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terça-feira, 24 de julho de 2012

Criativa Mobilização Social


Google, Facebook  e outros que vivem das redes sociais virtuais têm muito que ensinar à classe política. Esses gigantes da Internet nunca deixam de reconhecer que precisam incansavelmente compreender o comportamento de seus usuários. Eles sabem muito bem que as pessoas são fortemente influenciadas, para o bem ou para o mal, por suas redes sociais.  Para não perderem seguidores, todas as mudanças em seus produtos passam pelas etapas Teste, Aprenda e Execute.  

Aplicar metodologias similares para compreender o que milhares de pessoas sentem e reagem dentro de suas redes sociais deve despertar o interesse de nossos governantes da mesma forma que aos empreendedores da Internet.  Alguns políticos mundo afora já perceberam como as ciências comportamentais e o estudo das redes sociais (virtuais ou não) podem ser importantes ferramenta de gestão.

O governo britânico, com a ajuda de cientistas comportamentais, realizou estudos em que enviou cartas a contribuintes em débito com o fisco pedindo que regularizassem sua situação. Fez isso em dois grupos distintos. No primeiro, fez uma solicitação de quitação de débito normal. No segundo, o texto solicitava o pagamento dos impostos devidos, mas comparava o contribuinte com outros do mesmo setor ao dele. Dizia, por exemplo, que a grande maioria dos contribuintes do setor já havia regularizado sua situação fiscal pagando em dia. A mera comparação do contribuinte com aqueles que compõem sua rede social profissional fez com que a quantidade de regularizações deste segundo grupo fosse cerca de 15% maior do que a do primeiro grupo.  

Eis aqui um enorme campo a ser explorado por nossos governantes.  A mobilização da sociedade, buscando motivá-la e incitá-la a ações positivas, é condição determinante para a efetiva implantação de leis e de políticas de governo.  

* Artigo publicado no Jornal O Povo na coluna Opinião de hoje

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