Os jovens adoram usar expressões da moda. Contaminam-se com muita facilidade e ainda as adaptam para formas mais simplificadas que consequentemente facilitam contágio. É comum o uso de abreviações e adaptações de termos estrangeiros, por exemplo. Nem todos percebem ou se incomodam com o uso dessas expressões, quase manias, que identificam os jovens a sua tribo mas que pode passar dos limites do aceitável.
Não me acho muito intolerante com esse linguajar, mas reconheço que recentemente me inseri no rol dos incomodados. A febre do “tipo de”, “tipo aquele”, “tipo disso”, “tipo aquilo”, ou somente “tipo” está insuportável. Seu uso é sufocante. Não se consegue mais dizer duas palavras sem a ligação de “tipo-de”.
Comentei com minhas filhas sobre o fato. Ainda bem que elas não estão contaminadas (pelo menos quando falam comigo), mas percebem o quanto isso está presente no contexto de onde vivem. Aliás, creio que a convivência comigo não permite um exagero delas. Sofreriam um verdadeiro bullying de minha parte se se comportassem assim. A mais velha comentou comigo que alertou as colegas na Universidade e muitas nem se davam conta da absurda frequência com que faziam recurso da expressão. O melhor é que quando alertadas, perceberam o vício e buscaram mudar. Não conseguiram. Foi aí que perceberam mesmo o quanto estavam acometidas.
Motivei-me a escrever sobre isso. Talvez você que esteja lendo não tenha “tipo” percebido que “tipo” estava “tipo” acometido “tipo “do mesmo vírus. Se perceberam agora, busquem-se logo se vacinar. É ridiculamente insuportável aos ouvidos dos outros.
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