Conheci com perfeição o que significa a expressão “coração
apertado” na semana passada. Estive em Washington D.C. brevemente o que me deu
a oportunidade de encontrar com minha filha que está morando e estudando em
Manhattan. Matei um pouco da saudade, mas o furacão Sandy forçou-nos a reduzir
nossa estada. Nossa despedida no domingo foi muito difícil. Eu fugia de Sandy
de volta ao Brasil, mas ela ia justamente em sua direção em New York.
Os dias seguintes
deixaram-me em constante angústia e agonia. Esses sentimentos eram
alimentados pelo acompanhamento do noticiário televisivo, em especial, o
jornalismo americano. Não demorou muito para perceber o quanto os noticiários
eram dramáticos, exagerados e não informativos.
De uma foram geral, a cobertura midiática foi sofrível. Vi
claramente que havia pouca informação a prover. Faziam drama de tudo.
Informação que é bom, nada. Na verdade, não havia muito a informar. O essencial
foi que o furacão havia causado desgastes materiais, havia afetado o
fornecimento de energia elétrica e provocado a paralisação dos meios de
transporte. Isso pode ser dito em um Tweet. Nos jornais televisivos isso tinha
que render. Por isso buscavam dramas, de pessoas angustiadas, tristes e de
preferencia desesperadas. Tiveram dificuldades em encontra-las. Solução: blá,
blá, blá, blá.
Mas tal fato não se restringe somente a imprensa televisiva
e nem muito menos a imprensa americana. O jornal O Povo, por exemplo, em sua
página de capa da quarta-feira dia 31 de outubro, consegue fazer uma absurda
comparação entre o 11 de Setembro e os efeitos do Sandy. A diferença de mortos
entre as tragédias não permitiu ao jornal perceber que de fato o que era mais
relevante noticiar foi como um fenômeno de proporções catastróficas como Sandy
levaram a tão poucas causalidades. Creio que o Katrina ajudou aos americanos a
serem excessivamente cautelosos. Minha versão é que Sandy causou desgastes
grandes materiais, mas a imprensa entrou no rolo.
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