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segunda-feira, 23 de julho de 2012

A Marginalidade na Greve


As últimas grandes greves vivenciadas pelos cidadãos fortalezenses têm sido marcadas por atos de completo desrespeito a esses próprios cidadãos. Desde policiais, passando por trabalhadores da construção civil a motoristas de ônibus, todos têm recorrido a ações violentas que indicam uma tendência perigosíssima e, por outro lado, uma fragilidade latente do Estado constituído.

O desrespeito dos grevistas é visto a todo momento. Se apossam de bens que não são seus, os depredam às vezes e o que é pior, quando podem, os usam contra a sociedade. Na última greve dos motoristas, eu mesmo vi grevistas que usaram ônibus para retardar e prejudicar o trânsito. Estacionavam nas próprias ruas ou os conduziam em marcha lenta com o intuito de prejudicar os outros. Um abuso inaceitável. Trabalhadores da construção civil depredam bens privados, agridem jornalistas e também dificultam o direito de ir e vir dos cidadãos.

Contra isso, o que faz o poder público? Um poder público que, para ter que combater os abusos, deve ter que recorrer a suas forças de segurança que por sua vez, além de experimentarem suas greves, as fazem utilizando estratégias não menos reprováveis.  Não surpreende ver que o resultado é uma completa omissão.

A cidade torna-se refém e só nos resta apelar para o bom-senso dos grevistas. Bom senso que não parece estar em fácil acesso, uma vez que as ações grevistas são terceirizadas como mostra a entrada do MST “dando apoio” aos companheiros em greve
Esse apoio na logística, na metodologia e nos recursos humanos tem também introduzido um componente de guerrilha que é absolutamente inaceitável no Estado de direito democrático. É bom dar um basta enquanto está no começo. 

Um comentário:

Menezes disse...

Estas greves não são de agora, e nem o nível de "violência" também é.
Este formato de mobilização foi estruturado e conduzido por muitos que hoje são governo.
Por isso entendo a dificuldade de "reprimir" movimentos que extrapolem os direitos constitucionais de greve