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quarta-feira, 11 de julho de 2007
Abaixo o Relaxogozismo!
Nossos políticos têm a rara habilidade de cometer gafes e o “relaxe goze” dito pela Ministra do Turismo, Marta Suplicy é um exemplar magnífico disto. Ao ler a coluna de João Ubaldo Ribeiro no Jornal O Diário do Nordeste de Domingo (oito de julho) deparei-me com a imaginativa expressão “Relaxogozismo” que intitula este texto. Da mesma forma que João Ubaldo, acho que essa expressão é emblemática não só da postura governamental diante dos atrasos em aeroportos, mas igualmente de um estado de espírito que risca nos tomar de conta. Trata-se de um sentimento sistemático, que nos invade gradualmente. De tanto sermos bombardeamos com escândalos e falcatruas, apresenta-se o sentimento de indignação mas igualmente o de impotência perante o que está posto. Expressões tipo “Não tem jeito!”, “Ninguém é punido mesmo” e “Todos são assim!” são parte de nosso cotidiano quando realizamos nossas análises as mais simples dos políticos, das instituições e enfim do país. Esse sentimento tende a levar-nos ao imobilismo, a passividade e a resignação. Enfim o relaxogozismo começa a se apresentar em suas diferentes formas. A quem interessa este estado de espírito? Me parece claro que os maiores beneficiários de atitudes relaxogozistas da população são os mesmos que abusam e se elocupletam do poder. Temos que reafirmar nossa confiança de que as coisas podem melhorar através da vigilância, da cobrança, mas acima de tudo das ações que sirvam de exemplo. Volto aqui a lembrar a tecla que tenho repetidamente batido neste blog: vamos fazer a nossa parte, mas não no sentido egoísta, individualista e revanchista de querer se igualar as nossas elites. Desistamos de buscar exemplos nas elites. Invertamos essa lógica. O lema é fazer a coisa certa. Digo isso pensando primordialmente na classe média, pois acredito piamente que as transformações de um país ocorrem quando a classe média age como motor das mudanças. Ela tem condição de dar exemplo, tem educação suficiente para perceber as melhores direções e tem condições de influenciar as massas. As classes médias em todos os países são sempre as responsáveis pela contaminação de idéias, pois além de estarem próximos dos que as produzem são os pioneiros em implantá-las. No entanto, no Brasil é exatamente essa classe que está sendo tomada pelo relaxogozismo. Ela não vive de bolsa família nem de rendimentos de aplicações financeiras. Tem crise de identidade. É esta classe média que não pode relaxar e que tem que confiar que “quem goza por último ... “.
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Um comentário:
O povo brasileiro tem os governantes que merece, pois os colocou no poder. Obviamente que não podemos generalizar. Existem eleitores conscientes da mesma forma que existem políticos conscientes, mas ainda são poucos.
Acontece que, além de não votarmos com a devida responsabilidade, não acompanhamos o trabalho do candidato que elegemos. Pior ainda, passados poucos meses da eleição, sequer lembramos em quem votamos.
Precisamos entender que, se quisermos mudar o cenário político atual, devemos iniciar modificando nossas atitudes, selecionando melhor nossos candidatos e os acompanhando durante o mandato. É a maneira que temos de contribuir para que profundas mudanças ocorram.
Somos responsáveis pela formação de uma nova geração de eleitores e políticos. Nossas atitudes servirão de espelho para nossos filhos, que serão os eleitores e políticos de amanhã.
Concluindo o raciocínio, as atitudes dos nossos governantes são reflexo de nossas atitudes. E toda e qualquer modificação deve partir de nós.
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