Google, Facebook e
outros que vivem das redes sociais virtuais têm muito que ensinar à classe
política. Esses gigantes da Internet nunca deixam de reconhecer que precisam
incansavelmente compreender o comportamento de seus usuários. Eles sabem muito
bem que as pessoas são fortemente influenciadas, para o bem ou para o mal, por
suas redes sociais. Para não perderem
seguidores, todas as mudanças em seus produtos passam pelas etapas Teste, Aprenda e Execute.
Aplicar metodologias similares para compreender o que milhares
de pessoas sentem e reagem dentro de suas redes sociais deve despertar o
interesse de nossos governantes da mesma forma que aos empreendedores da Internet. Alguns políticos mundo afora já perceberam como
as ciências comportamentais e o estudo das redes sociais (virtuais ou não) podem
ser importantes ferramenta de gestão.
O governo britânico, com a ajuda de cientistas
comportamentais, realizou estudos em que enviou cartas a contribuintes em
débito com o fisco pedindo que regularizassem sua situação. Fez isso em dois
grupos distintos. No primeiro, fez uma solicitação de quitação de débito
normal. No segundo, o texto solicitava o pagamento dos impostos devidos, mas comparava
o contribuinte com outros do mesmo setor ao dele. Dizia, por exemplo, que a
grande maioria dos contribuintes do setor já havia regularizado sua situação
fiscal pagando em dia. A mera comparação do contribuinte com aqueles que
compõem sua rede social profissional fez com que a quantidade de regularizações
deste segundo grupo fosse cerca de 15% maior do que a do primeiro grupo.
Eis aqui um enorme campo a ser explorado por nossos
governantes. A mobilização da sociedade,
buscando motivá-la e incitá-la a ações positivas, é condição determinante para a
efetiva implantação de leis e de políticas de governo.
* Artigo publicado no Jornal O Povo na coluna Opinião de hoje
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