As últimas grandes greves vivenciadas pelos cidadãos
fortalezenses têm sido marcadas por atos de completo desrespeito a esses
próprios cidadãos. Desde policiais, passando por trabalhadores da construção
civil a motoristas de ônibus, todos têm recorrido a ações violentas que indicam
uma tendência perigosíssima e, por outro lado, uma fragilidade latente do
Estado constituído.
O desrespeito dos grevistas é visto a todo momento. Se
apossam de bens que não são seus, os depredam às vezes e o que é pior, quando
podem, os usam contra a sociedade. Na última greve dos motoristas, eu mesmo vi
grevistas que usaram ônibus para retardar e prejudicar o trânsito. Estacionavam
nas próprias ruas ou os conduziam em marcha lenta com o intuito de prejudicar
os outros. Um abuso inaceitável. Trabalhadores da construção civil depredam
bens privados, agridem jornalistas e também dificultam o direito de ir e vir
dos cidadãos.
Contra isso, o que faz o poder público? Um poder público
que, para ter que combater os abusos, deve ter que recorrer a suas forças de
segurança que por sua vez, além de experimentarem suas greves, as fazem
utilizando estratégias não menos reprováveis.
Não surpreende ver que o resultado é uma completa omissão.
A cidade torna-se refém e só nos resta apelar para o
bom-senso dos grevistas. Bom senso que não parece estar em fácil acesso, uma
vez que as ações grevistas são terceirizadas como mostra a entrada do MST “dando apoio” aos companheiros em greve.
Esse apoio na logística, na metodologia e nos recursos
humanos tem também introduzido um componente de guerrilha que é absolutamente
inaceitável no Estado de direito democrático. É bom dar um basta enquanto está
no começo.
Um comentário:
Estas greves não são de agora, e nem o nível de "violência" também é.
Este formato de mobilização foi estruturado e conduzido por muitos que hoje são governo.
Por isso entendo a dificuldade de "reprimir" movimentos que extrapolem os direitos constitucionais de greve
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