Eduardo Giannetti escreveu um livro de título Auto-engano. Trata-se de refletir sobre a hábito humano de mentir para si mesmo o tempo todo. Vejam abaixo o que é dito no resumo do livro
Mentimos para nós o tempo todo: adiantamos o despertador para não perder a hora, acreditamos nas juras da pessoa amada, só levamos realmente a sério os argumentos que sustentam nossas crenças. Além disso, temos a nosso próprio respeito uma opinião que quase nunca coincide com a extensão de nossos defeitos e qualidades. Sem o auto-engano, a vida seria excessivamente dolorosa e desprovida de encanto. Abandonados a ele, entretanto, perdemos a dimensão que nos reúne às outras pessoas e possibilita a convivência social.Nos últimos dias, com a derrota da Seleção, lembrei-me com frequencia desse termo. Recebo diariamente textos que relacionam a derrota brasileira com todo tipo de mazela de nossa sociedade e do nosso País. Dizem, em geral, que a derrota brasileira é reflexo de nossa sociedade pobre de valores pautado no trabalho, na honestidade e coisa e tal.
Neles(nos textos) é patente o auto-engano. É incrível como as pessoas que bradam só vêem o problema nos outros. Dito de outra forma a la Giannetti "temos a nosso próprio respeito uma opinião que nunca coincide com a extensão de nossos defeitos".
Descobrimos que o País precisa de educação embora não percebamos a nossa própria falta de educação em atos simples do dia a dia, percebemos que o Brasil precisa de honestidade, sem conseguir perceber nossas práticas habitualmente desonestas, percebemos que o País precisa de comportamento cívico e social, como se nossos hábitos deletérios e danosos à vida comunitária não existissem e assim adiante.
Esse festival de auto-engano é talvez um dos primeiros problemas a resolver para que possamos ter um País diferente. Seremos capazes de perceber e mudar?