que motoristas parem antes da faixa de segurança bem como querer que os pedestres as usem, se elas não estão devidamente marcadas ?

A Prefeitura até pode e deve continuar a fazer um trabalho educativo da sociedade, mas para que o mesmo seja efetivo, terá que fazer sua parte exemplarmente.