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sábado, 5 de maio de 2012

O SUS que se tornou a UNIMED



Essa última semana foi repleta de idas a hospitais e laboratórios de exames clínicos devidos a uma virose que acometeu minha filha e que depois se mostrou ser uma perigosa Dengue. Felizmente esse tipo de jornada não me é rotineiro nem frequente. Talvez por isso eu me tenha assustado tanto com a péssima qualidade do atendimento que a UNIMED está prestando a seus conveniados. Refiro-me aqui a UNIMED, mas não creio que seja muito diferente para outros planos.

Estamos acostumados a ver pela mídia o caos que se tornou o sistema público de saúde. Filas extensas, falta de médicos, esperas intermináveis, pessoas sendo atendidas nos corredores. Encontrei tudo isso no hospital pediátrico da UNIMED aqui em Fortaleza. É de dar pena. Doentes já são pessoas sensíveis, crianças então!

A ideia da UNIMED de fazer um hospital de atendimento infanto-juvenil até pode ter tido boa intenção. Não vou nem entrar no mérito se a motivação disso é econômica. O que me parece claro é que a demanda concentrada é muito maior do que o hospital pode atender. A consequência é catastrófica. O cliente conveniado paga por um serviço que não recebe.

Já vinha percebendo o estrangulamento do sistema de plano de saúde, quando necessitava de uma consulta médica. Isso tem ficado mais frequente, pois a impossibilidade de comprar remédios sem prescrição médica (o que em essência é uma medida mais do que correta) aumentou a demanda por consultas médicas, em especial por generalistas. As consultas em consultório são impossíveis de serem obtidas em prazo curto. Normalmente, há um prazo de espera de um mês. O jeito é ir a um hospital e ser atendido por um plantonista, normalmente inexperiente, que lhe atende em cinco minutos.

Efetivamente, o que se consegue com isso é prescrição para o básico do básico. A taxa de erro nas prescrições sobe.  O sistema frágil e caótico proíbe que o médico acompanhe o paciente por muito tempo e os erros de diagnóstico vão realimentando o sistema. Consequência? Mais filas, mais pacientes em estado urgente, mais dinheiro gasto. Nada novo em se tratando de SUS. Temos agora a mesma realidade nos planos de saúde particular.

Um olhar otimista(ou talvez, sarcástico) sobre a situação poderia nos fazer pensar que agora sim, temos um sistema de saúde democrático: todos são atendidos da mesma forma, muito mal. Haja otimismo!  

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