Não vou aqui desenvolver nenhum argumento técnico com o intuito
de avaliar quem é o melhor. Sinto-me motivado, no entanto, a refletir sobre
esse desejo de alguns de realizar tal comparação e, principalmente, sobre a
forma como a marca Neymar está sendo construída.
Neymar é hoje celebridade no Brasil. A forma encontrada pelo
Santos de mantê-lo no País foi a de reparti-lo entre diversos patrocinadores, o
que lhe exige em contrapartida uma exposição midiática intensa. Jovem e com
talento evidente, ele passou a ser celebridade, fenômeno, mito, prodígio além
de os outros superlativos que normalmente são aplicados a alguém que se
diferencia em sua área de atuação.
A grande diferença de Neymar para os outros, e aqui vale a
comparação não somente com Messi, mas com outros grandes craques do passado, é
que ele atingiu esse nível de notoriedade no Brasil antes de ter sua obra
completa ou pelo menos realizada com algum impacto internacional. Muitos têm
tentado torna-lo estrela internacional baseados somente pelo seu potencial. Mas o mundo não engole essa. A
imprensa mundial analisa com frieza os jogos internacionais de Neymar e não
consegue se entusiasmar como os colegas brasileiros conseguem.
Creio que Neymar é um exemplo dos nossos dias em que
celebridades têm ascensão meteórica, muitas vezes sem terem nem mesmo muito
portfólio. Caem na mesma velocidade como que sobem, pois o que a mídia precisa
mais do que cultivar um ídolo é ter notícias de sucesso e de fracasso dele. É
exatamente esse o receio que tenho do que possa vir a ocorrer com o garoto.
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